BRASÍLIA - Ao
fazer sua estreia internacional, na semana que vem, no Fórum Econômico Mundial, o presidente Jair
Bolsonaro defenderá a aprovação rápida da reforma da Previdência, o ajuste das contas
públicas, a autonomia do Banco Central e a abertura da economia brasileira.
O rascunho do
discurso, que deve ter meia hora, já está pronto, mas a versão final do texto
será discutida hoje e no fim de semana, com a ajuda do ministro da Economia,
Paulo Guedes. O presidente deixará para seu “posto Ipiranga” detalhar as
questões econômicas aos investidores internacionais e se limitará a ser mais
genérico e político.
© Dida
Sampaio/Estadão Bolsonaro começa a discutir hoje versão final do discurso
que fará em Davos.
À elite
financeira mundial, Bolsonaro afirmará que o Brasil quer fazer negócios com
todos os países, mas voltará a defender que os parceiros sejam tratados sem
“viés ideológico”. Também vai dizer que não há tabus para acordos bilaterais,
desde que tragam resultados concretos para o País.
Caberá a Paulo
Guedes fazer uma apresentação global da reforma da Previdência e defendê-la
como essencial para a “oxigenação” da economia brasileira nos próximos anos.
Ele dirá que a proposta será voltada não somente para o enfrentamento do
problema demográfico de envelhecimento dos brasileiros e equilíbrio das contas
públicas, mas também para a modernização do sistema previdenciário e combate
aos privilégios.
Guedes teria
uma reunião com o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, mas ontem,
por conta da paralisação do governo dos EUA, o presidente Donald Trump cancelou
a participação da delegação do país.
Depois de fazer
um histórico das razões que levaram o Brasil a cair na “armadilha do baixo
crescimento”, Guedes vai centrar seu discurso no que vem chamando de
“terraplenagem” – uma agenda corretiva para colocar a economia no rumo de uma
expansão mais rápida e sólida. Essa agenda, dirá o ministro, está sustentada em
três pilares: reforma da Previdência, privatizações e concessões e enxugamento
e maior eficiência da máquina pública.
Também serão
apresentadas metas para os próximos anos, como a de aumentar a corrente de
comércio de 22% do PIB para 30% do PIB até 2020 e dobrar, em quatro anos, o
porcentual que o País investe em ciência e tecnologia, hoje em 1% do PIB. A
redução de impostos também está entre as metas.
Parte da
mensagem de Guedes é explicar como está a economia brasileira e reforçar que o
governo quer fazer a lição de casa e “igualar o jogo”. “Davos será muito
importante para a atualização da imagem do Brasil. Vamos deixar a visão de que
não apenas estamos dispostos à lição de casa, mas também à construção de uma
economia moderna”, afirmou uma fonte da equipe econômica que também participará
do evento em Davos. “Os investidores vão ouvir a mensagem de que o governo quer
tirar o Estado do cangote do brasileiro”. /COLABOROU LORENNA RODRIGUES
Tânia
Monteiro e Adriana Fernandes
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