Comissão do Escola sem Partido volta a ter tumulto em nova tentativa de análise do texto | Rio das Ostras Jornal

Comissão do Escola sem Partido volta a ter tumulto em nova tentativa de análise do texto

O projeto impõe regras aos professores sobre o
que pode ser ensinado em sala de aula. 

Colegiado tenta, há meses, votar projeto que impõe regras aos professores sobre o que pode ser ensinado em sala de aula. Reunião foi convocada para leitura do parecer do relator.
Sob clima tenso, a comissão especial da Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (20) uma nova reunião para tentar analisar o projeto conhecido como Escola Sem Partido. Novamente, houve bate-boca entre deputados favoráveis e contrários ao texto.
O projeto impõe regras aos professores sobre o que pode ser ensinado em sala de aula. O texto proíbe a manifestação de posicionamentos políticos, ideológicos ou partidários. O projeto também não permite que sejam discutidas questões de gênero e reforça que a educação religiosa, sexual e moral devem ficar a cargo da família, e não das instituições de ensino.
Segundo a proposta, os professores não podem se aproveitar da "audiência cativa" dos alunos para promover uma determinada corrente ideológica ou suas preferências morais e partidárias.
Defensores do texto afirmam que o objetivo é evitar a "doutrinação ideológica" nas escolas, que, segundo eles, geralmente é alinhada com a esquerda.
Críticos à proposta, porém, argumentam que o projeto fere a liberdade de aprender e ensinar e não estimula o pensamento crítico dos estudantes.
A comissão tenta votar o parecer do relator, deputado Flavinho (PSC-SP), há vários meses. Desde julho, já foram realizadas seis reuniões, mas sem que o texto avançasse.
A reunião desta terça teve início por volta das 16h20 e foi suspensa por volta das 18h devido ao início da Ordem do Dia, período de votações no plenário da Câmara. Uma nova reunião foi convocada para as 9h desta quarta (21).
Bate-boca
Os ânimos se acirraram porque parlamentares do PT, PCdoB e PSOL, contrários à matéria, alegaram que não estavam tendo o direito de fala respeitado. Houve troca de acusações e provocações.
Em determinado momento, deputadas contrárias ao texto se levantaram e foram reclamar com o presidente da comissão. A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) chegou a chamá-lo de "tirano".
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) o criticou e disse que não estava reconhecendo o estilo de Marcos Rogério, que no passado foi o relator do processo de cassação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Como nas reuniões anteriores, o acesso ao plenário da comissão dos manifestantes foi controlado por meio de senhas. Do lado de fora, um grupo maior protestava com gritos e palavras de ordem.
Por Fernanda Calgaro, G1 — Brasília

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