Milhares de voluntários se preparam para receber ajuda humanitária na Venezuela | Rio das Ostras Jornal

Milhares de voluntários se preparam para receber ajuda humanitária na Venezuela

Caminhões chegam com ajuda humanitária perto de Tienditas,
 na fronteira entre Venezuela e Colômbia, neste domingo (17).
 Foto: Carlos Eduardo Ramirez/Reuters

Segundo líder opositor, 600 mil voluntários se inscreveram para enfrentar o bloqueio do governo venezuelano à entrada de mantimentos no país, marcada para o próximo sábado (23).
Milhares de voluntários começarão neste domingo (17) a se preparar para enfrentar o bloqueio do governo venezuelano à entrada, no próximo sábado, da ajuda humanitária armazenada em Colômbia, Brasil e Curaçao, a maior parte enviada pelos Estados Unidos a pedido do opositor Juan Guaidó.
O que se sabe sobre os caminhões que Maduro não deixa entrar na Venezuela
"A Venezuela se prepara para a avalanche humanitária", expressou Guaidó, chefe do Parlamento, de maioria opositora, reconhecido como presidente interino por 50 países.
Guaidó disse que em todo o país se inscreveram 600 mil voluntários, aos quais pediu que se reúnam neste domingo em juntas para receber instruções sobre o processo, mas sem revelar detalhes que poderiam arruinar a operação.
"Vamos anunciando coisas específicas, pouco a pouco", comentou o opositor, de 35 anos, ao empossar no sábado milhares de voluntários.
Contudo, o presidente Nicolás Maduro ordenou aos militares que bloqueiem a entrada da ajuda em remédios e alimentos, por considerá-la um "show político" e o começo de uma invasão militar americana.
A ajuda humanitária é o centro de uma disputa pelo poder entre Maduro e Guaidó, em um país que vive uma catástrofe socioeconômica com escassez de medicamentos e uma hiperinflação que torna os alimentos impagáveis.
No que é considerado a maior migração das últimas décadas, 2,3 milhões de venezuelanos fugiram da crise desde 2015, segundo a ONU, apesar de Maduro assegurar que cerca de 600 mil foram "enganados".
'Por terra e por mar'
Guaidó escolheu para a entrada da ajuda o dia 23 de fevereiro, quando se completa um mês de sua autoproclamação como presidente interino para organizar eleições livres, depois que o Congresso declarou Maduro "usurpador" ao tomar posse para um segundo mandato em eleições que a oposição denunciou como "fraudulentas".
Juan Guaidó se reúne com voluntários para receber ajuda
humanitária dos EUA na Venezuela, neste sábado (16)
Foto: Marco Bello/Reuters
Como parte da operação, o chefe legislativo convocou mobilizações em toda a Venezuela para acompanhar as brigadas de voluntários que irão em caravana de ônibus aos pontos de entrada dos carregamentos.
Três aviões militares dos Estados Unidos chegaram no sábado à cidade colombiana de Cúcuta, onde estão armazenados remédios e alimentos desde 7 de fevereiro, perto da ponte limítrofe Tienditas, bloqueada por militares venezuelanos com caminhões e outros obstáculos.
O centro de armazenamento no Brasil será aberto na segunda-feira no estado de Roraima, onde haverá somente ajuda brasileira, e na terça-feira chegará um avião de Miami a Curaçao com mais assistência, segundo a equipe de Guaidó.
"Entrará sim ou sim por terra e por mar", declarou o líder opositor. Outro avião enviado por Porto Rico chegou na sexta-feira a Cúcuta, enquanto Chile e outros países também recolhem toneladas de ajuda.
Maduro chama a ajuda de "migalhas" de "comida podre e contaminada" e culpa pela escassez as sanções impostas pelos Estados Unidos, que gera danos à economia estimados por Caracas em 30 bilhões de dólares.
Mobilização militar
Guaidó multiplicou os chamados à Força Armada para não reconhecer Maduro e deixar a assistência entrar, assinalando que as pessoas estão passando por dificuldades e que impedir a ajuda é um "crime contra a humanidade".
A Força Armada é considerada o principal pilar do governo e sua cúpula militar já reafirmou sua lealdade absoluta.
Na sexta-feira, após terminada uma semana de exercícios militares, Maduro pediu ao alto comando militar um "plano especial de mobilização" nas fronteiras, frente a uma ação militar americana, não descartada pelo governo de Donald Trump.
Maduro, que tem o respaldo de Rússia, China, Turquia e Irã, entre outros países, diz que a Venezuela está no centro de uma luta "geopolítica", na qual Washington busca se apropriar do ouro e petróleo venezuelanos, usando Guaidó como "fantoche".
Militares cubanos, enquanto isso, assinaram notas de apoio a Maduro.
Na Conferência de Segurança de Munique, o vice-presidente americano, Mike Pence, urgiu no sábado à União Europeia (UE) que reconheça Guaidó, pois embora vários países europeus tenham feito isto, alguns travam uma posição comum do bloco.
UE e Uruguai enviarão nos próximos dias uma missão técnica à Venezuela com especialistas eleitorais e de ajuda humanitária.
Guaidó destacou que arrecadaram 110 milhões de dólares em assistência e, para 22 de fevereiro, o bilionário britânico Richard Branson organiza um show em Cúcuta, com artistas de renome internacional, a fim de arrecadar outros 100 milhões em 60 dias.
Por France Presse

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