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Ciclone Idai atingiu Moçambique,
Zimbábue e Malauí.
Foto: Karina Almeida/G1
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O próprio
governo admitiu que houve desvios de donativos. Na terça-feira (2), as Nações
Unidas pediram US$ 392 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) à comunidade
internacional para financiar a resposta humanitária no sul da África pelos
próximos três meses. Até agora, US$ 46 milhões (cerca de R$ 177 milhões) foram
recebidos, segundo a organização.
O governo de Moçambique admitiu desvios da
ajuda às vítimas do ciclone Idai, que atingiu o país no mês passado. As
autoridades disseram que houve roubo de alimentos e desvios de donativos, e
criaram uma comissão de deputados para fiscalizar e punir os responsáveis.
Na quarta-feira (3), o jornal português
"Diário de Notícias" informou que o Parlamento moçambicano aprovou a
criação de um grupo de trabalho para "avaliar a transparência na
assistência às vítimas do ciclone".
Ainda de acordo com o jornal, vários relatos
de roubos de alimentos chegaram ao gabinete do próprio presidente moçambicano,
Filipe Nyusi. Segundo a agência de notícias Deutsche Welle, Nyusi pediu a
criação de uma entidade independente para gerir as doações.
Em resposta, diz a Deutsche Welle, foi criada
e vigora desde segunda-feira (1º) uma comissão independente que, nos próximos
três meses, vai liderar o processo de distribuição de mantimentos às vítimas do
ciclone.
Segundo a agência, o Instituto Nacional de
Gestão de Calamidades (INGC) moçambicano anunciou que vai reforçar a
fiscalização na distribuição de alimentos às comunidades afetadas pelo ciclone.
O INGC é parte da comissão independente
criada nesta semana, junto com o Programa Alimentar Mundial e uma empresa de
ramo logístico contratada na cidade de Beira.
De acordo com a Deutsche Welle, a
diretora-geral do INGC, Augusta Maita, assumiu que colaboradores da instituição
que dirige são desonestos ao facilitarem o desvio de produtos que iriam
beneficiar pessoas que foram acolhidas nos centros de acomodação na província
de Sofala. A capital de Sofala, a cidade de Beira, ficou 90% destruída depois
da passagem do ciclone.
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Foto: Unicef
Moçambique/2019/Javier Rodriguez
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Na
quarta (3), a Cruz Vermelha anunciou que os primeiros mantimentos enviados pela
organização chegaram à comunidade de Búzi, perto de Beira. Segundo a
organização, mais de 2,3 mil pessoas estavam isoladas no local. A ONU também
anunciou o envio de 900 mil doses da vacina contra o cólera ao país africano —
que já registrou 1.428 casos da doença, segundo o último levantamento do
governo.
Só em Moçambique, o Idai — que também atingiu
o Malauí e o Zimbábue — deixou ao menos 746 mortos e afetou
1,85 milhão de pessoas.
Na terça-feira (2), as Nações Unidas pediram
US$ 392 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) à comunidade internacional para
financiar a resposta humanitária no sul da África pelos próximos três meses.
Até agora, US$ 46 milhões (cerca de R$ 177 milhões) foram recebidos, segundo a
organização.
Mulher dá à
luz em cima de árvore
Uma mulher moçambicana deu à luz em cima de
uma árvore, relatou na terça (2) o o Fundo Internacional de Emergência para a
Infância das Nações Unidas (Unicef, na sigla em inglês).
"Eu estava com meu filho de 2 anos de
idade quando, de repente, sem aviso, a água começou a entrar na minha casa, e
eu não tive outra opção a não ser pular em cima de uma mangueira próxima",
contou a mulher, Amelia, que não sabe a idade que tem, à organização.
"Então
a dor começou e eu não tinha ninguém por perto para me ajudar. Em poucas horas,
dei à luz a minha filhinha Sara, em cima daquela mangueira. Eu estava
completamente sozinha com Sara e meu filho. Ficamos no topo daquela árvore por
mais dois dias após o nascimento dela. Mais tarde, os vizinhos me ajudaram a
descer e chegamos a este lugar, como todo mundo", contou Amelia, em um
centro de hospedagem improvisado em Dombé, na província de Manica, centro de
Moçambique.
Por G1


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