como “violenta” e
“ilegal”.
Uma gravação
mostra dezenas de pessoas – incluindo mulheres e crianças – correndo
em direção à cerca que separa os dois países, na divisa entre Tijuana e São
Diego. Os guardas de fronteira americanos usaram gás de pimenta para
dispersar a agitação.
Aqueles que
tiverem sua participação nos “eventos violentos” podem ser deportados
imediatamente, afirmou Navarrete em declaração à imprensa.
Nas horas
seguintes ao tumulto, o tráfego de carros na região foi interrompido pela
agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
O ministro
acrescentou que, “longe de ajudar seus objetivos”, as ações dos migrantes
violaram o sistema de regras de migração, e poderiam ter causado um “sério
incidente”.
A hondurenha
Ana Zúñiga, de 23 anos, disse a Associated Press que
viu migrantes abrirem um pequeno buraco no arame de um dos muros no lado
mexicano da fronteira, até que agentes americanos dispararam gás
lacrimogênio contra eles: “Nós corremos, mas quando você corre o gás se torna
ainda mais asfixiante”, disse enquanto segurava sua filha de três anos, Valery.
Com o crescente
desespero entre os que aguardam na região, cerca de 500 migrantes
protestavam pelo direito ao asilo político nos Estados Unidos.
Segundo o
ministro do Interior, eles haviam pedido ajuda para organizar o movimento, mas
depois foram encorajados por alguns dos líderes da manifestação a se dividirem,
para então fazer uma ofensiva em direção a fronteira, e tentar cruzar para
o lado americano.
Majoritariamente
formado por homens, o grupo quebrou o bloqueio da polícia mexicana
próximo a travessia. Carregando bandeiras dos Estados Unidos e de Honduras
pintadas a mão, eles entoavam: “Não somos criminosos. Somos trabalhadores
internacionais!”
Democrata pede
compaixão
Imagens de
crianças pequenas fugindo do gás lacrimogênio causaram preocupação de alguns
setores dos Estados Unidos. O candidato democrata nas eleições ao
governo da Flórida, Andrew
Gillum, disse em sua conta no Twitter que os líderes americanos deveriam
ser fortes o suficiente para ter compaixão pelos membros da caravana.
No sábado (24),
o Washington Post noticiou que a equipe de Trump havia
alcançado um acordo com o governo mexicano eleito, que assume o cargo no dia 1°
de dezembro, para conter os refugiados ao sul da fronteira. O futuro
ministro do Interior negou que algum acordo tenha sido fechado.
Albergue superlotado
Em torno de
6.000 pessoas que atravessaram o México nas últimas semanas estão agora
abarrotadas em um campo esportivo improvisado pela prefeitura local.
Eles caminham
em direção à ponte de Chaparral, na Califórnia, a 1 quilômetro de onde estão
acampados. Imigrantes disseram à Reuters que vão esperar até
que possam pedir asilo, apesar das crescentes medidas do governo americano para
restringir a imigração.
Na última
semana, Trump ameaçou fechar o acesso ao país por tempo indeterminado, se
a situação ‘se tornar incontrolável’. Além disso, deu a James Mattis,
Secretário de Defesa americano, poderes expandidos para usar o serviço militar
na proteção de divisas. O presidente americano confirmou que autorizou o
uso de força letal contra os migrantes e refugiados ‘se for necessário’.
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