© Ed Ferreira/Estadão O senador eleito
pelo Ceará, Cid Gomes, do PDT
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BRASÍLIA- O
senador eleito Cid
Gomes (PDT-CE) disse nesta terça-feira, 16, ao Estadão/Broadcast,
que parte do PT já deu por perdida a disputa presidencial no
segundo turno das eleições
2018 e está "se lixando" para o presidenciável Fernando
Haddad. Na visão do irmão de Ciro Gomes (PDT), a
"companheirada" só está pensando em garantir a hegemonia na oposição
a um futuro governo de Jair
Bolsonaro (PSL).
"Eles (petistas)
querem ser hegemônicos inclusive na oposição. Boa parte da companheirada aí
já deu por perdido (o segundo turno) e está pensando nisso, em ser
hegemônico na oposição. Estão se lixando para o Haddad. São
incapazes de um gesto de grandeza, mesmo que isso seja permitir uma
oportunidade para o jovem, talentoso, inteligente, preparado que é o Fernando
Haddad. Eu acho que isso (gesto de autocrítica) tem que partir de quem
está no comando do PT", afirmou.
Cid provocou
polêmica em ato político realizado em Fortaleza (CE), na noite desta
segunda-feira, no qual conclamou que o PT fizesse uma autocrítica para não
"perder feio" de Bolsonaro no pleito presidencial. O
pedetista acabou vaiado pela plateia, que começou a gritar o nome do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba
na Operação Lava Jato. Após a fala de Cid, o PT considera improvável criação de frente amplacontra
Bolsonaro.
Nesta
terça-feira, Cid Gomes reiterou à reportagem essas críticas e disse que é uma
característica do PT não fazer gestos para reconhecer erros.
Reprodutor de
vídeo de: YouTube (Política de Privacidade)
"Se tem
uma possibilidade de reversão desse quadro (liderança de Bolsonaro),
extremamente avesso ao Haddad, que eu considero o melhor candidato,
é a gente ir no nó da questão, que é essa ânsia, essa raiva, essa vingança, que
boa parte dos brasileiros tem em relação ao PT", disse. "Penso que a
única forma de se contrapor a esse sentimento é desvincular. É um pedido de
desculpas, é o reconhecimento de erros. Ser humilde não faz mal a ninguém,
nunca vi ninguém sofrer porque fez gesto de humildade, de reconhecimento de
erros. Falta infelizmente (esse reconhecimento de erros), que pelo visto
é característica do PT", afirmou.
O senador
eleito disse ainda que há um sentimento na sociedade brasileira de "dar
uma lição" tanto em PT quanto no PSDB, mas os
tucanos já tomaram a "porrada" no primeiro turno, quando o
presidenciável do PSDB, Geraldo
Alckmin, figurou como quarto colocado.
"(A
rejeição da sociedade) não é só PT, não, ao PSDB também. Acho que há um
sentimento de virar as duas páginas (PSDB e PT). O Alckmin levou a
primeira porrada, o PSDB levou a primeira porrada no primeiro turno. É óbvio
que o PT é um partido que tem mais máquina, acabou elegendo a maior bancada,
que no final das contas é 10% do Congresso. Isso, para um partido que teve o
presidente da República por quatro mandatos seguidos, é nada. Então há um
sentimento de dar uma lição no PSDB e no PT e agora o Haddad será vítima
disso", disse.
Mais cedo, Cid
usou seu perfil no Facebook para tentar contornar a repercussão de suas
declarações. Ele escreveu na rede social que Haddad é "infinitamente
melhor que o Bolsonaro". "Eu não quero me vingar de ninguém. Para o
Brasil o menos ruim é o Haddad. Por isso penso que seria melhor que ele
ganhasse", publicou.
Renan Truffi
Estadão
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