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MAURIX/Gamma-Rapho Papa Francisco e Nicolás Maduro: presidente
da Venezuela disse que escreveu ao Vaticano no
início de fevereiro
pedindo
ajuda e mediação para crise no país – 17/06/2013
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O papa
Francisco enviou uma dura resposta ao pedido de mediação da crise
nacional feito pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Em uma
carta obtida pela imprensa italiana, o sumo pontífice recorda que em
negociações anteriores o chefe de Estado quebrou todos os compromissos
estabelecidos.
Segundo o jornal Il
Corriere della Sera, Francisco respondeu à solicitação de
Maduro para que o Vaticano sirva de mediador nas negociações entre o governo e
a oposição em uma carta dirigida à “Sua Excelência o Sr. Nicolás Maduro” e não
ao presidente, como é costume em documentos do tipo.
A veracidade da
mensagem, datada de 7 de fevereiro e enviada pelo papa argentino, não foi
confirmada nem negada pelo porta-voz interino do Vaticano, Alessandro Gisotti,
que assegurou que se trata de uma “carta particular”.
“Infelizmente
todas as tentativas (de mediação) foram interrompidas porque o que foi decidido
nas reuniões não foi seguido por gestos concretos para alcançar os acordos”,
lamenta o papa argentino na carta, segundo o resumo do jornal.
O conteúdo do
texto seria uma resposta dura e decisiva do pontífice argentino ao pedido
de mediação feito no início de fevereiro por Maduro para interceder na
crise venezuelana.
Na carta, o
papa lembra que o Vaticano esteve envolvido no passado sem sucesso em outras
tentativas de mediação e adverte Maduro, com um tom elegante, que, embora
sempre tenha apoiado o diálogo, exige que essas negociações tenham como
objetivo, “acima tudo, o bem comum”.
Segundo o
jornal italiano, que teve acesso a toda a carta, Francisco enfatizou que hoje
mais do que nunca é necessário preencher todas as condições “para um diálogo
frutífero e eficaz”, ao qual outras seriam acrescentadas “como resultado da
evolução da situação”.
Entre essas
condições, destaca os jornal, estão as manifestadas pela Assembleia Nacional, o
Parlamento venezuelano, formado por maioria da oposição ao regime de Maduro.
Segundo o
artigo, assinado pelo jornalista Massimo Franco, próximo ao pontífice, na carta
o papa não se pronuncia sobre o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente
interino da Venezuela, assunto sobre o qual mantém uma posição “prudente”.
“Além da
cautela diplomática, a opinião de Francisco e de seus conselheiros sobre Maduro
é negativa”, resumiu Franco.
O jornalista
recorda que o grande temor do primeiro papa latino-americano é que a crise se
degenere em um “derramamento de sangue”, como destacou na carta, e não exclui
que “estenda a mão”, embora avisando que “não vai deixar ser usado pelo
regime”.
Guaidó é
presidente da Assembleia Nacional e se autoproclamou presidente interino em 23
de janeiro, argumentando que o pleito que reelegeu Maduro no ano passado foi
uma fraude.
Pedido de
Maduro
No início de
fevereiro, Nicolás Maduro disse que escreveu ao papa Francisco pedindo a sua
ajuda e mediação.
“Enviei uma
carta ao papa Francisco. Disse a ele que estou a serviço da causa de Cristo (…)
e nesse espírito peço sua ajuda, em um processo de facilitação e reforço do
diálogo”, segundo afirmou.
“Peço ao papa
para fazer seus melhores esforços, para colocar sua vontade, para nos ajudar no
caminho do diálogo, espero receber uma resposta positiva”, disse Maduro.
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