Pessoas
fazem vigília na madrugada desta sexta-feira (18) pelas
vítimas do atentado na Academia de Polícia
General Santander,
em Bogotá, na Colômbia — Foto: REUTERS/Luisa
Gonzalez
|
Autor do
ataque em escola da polícia está entre os mortos. Presidente Iván Duque
classifica a ação como 'ato terrorista'.
Subiu para 21 o
número de mortos no atentado
com um carro-bomba em uma escola da polícia em Bogotá, capital da Colômbia, segundo a
polícia. Entre os mortos está o autor do ataque, José Aldemar Rojas Rodríguez,
que não tinha antecedentes criminais. Nenhum grupo assumiu a autoria da ação.
As autoridades
ainda investigam o que teria motivado o atentado. Segundo o jornal “El Tiempo”,
a procuradoria-geral da Colômbia não descarta que o Exército de Libertação
Nacional (ELN), a última guerrilha ativa da Colômbia, tenha envolvimento com a
ação que abalou o país.
Sobe para 21 o
número de mortos em ataque a academia de polícia em Bogotá, na Colômbia
Já a rede de
notícias Caracol afirma, também citando a procuradoria, que Rojas era um
especialista em explosivos da ELN e tinha o pseudônimo de 'Mocho Kico'.
Atentado
Serviços de
emergência vão à academia da polícia em Bogotá
em que carro explodiu nesta quinta-feira (17)
— Foto: AP Photo
|
O jornal
"El Tiempo" relata que Rojas, de 56 anos, chegou dirigindo um veículo
utilitário até a Academia de Polícia General Santander por volta das 9h30
(12h30, horário de Brasília). Ele levava 80 kg de pentolite, que é um forte
explosivo.
Na entrada, um
cão farejador detectou o perigo e, quando os agentes tentaram impedir o carro,
ele acelerou e atropelou um dos vigias.
Em seguida,
avançou em alta velocidade por pouco mais de 200 metros e explodiu quando
passou perto do alojamento das mulheres na escola. Pouco antes de o carro
explodir, ocorria no local uma cerimônia de promoção de cadetes. Imagens
postadas nas redes sociais mostram restos de um carro incendiado. Vidraças das
casas próximas também ficaram danificadas.
A polícia
afirmou que o saldo de 21 mortos ainda é preliminar. Os 68 feridos foram
levados para diferentes hospitais com o apoio das equipes de socorro e
emergência do Distrito de Bogotá. Dez dos feridos seguem internados.
Presidente
da Colômbia, Iván Duque, discursa ao lado da
vice-presidente Marta Lucia Ramirez na escola militar de
Bogotá que foi alvo de um ataque
na quinta-feira (17) — Foto: Juan Barreto /
AFP
|
Na Academia de
Polícia General Santander acontecem cursos para cadetes da polícia colombiana e
para policiais de outros países latino-americanos. Segundo "El
Tiempo", uma policial do Equador morreu e outra ficou ferida.
'Ato
terrorista'
O presidente
Iván Duque, que visitou a escola militar, classificou o incidente como
"ato terrorista" e pediu que os autores do ataque sejam levados à
Justiça.
“Os
colombianos nunca cederam ao terrorismo, nós sempre o derrotamos. Esta não será
uma exceção”, declarou.
O Itamaraty
condenou o ataque. "Ao reafirmar seu firme repúdio a todo ato de
terrorismo, independentemente de sua motivação, o governo brasileiro presta
suas condolências e solidariedade aos familiares das vítimas fatais, ao povo e
ao governo da Colômbia, e faz votos de plena recuperação dos feridos",
afirma nota do ministério.
O autor do
atentado
Carro em
chamas é visto em academia da polícia colombiana
nesta quinta-feira (17) em Bogotá — Foto: AP
Photo
|
José Aldemar
Rojas Rodríguez nasceu em 13 de maio de 1962 em Puerto Boyacá. A região fica
próxima à fronteira com a Venezuela, e, segundo o "El Tiempo", a
presença do Exército de Libertação Nacional (ELN), composta por cerca de 2 mil
combatentes, é muito forte por lá.
Ainda de acordo
com o jornal colombiano, Rojas comprou o veículo em maio do ano passado e não
tinha passagem pela polícia.
Ainda não está
claro o motivo que levou Rojas a provocar a explosão. A investigação parte de
três hipóteses para a coordenação do ataque:
- Milícias do ELN, responsáveis por outros ataques em
2017;
- O "clã Úsuga", uma milícia paramilitar
ligada ao narcotráfico no país;
- Dissidentes das Farc, antigo grupo paramilitar que
se converteu em partido político.
Violência na
Colômbia
Explosão
deixou dezenas de mortos e feridos em Bogotá
Foto:
Infografia: Roberta Jaworski/G1
|
Carros-bomba
foram frequentes na Colômbia na época do cartel de drogas de Medellin, liderado
pelo narcotraficante Pablo Escobar.
O país também
conheceu vários episódios de violência em décadas de guerra civil entre o
Estado e diversos grupos terroristas, como as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc).
Em 2016, o
governo fechou um acordo de paz com as Farc, que se tornaram um partido
político, colocando fim a uma guerra que deixou 260 mil mortos e milhões de
pessoas deslocadas.
O último grande
atentado no país havia ocorrido em janeiro de 2018, quando a
ELN detonou uma bomba na cidade de Barranquilla, no norte do país,
matando cinco policiais e ferindo dezenas.
A guerrilha,
que é considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos, tem
participado de negociações com o governo desde fevereiro de 2017, com o
objetivo de encerrar o conflito.
Duque, que
tomou posse em agosto, colocou como condição para as negociações de paz com o
ELN a interrupção das hostilidades e a libertação de todos os reféns.
Por G1
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!