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"A NASA está
atualmente fechada devido a um lapso no financiamento do governo", informa
a agência espacial em um
de seus websites. É que, desde o dia 22 de dezembro, está acontecendo uma
paralisação generalizada no governo dos Estados Unidos, em protesto contra a
recusa do presidente Donald Trump em abrir mão de seu projeto de construir um
muro na fronteira entre o país e o México.
Essa já é a
maior paralisação da história dos EUA, com pelo menos 80 sites do governo sendo afetados (fora do
ar ou com funcionalidades reduzidas), e até mesmo o futuro do telescópio
espacial Hubble está em xeque, já que sua câmera apresentou defeito e não há como repará-la
enquanto a greve durar.
Mensagem que
aparece no site NASA People sobre o atual status operacional da agência
Piorando a
situação, empreiteiros contratados pela NASA estão sem pagamento, que deveria
ter acontecido no último dia 11 de janeiro. Com o governo paralisado, não houve
a liberação dos valores para que os pagamentos sejam feitos aos trabalhadores
sindicalizados do Kennedy Space Center. São essas pessoas que consertam redes
elétricas, por exemplo, ou ainda que realizam as verificações de segurança em
novos lançamentos.
Na última
semana, cerca de 60 desses trabalhadores se reuniram na International
Association of Machinists and Aerospace Workers Local 2061 (Associação
Internacional de Operários e Trabalhadores Aeroespaciais), em Cabo Canaveral,
para debater o assunto. Cerca de 1.400 funcionários do Kennedy Space Center
(600 representados pelo sindicato) estão sem poder trabalhar desde o dia 22 de
dezembro, com muitos deles antecipando as férias remuneradas para não ficarem
sem dinheiro enquanto não podem voltar ao trabalho, com vários outros
precisando usar suas poupanças e até mesmo realizando empréstimos para pagar as
contas enquanto a greve durar.
O impacto da
paralisação no programa espacial da NASA
Com tantos
funcionários em casa, um dos impactos da paralisação será o adiamento de
iniciativas da NASA, como os testes da cápsula Orion (que levará humanos de
volta à Lua), o desenvolvimento do foguete SLS (que será o mais poderoso da
agência espacial, visando futuras missões para Marte), e o início do programa
comercial da agência com a SpaceX, que
deveria fazer em breve o primeiro teste de voo, não tripulado, com a nave Crew
Dragon para levar astronautas à Estação Espacial Internacional (encerrando a
parceria da NASA com a Rússia nesse sentido).
Este teste com
a nave da SpaceX, lançada por um foguete Falcon 9, deveria acontecer agora em
janeiro, mas precisou ser adiado para fevereiro não somente por conta
da paralisação, mas também em consequência de "questões técnicas" não
especificadas.
A Crew
Dragon da SpaceX está quase pronta para ser lançada,
mas seu lançamento pode ser adiado ainda mais
devido à greve
(Foto: SpaceX)
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E, voltando à
falha na câmera do Hubble (a Wide Field Camera 3), que é um dos principais
instrumentos do telescópio espacial, ela apresentou defeito no dia 8 de janeiro,
mas a maioria dos funcionários do Goddard Space Flight Center (onde ficam as
operações do Hubble) está em licença involuntária enquanto durar a paralisação.
Há apenas algumas pessoas autorizadas a continuar trabalhando, com essa equipe
investigando o problema técnico da câmera somente para descobrir o que e quanto
tempo será necessário para os reparos, que não têm como acontecer enquanto a
greve durar.
Vale lembrar
que o Hubble foi lançado em 1990, e já foi atualizado cinco vezes por
astronautas para poder continuar funcionando. A última manutenção presencial
aconteceu em 2009, justamente quando foi instalada a câmera que agora
apresentou defeito. É verdade que a vida útil do Hubble está próxima do fim,
mas a situação é grave, já que seu sucessor — o telescópio espacial James Webb
— ainda não foi lançado, o que deveria ter acontecido em 2018, mas uma série de
problemas fez com que a previsão de seu lançamento fosse adiada para o ano de 2021, somente.
*Com
informações de Orlando Sentinel
Patrícia
Gnipper
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