Ary Ferreira
da Costa Filho era agente fazendário, ligado
à Secretaria de Fazenda do Estado — Foto:
Reprodução/TV Globo
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Ary Filho é
réu em cinco processos da Lava Jato na Justiça Federal. Desde que foi preso, o
agente fazendário custou R$ 220 mil aos cofres públicos. Atualmente responde a
processos em liberdade.
Quase dois anos
após sua prisão na Operação
Mascate, em fevereiro do ano passado, Ary Ferreira da Costa Filho foi
demitido da Secretaria de Fazenda. A baixa consta no Diário Oficial de
segunda-feira (26).
Ary Filho é
apontado como um dos operadores financeiros da organização
criminosa liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e
revelada pela Lava Jato.
Desde a década
de 90, ele é auxiliar do ex-governador no Legislativo e se tornou seu assessor
especial. Até dezembro de 2016, pouco depois da deflagração da Operação
Calicute, a primeira da Lava Jato no Rio, ele se manteve no cargo na gestão de
Luiz Fernando Pezão (MDB).
Até segunda,
Ary ocupava o cargo de agente fazendário e tinha remuneração mensal de R$
10.365,89. Desde outubro do ano passado, foi afastado do serviço e impedido de
acessar os sistemas informatizados da pasta. Ainda assim, recebia seus
salários.
Com a
determinação da corregedoria, Ary recebeu, desde a prisão, um total de R$
228.049,58, em salários — incluindo o décimo terceiro do ano passado.
Segundo a
denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Ary lavou R$ 10 milhões em
propina do esquema de Cabral apenas com concessionárias de veículos. Delatores
afirmam ainda que foram desviados R$ 3,8 milhões da Fazenda, de onde era
funcionário afastado até a semana passada.
De acordo com
publicação no Diário Oficial, a demissão foi "a bem do serviço
público" — quando é por motivo grave.
O processo de
demissão cita quebra de decoro, má conduta, uso do cargo para proveito pessoal,
quebra de normas legais e desrespeito às instituições.
A Secretaria
Estadual de Fazenda afirmou, em nota, que Ary foi afastado na mesma data em que
foi aberto o processo administrativo (2 de fevereiro de 2017).
"Sobre a
possível demora, na realidade, faz parte do rito administrativo",
prossegue o texto. "Como ele era servidor público estatutário, a
Secretaria teve que cumprir todos os ritos administrativos e legais que
antecedem a demissão e são exigidos em uma Administração Pública", emenda.
Defesa diz
que Erário foi ressarcido
De acordo com o
advogado dele, Alessandro Carracena, os salários deixarão de ser pagos
imediatamente a partir da publicação em Diário Oficial. Neste caso, a partir de
dezembro.
Ainda assim, o
defensor antecipa que pode entrar com um recurso para obter efeito suspensivo.
Ele diz também que o cliente foi condenado a ressarcir o Erário.
"O Estado
não pode simplesmente receber uma informação, ainda que seja de um processo
judicial, e levar a cabo sem ofertar ao servidor a possibilidade de
defesa", observa Carracena.
Ary é réu em
cinco processos da força-tarefa da na Justiça Federal, mas foi solto
pelo juiz Marcelo Bretas em outubro do ano passado, justamente no
dia em que havia sido denunciado pela terceira vez. Ele responde em liberdade e
já foi condenado a mais de 14 anos.
O aliado do
ex-governador foi apontado como o verdadeiro dono de imóveis de luxo de frente
para o mar, que foram
leiloados, e de um Camaro — veículo esportivo de luxo, apreendido no
dia de sua prisão.
Por Gabriel Barreira, G1 Rio
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