O presidente
da Venezuela, Nicolás Maduro, durante seu discurso
anual à
nação perante membros da Assembleia Constituinte, em Caracas,
na segunda-feira (14) — Foto: AP Photo/Ariana
Cubillos
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Nota do Ministério
das Relações Exteriores foi divulgada após chanceler Ernesto Araújo receber
opositores do presidente venezuelano, que se diz alvo de tentativa de golpe.
O Ministério
das Relações Exteriores divulgou uma nota na noite desta quinta-feira (17) na
qual afirma que o regime de Nicolás Madurona Venezuela é
baseado no tráfico de drogas e de pessoas e no terrorismo.
A nota foi
divulgada após o ministro Ernesto Araújo se reunir em Brasília com lideranças
políticas venezuelanas que fazem oposição a Maduro.
"O sistema
chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado. Está
baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na
lavagem de dinheiro e no terrorismo", diz o Itamaraty.
Em outro
trecho, o texto afirma que "o Brasil tudo fará para ajudar o povo
venezuelano a voltar a viver em liberdade e a superar a catástrofe humanitária
que hoje atravessa" (leia a íntegra mais abaixo).
O presidente
Jair Bolsonaro
recebeu o juiz venezuelano Miguel Ángel Martín, opositor de Maduro. Em
um vídeo divulgado pelo Palácio do Planalto à noite, Bolsonaro diz que o Brasil
fará "tudo o que for possível para restabelecer a ordem, a democracia e a
liberdade" na Venezuela. "Eu acredito que a solução virá em
breve", afirma.
"Sabemos
como esse desgoverno chegou ao poder, inclusive com a ajuda de presidentes que
o Brasil já teve, como Lula e Dilma. E isso nos torna responsáveis pela
situação em que vocês se encontram", diz Bolsonaro no vídeo.
Maduro sob
pressão
Reeleito em
maio de 2018 em uma votação marcada por boicote da oposição, denúncias de
fraude e alta abstenção, Maduro tomou posse na semana passada para mais seis
anos de governo sob pressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), dos
Estados Unidos e de países vizinhos -- Brasil e Argentina entre eles --, que
não reconhecem o novo mandato.
Controlada pela
oposição, a Assembleia Nacional da Venezuela declarou
Maduro "usurpador", e o presidente do parlamento, Juan
Guaidó, pediu ajuda da comunidade internacional para tirá-lo do poder. Nesta
semana, Guaidó recebeu
um telefonema de apoio de Mike Pence, vice-presidente dos Estados
Unidos.
Maduro, por sua
vez, acusa o governo americano de fomentar um golpe para derrubá-lo com a
participação de países sul-americanos.
Crise na
Venezuela
A Venezuela
enfrenta uma profunda crise política, econômica e social.
A inflação no
país, por exemplo, ultrapassa
1.000.000% ao ano, milhares de cidadãos deixaram
o país fugindo da crise econômica e da falta de comida, e líderes
de oposição têm denunciado perseguição por
parte do governo há pelo menos seis anos.
Íntegra
Leia a íntegra
da nota do Ministério das Relações Exteriores:
Reunião com
forças políticas democráticas venezuelanas
O Ministro
das Relações Exteriores Ernesto Araújo realizou hoje reunião com as principais
forças políticas democráticas venezuelanas. O encontro incluiu sessão que
contou também com a presença de representantes de países do Grupo de Lima e dos
EUA.
O Ministro
reuniu-se separadamente com o Presidente do Tribunal Supremo de Justiça da
Venezuela e outros Magistrados do mesmo Tribunal, bem como com representante do
Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).
A reunião
teve por objetivo analisar a situação na Venezuela decorrente da ilegitimidade
do exercício da presidência por Nicolás Maduro e da manifestação do Presidente
da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, de sua disposição de assumir a Presidência
da Venezuela interinamente, seguindo a Constituição venezuelana. Teve
igualmente por objetivo discutir ideias de ação concreta para restabelecer a
democracia na Venezuela.
O
papel-chave do Brasil, sob a liderança do Presidente Bolsonaro, na mudança do
cenário venezuelano, onde pela primeira vez em muitos anos ressurge a esperança
da democracia, foi reconhecido por todos os líderes venezuelanos.
De acordo
com as lideranças venezuelanas, hoje na Venezuela 300.000 pessoas correm o
risco de morrer de fome. Mais de 11.000 recém-nascidos perdem a vida anualmente
por falta de atendimento primário pós-natal. O déficit de medicamentos é de
85%. Os líderes venezuelanos enfatizaram que se trata de um genocídio
silencioso, perpetrado pela ditadura de Maduro contra seu próprio povo.
O sistema
chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado. Está
baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na
lavagem de dinheiro e no terrorismo.
O Brasil
tudo fará para ajudar o povo venezuelano a voltar a viver em liberdade e a
superar a catástrofe humanitária que hoje atravessa.
Por G1 — Brasília
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