© Fornecido
por AFP Resposta de emergência após o ataque
com
carro-bomba em Bogotá em 17 de janeiro de 2019
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Um homem
explodiu um carro-bomba nesta quinta-feira em uma academia de polícia no sul de
Bogotá. Ao menos 21 pessoas morreram, inclusive uma cadete equatoriana, e mais
de 60 ficaram feridas no "ato terrorista insano", segundo o governo.
O autor foi
identificado pelo Ministério Público como José Aldemar Rojas Rodríguez, de
nacionalidade colombiana, que entrou às 9h30 local (12h30 de Brasília) em uma
caminhonete cinza Nissan Patrol de 1993 na Escola de Oficiais General Francisco
de Paula Santander, no sul da capital colombiana.
Rojas Rodríguez
morreu no ataque, revelou à AFP um membro do MP, acrescentando que ainda não há
informação sobre possíveis ligações do autor com grupos armados que operam no
país.
Este "ato
terrorista insano não ficará impune, os colombianos jamais se submetem ao
terrorismo, sempre o derrotamos, esta não será a exceção", disse o
presidente Iván Duque em declaração à imprensa ao lado do procurador-geral,
Néstor Humberto Martínez.
Duas
equatorianas estão entre as vítimas, a cadete Erika Chicó, que morreu, e
Carolina Sanango, que sofreu ferimentos leves.
Dois cadetes
panamenhos ficaram feridos no atentado, de um grupo de 45 alunos da academia
procedentes do Panamá, informou o presidente panamenho, Juan Carlos Varela.
O veículo, que,
segundo o MP, tinha passado por uma revisão em julho de 2018 em Arauca
(fronteira com a Venezuela), explodiu durante uma cerimônia de promoção de
oficiais e cadetes.
"Ouvi como
se o céu tivesse caído na minha cabeça. Foi uma explosão muito grande e, quando
saí, havia muita fumaça", disse Rocío Vargas, vizinha do local.
Segundo relatos
da polícia, um cão farejador detectou os explosivos. Quando foi descoberto,
Rojas acelerou o carro e atropelou um policial. Três militares foram atrás do
veículo que, segundos depois, explodiu.
Esse é o pior
ato de terror na capital colombiana desde fevereiro de 2003, quando os rebeldes
do atual partido Farc detonaram um carro-bomba no clube El Nogal. Trinta e seis
pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
'Não vamos
ceder'
Diante do
ataque, o presidente Duque precisou voltar às pressas para Bogotá, após
cancelar um evento de segurança em Quibdó (noroeste).
"Eu dei a
ordem às forças militares e à polícia nacional para mobilizar todas as suas
capacidades de inteligência e determinar, em coordenação com o Ministério
Público, quem é responsável por este ataque covarde e impedir qualquer ação
criminosa", disse.
Ele também
alertou: "Nunca vamos ceder a atos de terror, a Colômbia é firme e não se
intimida".
Duque, que
assumiu o cargo em agosto de 2018, tem endurecido a política de combate às
drogas no país, maior produtor de cocaína do mundo, e estabeleceu condições
para reavivar as negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional
(ELN), última guerrilha ativa no país.
Nenhum grupo
reclamou a autoria do ataque, e as autoridades não revelaram suas hipóteses
sobre a autoria intelectual do ato.
Além do ELN -
que, no passado, admitiu ataques com explosivos contra a polícia -, também
operam no país gangues de narcotráfico de origem paramilitar e dissidências das
Farc, que lutam pelo controle territorial em meio a uma espiral de violência
seletiva contra líderes sociais, que já deixou 438 mortos desde janeiro de
2016.
Há um ano, a
polícia também foi alvo de um ataque a bomba dentro de uma delegacia em
Barranquilla. Seis militares morreram e 40 ficaram feridos. Dias depois, o ELN,
cuja delegação de paz está em Havana, assumiu a ação.
Solidariedade
internacional
Na véspera do
ataque desta quinta-feira, um novo grupo de aspirantes a oficiais entrou na
escola. Outros, como Jonathan Oviedo, retomaram suas aulas.
"Meu irmão
Jonathan, que é cadete, conseguiu falar conosco e nos disse que estava ferido,
depois um tenente foi até o telefone e a comunicação foi interrompida. Nos dois
anos que ele está na polícia jamais enfrentou uma situação assim", contou
Carol Oviedo.
Uma funcionária
da saúde das Forças Armadas disse à imprensa que o veículo invadiu
"abruptamente" a academia da polícia.
"Ele
entrou abruptamente, quase atropelando os policiais e depois explodiu",
relatou Fanny Contreras.
Enquanto isso,
Duque solicitou a colaboração dos colombianos para "desmantelar a
estrutura criminosa" que executou o ataque, embora não tenha mencionado
nenhuma organização específica.
Do escritório
da ONU na Colômbia até os Estados Unidos, passando pelo governo da Venezuela -
com o qual Bogotá congelou as relações - e pelas Farc, autoridades do mundo
todo condenaram o ato e expressaram solidariedade.
Com cerca de 8
milhões de habitantes, Bogotá foi abalada por atos esporádicos de terror em
2017. Em fevereiro daquele ano, o ELN assumiu a responsabilidade por um ataque
a uma patrulha policial que matou um soldado e feriu gravemente vários outros
no bairro de Macarena, em Bogotá.
Nesse mesmo
ano, um ataque em um centro comercial de Bogotá deixou três mortos e vários
feridos. As autoridades acusaram o Movimento Revolucionário do Povo (MRP), um
grupo de esquerda.
AFP
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