© Fabio
Motta/Estadão De acordo com o relato da delegada, em
determinado momento, o homem colocou-se com a
metade do corpo
para fora do
carro, portando um fuzil.
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A mensagem, de
acordo com ela, dizia que o grupo pretendia atingir algumas autoridades e que
seu nome vinha especificado entre os alvos “com letras garrafais”. “Falei pessoalmente
na ocasião com o Rivaldo Barbosa (então chefe da Polícia Civil) e Gilberto
Ribeiro (subchefe operacional) e pedi uma análise de risco para ver se aquele
disque denúncia tinha fundamento ou não”, disse.
Segundo a
delegada, depois desta reunião, Ribeiro lhe telefonou para oferecer escolta
policial por um mês, mas ela recusou e afirmou que queria apenas a apuração da
denúncia. “Não recebi resposta do resultado dessa investigação”, afirmou. “Se
houve ausência de cuidado, quem tem que explicar são eles, até porque não sei
qual foi a motivação desse fato (deste domingo)”, afirmou.
Martha ainda
declarou que, quando era delegada titular, atuou na área de Campinho, que é
dominada pela milícia, e que trabalhou na investigação destas organizações
criminosas.
“Quem olhar a
minha trajetória na Polícia Civil vai verificar que a questão da milícia não
foi desconhecida da nossa administração, ou seja, nós sempre tivemos um radar
para a apuração dos casos de milícia. Eu quero dizer que a Polícia Civil
inteira sabe que, na minha atuação como delegada, fui uma pessoa que enfrentou
milícia e que eu, como chefe da Polícia Civil, não fechei os olhos para a
atuação da milícia”, declarou.
A deputada
disse que, depois da ameaça, transmitida no dia 5 de novembro, ela comprou um
carro particular blindado, já que o fornecido pela Assembleia Legislativa do
Rio (Alerj) não tinha esse equipamento. A blindagem não foi suficiente para lhe
garantir segurança, já que estilhaços atingiram o seu motorista, um policial
militar que lhe prestava serviços, no tornozelo.
Martha afirmou
também que não reagiu durante toda a ação e que apenas tomou a medida de manter
a sua mãe, de 88 anos, que também estava no carro, abaixada. Eles haviam
buscado a mãe da deputada, que mora no bairro, e seguiam para assistir a uma
missa na Tijuca.
©
Facebook/Reprodução Martha escapou ilesa do atentado
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Segundo a
delegada, ainda na Penha, seu motorista notou que um carro Celta de cor banca
estava atrás, com um dos homens, vestido de preto, luvas também pretas e touca
no rosto. De acordo com o relato da delegada, em determinado momento, o homem
colocou-se com a metade do corpo para fora do carro, portando um fuzil. Pouco
tempo depois, este carro fez disparos contra o seu, atingindo o tornozelo do
motorista e duas rodas.
O celta
perseguiu o carro da delegada até a altura da Avenida Brasil. Na via, o PM
conseguiu entrar em uma das ruas próximas e dirigir até o Olaria Atlético
Clube, onde buscaram socorro. Os criminosos entraram em outra rua e fugiram.
Governador do
Rio
O governador do
Rio, Wilson Witzel, disse que a linha inicial da investigação é que a deputada
tenha sido vítima de uma tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte ou de
graves lesões corporais). Segundo ele, essa informação lhe foi passada pelo
delegado Giniton Lages, chefe da Divisão de Homicídios e pelo secretário da
Polícia Civil, Marcus Vinicius.
"A linha
inicial é que foi uma tentativa de latrocínio, uma vez que já há outras
ocorrências no local que a polícia estava investigando. Já há uma possível
identificação e a polícia vai trabalhar, solicitar um mandato de prisão e vai
atrás dessas pessoas que estão praticando esse tipo de crime lá nessa
região", disse o governador.
Witzel disse
que, no entanto, a hipótese de atentado contra a deputada não foi descartada.
Ele informou que também pediu uma escolta policial imediata para a delegada e
que não tinha conhecimento da denúncia que a parlamentar relatou ter recebido,
em novembro do ano passado, de uma ameaça vinda da milícia.
Ministério
Público
O Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) divulgou há pouco uma nota oficial
sobre o ataque sofrido pela deputada estadual Martha Rocha na manhã deste
domingo. “O atentado configura-se num ato de extrema gravidade sobretudo por
tratar-se, mais uma vez, de uma parlamentar, o que representa uma tentativa de
intimidação e ameaça ao Democrático de Direito. O MPRJ manifesta sua
solidariedade à deputada e a seu motorista ferido e esclarece que acompanhará
com rigor a condução das investigações policiais, a cargo da Divisão de
Homicídios da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, assim como coloca à
disposição das autoridades do Estado suas equipes de investigação para completa
elucidação do caso da forma mais célere possível como exige a gravidade da situação.”
Constança
Rezende
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