A emissora
reuniu Alvaro
Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Fernando
Haddad (PT), Geraldo
Alckmin (PSDB), Guilherme
Boulos (PSOL), Henrique
Meirelles (MDB) e Marina Silva(Rede)
– saiba mais abaixo o que eles disseram.
Antes de o
debate começar, os mediadores Celso Freitas e Adriana Araújo informaram que o
candidato Jair
Bolsonaro (PSL) foi convidado, mas não compareceria por
recomendações médicas. Internado desde o último dia 6, quando levou
uma facada durante um ato de campanha, Bolsonaro recebeu
alta neste sábado (29).
O debate deste
domingo foi dividido em quatro blocos:
- 1º, 2º e 3º blocos: Candidatos fizeram
perguntas entre si;
- 4º bloco: Considerações finais.
Respostas
Saiba, abaixo,
as respostas dadas pelos candidatos:
Observação: A
ordem abaixo segue a ordem de respostas dadas no primeiro bloco do debate.
FERNANDO
HADDAD (PT)
- Infraestrutura: "Para mim,
Daciolo, com a Emenda Constitucional 95, que fixou um teto de gastos por
20 anos, nós não vamos retomar as obras de infraestrutura que se encontram
paradas neste momento. São obras importantes por duas razões. Em primeiro
lugar, porque elas geram emprego imediatamente. A construção civil,
sobretudo, gera muitos empregos. Minha Casa, Minha Vida, obras de
infraestrutura, transposição do São Francisco, Transnordestina, ferrovias
importantes em Santa Catarina e Bahia. Tudo isso gera emprego. Em segundo
lugar, melhora a produtividade da nossa economia, nós vamos exportar mais
se fizermos isso. Portanto, nós pretendemos substituir o teto de gastos
aprovado pelo governo Temer, com o apoio do PSDB, por uma outra fórmula
fiscal que garanta investimentos. Nosso objetivo é ampliar a capacidade de
investimentos do estado brasileiro. Para mim, o presidente Lula,
respondendo à sua segunda pergunta, foi o maior presidente da história do
Brasil. É o maior estadista da história e é uma pessoa com projeção
internacional, que recebe semanalmente apoio de lideranças do mundo
inteiro, chefes de estado do mundo inteiro, em função da sua situação e da
sua prisão injusta."
- Alianças políticas: "Concordo com
você [Guilherme Boulos] e temos muitos pontos em comum. Nós somos defensores
da democracia, da paz, somos defensores dos direitos sociais, civis, dos
direitos trabalhistas e isso nos coloca no mesmo campo. O PT decidiu
apoiar o governador de Algoas, Renan Filho, que hoje tem expressiva
votação e decidiu apoiar o governador do Ceará, Camilo, que é do PT e
também está com votação expressiva, assim como os candidatos do PT a
governador em estados do Nordeste. O do Piauí não foge à regra, o da Bahia
não foge à regra e nesses estados a liderança dos governadores do PT é
tamanha que eles receberam apoio expressivo de todos os partidos. No
Ceará, por exemplo, que o PT governa, o Ciro e o MDB apoiam a reeleição do
governador, isso não desmerece o trabalho deles, pelo contrário. Eles
foram tão vitoriosos no empenho em melhorar a vida das pessoas que
receberam apoio dos partidos. Tenho coligação com PCdoB, a Manuela D'Ávila
é minha candidata a vice, e PROS, são os dois partidos que estão conosco
neste momento."
- Assembleia Constituinte: "Ciro, na
verdade, a nossa Constituição de 88 já tem mais de 100 emendas
constitucionais. O presidente Lula era candidato até pouco tempo atrás e
ele imaginava uma situação em que nós poderíamos criar as condições para
que nós pudéssemos, no futuro, não agora, criar as condições para que nós
tivéssemos uma Constituição mais moderna, mais enxuta com princípios,
valores bem constituídos, reequilibrasse os poderes da República,
refizéssemos o sistema tributário que penaliza gravemente os mais pobres,
que colocássemos regras para o sistema bancário extremamente concentrado
no Brasil. Muita coisa que você está falando que vai fazer, você não vai
conseguir fazer sem reforma constitucional. Além disso, nós temos o
sistema de Previdência, sobretudo os regimes próprios precisam ser
revistos. Nós temos estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro numa crise profunda. Alguns outros estados estão a caminho de
terem suas contas insustentáveis no curto prazo em função de uma série de
regras que precisam ser revistas. Isso pode ser feito se o Congresso decidir
convocar uma Assembleia exclusiva ou, se o Congresso assim não entender,
ele pode se reformar. Mas com a celeridade necessária para que nós
possamos repactuar a República no Brasil".
- Considerações finais: "Eu vejo o futuro do Brasil, os brasileiros e brasileiras com os espíritos desarmados, mas alimentados por trabalho e educação. A imagem que eu vislumbro é das brasileiras e brasileiros com a carteira de trabalho na mão assinada e com um livro na mão. E não com armas. O tempo que nós vivemos do presidente Lula em que as pessoas eram felizes, as pessoas viveram um momento em que o Brasil criou 20 milhões de empregos em apenas 12 anos e nós abrimos as portas das escolas técnicas e das universidades para os jovens brasileiros. Quem está reeducando o Brasil nesta direção é a mulher brasileira que foi às ruas ontem pedir paz, pedir democracia e exigir os seus direitos que são garantidos pela nossa Constituição. Então, votando 13, o Brasil vai voltar a ser feliz de novo. Boa noite e obrigado."
HENRIQUE
MEIRELLES (MDB)
- Políticas para pessoas com deficiência e idosos: "Antes
de mais nada, o Brasil precisa investir, criar emprego e renda. Para isso
nós temos que ter capacidade de ter uma boa política econômica e, a partir
daí, com emprego, nós vamos também criar direcionamentos especiais para
que os deficientes possam ter acesso a esses empregos. E depois não basta
apenas entrar na empresa ou entrar no setor público. É importante garantir
que o deficiente progrida na carreira, que ele tenha condições de fato de
ter uma evolução de acordo com o seu potencial e a sua capacidade de
produção, a sua capacidade de fato de realização em prol do país e para si
próprio e para a sua família. Além do mais, temos que ter tratamentos
específicos para o deficiente. E para isso, mais uma vez, é necessário
recursos. E como você mencionou, no momento em que eu estive no Banco
Central a economia cresceu e os recursos cresceram. Como presidente da
República, de fato o Brasil vai crescer muito e a partir daí teremos
recursos para segurança, saúde, educação e, certamente, recursos também
para atender ao deficiente e dar um bom tratamento para todos".
- Combate ao desemprego: "O Brasil
vivia a maior recessão da história quando assumi o Ministério da Fazenda.
Tiramos o Brasil do fundo do poço e o Brasil voltou a crescer. Criamos no
ano passado, em 2017, 2 milhões de empregos. Mas ainda é pouco porque
existiam 14 milhões de desempregados. Agora, o Brasil voltou a crescer e
cresceria mais este ano se não fossem as propostas radicais, que ameaçam o
crescimento e a geração de emprego, de alguns candidatos. E consumidores
começam a adiar suas compras, investidores e empresários começam a adiar
seus investimentos preocupados com essas propostas. Agora, para criar
emprego, para que de fato o Brasil possa crescer, é preciso equilibrar as
contas públicas e aumentar a confiança no país. Tenho as condições. A
confiança cresceu todas as vezes que entrei no governo. Cuidei da
popupança de 20 milhões de famílias e sei como trazer o crescimento para o
Brasil".
- Combate à violência e à criminalidade: "Nós
temos que tratar o tema da violência na sala de aula. Desde a violência,
sim, com LGBT, mas também a violência contra as mulheres, a violência
racial, e toda a violência gratuita também. Nós temos que estabelecer a
segurança no Brasil. Para isso, nós temos que não só ensinar isso nas
salas de aula, mas nós temos também que estabelecer confiança na polícia
e, para isso, nós temos que colocar o país para crescer para que as
polícias tenham condições de comprar equipamento, comprar armamento,
comprar viaturas, e contratar policiais. Existem estados brasileiros que
faz 10 anos que não contratam um policial. Então tudo isso vai ser
resultado, agora, do nosso trabalho. Os estados vão crescer e vão ter
condições de equipar as suas polícias. Além do mais, vamos criar um
sistema nacional de informações, que vai coletar essas informações e
fornecer para as polícias, e aí esse tipo de coisa vai ser resolvido,
porque nós vamos saber onde está havendo a violência de gênero, onde está
havendo a violência racial, onde está havendo a violência contra as
mulheres. Violência se combate com inteligência."
- Considerações finais: "Boa noite a
todos, obrigado pela audiência. A programação eleitoral tem sido um
ringue. Todos brigando contra todos. Tivemos aqui hoje até um pouco de
delírio. Mas a minha briga é outra. Eu quero brigar por emprego, renda e
dignidade. Eu já mostrei ao longo da minha vida que o que interessa é
resultado. E é isso que, juntamente com o meu candidato a vice-presidente,
Germano Rigotto, vamos oferecer para o Brasil. Eu vou usar a confiança que
eu conquistei dirigindo uma instituição e trabalhando no mundo inteiro
para trazer emprego, crescimento e renda para o Brasil. Isso é o que
interessa. Não interessa aos brasileiros simplesmente essa guerra. O que
interessa aos brasileiros é paz, crescimento e renda para todos."
CIRO GOMES
(PDT)
- Combate à intolerância: "Nenhum
país do mundo suportará o desdobramento que estamos visualizando, com
ameaça sobre a sociedade brasileira. O Brasil, em 2014, teve uma eleição
rachada, o outro lado não reconheceu o resultado das eleições e há quatro
anos o Brasil não para para discutir a massa de desempregados, a massa de
pessoas na informalidade, a massa de brasileiros com nome sujo no SPC,
humilhados, sem poder comprar um calçado para o filho. E a violência que
se desdobra disso não é brincadeira. Sessenta e três mil homicídios aconteceram
no país e não mudamos nada na legislação brasileira para enfrentar essa
onda que se vulgarizou. Sessenta mil mulheres são estupradas no nosso
país, 220 mil pontos de comércio fecharam no Brasil e a política
brasileira chafurdando no ódio, no radicalismo, que atinge seu apogeu
agora, justo na hora que temos a ocasião para pedir ao povo brasileiro
que, iluminado por Deus, ponha a mão na cabeça, reflita um pouco, par
aunirmos o Brasil que produz, trabalha, dialogar com forças diferentes,
superar o ódio, e o Bolsonaro interpreta isso, mas o outro lado também
aperfeiçoa isso".
- Educação: "Se me permitir, Haddad,
eu quero só opor um reparozinho, que é uma informação, o Eunício Oliveira,
lá no Ceará, eu vetei o acordo do meu partido e, portanto, da minha participação
na aliança dele. Eu não aceito o apoio dele, porque ele é corrupto. E você
foi para lá e acertou-se com ele despudoradamente, não foi porque tem
aliança com o PT não. Só para a gente ter clareza, porque não é bem
verdade. Educação para mim é um compromisso de vida. O Ceará, como você,
que é um expert da área, sabe, tem hoje 82 das 100 melhores escolas
fundamentais do Brasil. Restam 18 escolas do ensino fundamental para todo
o resto do país. O Ceará, no Ideb do ensino médio, saltou oito posições.
Saiu do 12º lugar para o 4º lugar no Brasil. E uma de cada três escolas do
Ceará de nível médio já é em tempo integral e a maioria esmagadora com
ensino técnico profissionalizante, com estágio remunerado pelo governo nas
empresas. E essa é a concepção que eu tenho para o conjunto no Brasil. Sob
o ponto de vista do ensino superior, eu estou muito preocupado, porque o
Fies apresentou um rombo gigantesco e, hoje, a garotada está inadimplente
e, profundamente, angustiada em como pagar isso. Eu quero ter uma proposta,
assim como tenho para a questão do SPC, para reestruturar isso. E, de
qualquer forma, nós precisamos fazer um aposta mais clara no ensino
público e gratuito, porque botar muito dinheiro público para cevar a
arapuca de educação privada sem qualidade, infelizmente, é uma das
distorções graves e eu não duvido da boa-fé, da intenção, mas é muito
grave a distorção hoje."
- Fundo eleitoral: "Há 17 milhões de
brasileiros desempregados e desalentados. São 32 milhões de brasileiros na
informalidade, correndo da repressão todos os dias. Sessenta e três
milhões de pessoas humilhadas. Esses números, todos os dias, eu lembro
deles. O Brasil não pode mais continuar neste caminho que aí está. A
indignação do Daciolo é muito fielmente interpretada como uma indignação
que se generalizou na sociedade Brasileira. Entretanto, eu pretendo fazer
o Brasil se reconciliar. Eu pretendo ajudar o Brasil a caminhar para além
dos personalismos, das adorações a belzebus e a ídolos. O Brasil precisa
se debruçar sobre ideias, propostas, concretudes para a vida do nosso
povo, saúde, educação em tempo integral, creche em tempo integral para as
mulheres irem à luta. É um apanhado rápido de propostas que tenho. E tenho
uma agenda que é consertar conta pública. E esse fundo eleitoral é uma
vergonha para o Brasil".
- Considerações finais: "Eu quero me
dirigir a você, meu irmão, minha irmã, que não decidiu ainda o seu voto,
que admite mudá-lo, a você que está votando contra alguém ou contra um
partido. Eu quero me dirigir a você que vota no Bolsonaro porque não quer
o PT. Eu quero me dirigir a você que vota no PT porque não quer o
Bolsonaro. Eu lhe entendo, eu entendo com o meu coração. Mas deixe que eu
diga a cada uma e a cada um de vocês. Se isso continuar acontecendo, a
única certeza dessas eleições é que essa crise vai continuar e vai se
aprofundar e o nosso país não aguenta. Eu não sou PT, nem anti-PT. Eu peço
uma oportunidade. Examine o meu programa, examine a minha vida, e eu peço
a oportunidade para reconciliar o Brasil, para unir a nossa pátria ao
redor da agenda dos mais pobres que estão passando o pior momento da
história moderna do Brasil. Eu sou o candidato menos rejeitado. Eu sou a
segunda opção de todos. Eu venço o Haddad e venço o Bolsonaro no segundo
turno, mas para isso eu preciso do seu voto já no primeiro turno."
MARINA SILVA
(REDE)
- Democracia: "O Bolsonaro tem uma
atitude autoritária, antidemocrática, desrespeita as mulheres, desrespeita
os índios, desrespeita os negros, desrespeita a população brasileira. Mas,
com essa frase, ele também desrespeita a Constituição, desrespeita o jogo
democrático. Numa democracia, se não temos comprovação de que houve uma
fraude, não se pode entrar no jogo se for para você ganhar de qualquer
jeito. Para mim, essas palavras do Bolsonaro, além de desrespeito à
democracia, só pode ser uma coisa: o Bolsonaro fala muito grosso, mas tem
momentos que ele amarela. E amarela mesmo, porque isso são palavras de
quem já está com medo da derrota, da derrota do povo brasileiro que será
dada a ele pela atitude autoritária. Hoje, Ciro, no Brasil, nós temos que
enfrentar dois projetos autoritários, aqueles que têm saudosismo da
ditadura e que não respeitam a Constituição e aqueles que fraudaram a
eleição em 2014, como foi o caso da candidatura da Dilma e do Temer pelo
uso da corrupção. O Brasil não precisa ficar entre a espada da corrupção e
nem ficar entre a cruz do autoritarismo do Bolsonaro."
- Propostas de Bolsonaro: "A
campanha do Bolsonaro, Meirelles, como você mesmo falou, indicou
claramente que pode acabar com o 13º salário e recriar a CPMF. Ou seja,
tirar dinheiro dos trabalhadores que já ganham tão pouco, num país com 13
milhões de desempregados, quatro milhões que já desistiram de procurar
empregos e uma grande quantidade de que tá vivendo do bico, na viração. E,
como se não bastasse, ainda é uma campanha que tem desrespeito pelos
direitos das mulheres, pelos direitos dos índios, pelas cotas para as
pessoas que são negras e que são índias. Eu nunca vi na minha vida um candidato
a presidente da República que diz que vai governar para os fortes, que vai
governar para os que têm, que via governar para os que podem. Você é
presidente da República para defender os direitos dos mais frágeis,
daqueles que mais precisam. O Bolsonaro faz questão de dizer isso para a
população. É uma pena que ele não esteja aí, eu espero que no próximo
debate ele esteja para poder explicar todas essas coisas que ele tem dito
em relação a sua posição de governo. Se ele é assim para ganhar, imagina
depois que ganha, nós temos que combater projetos autoritários de toda e
qualquer natureza."
- Políticas para as mulheres: "Alvaro,
as mulheres, que estão sendo tão homenageadas, merecem essa homenagem. Até
porque elas que têm a possibilidade de, sendo mais reflexivas, mais dadas
ao cuidado, de, nesse momento difícil na história do nosso país, poder
ajudar para que a gente não tenha que ficar entre a espada do
autoritarismo proposto pelo Bolsonaro, nem a cruz da corrupção que a
candidatura do PT não reconhece que teve durante o governo do PT e de que
agora é preciso explicar pro povo brasileiro essa história de que rouba
mas fez. Eu quero que o Brasil seja um país próspero, um país que seja bom
para todos viver e para isso nós temos que ter um novo ciclo de prosperidade,
por isso, estou propondo que a gente crie dois milhões de empregos em
energia renovável, que a gente possa criar empregos utilizando a biomassa
para poder gerar energia também, que a gente possa investir no turismo que
é o que cria emprego para as mulheres e mais ainda que a gente pegue o
dinheiro que foi dado, no bolsa empresário, para os amigos do rei para que
as mulheres, os jovens e as pessoas possam investir."
- Considerações finais: "Agradeço a
Deus por mais um debate. Quero dizer que entrei na campanha e desde o
início dizia que entrei para oferecer a outra face. Para a face da
mentira, a verdade; para a face do ódio, o amor; para a face da preguiça,
o trabalho; e para a face de um país desunido, que está sendo cultivado
desde a polarização PT-PSDB, e agora PT-Bolsonaro, a nossa união. Uma casa
dividida não tem como subsistir. Nós precisamos estar unidos. E eu estou
pronta para fazer isso. Eu tenho dito isso desde 2010, quando dizia todo
mundo estranhava, agora é um campeonato de quem vai unir o Brasil. Eu
estou aqui para dizer que vou unir o Brasil. E tenho uma excelente equipe:
Ricardo Paes de Barros, André Lara Resende, Eduardo Jorge, e vamos
governar o Brasil unidos para ter um país justo e bom para todo
mundo".
ALVARO DIAS
(PODEMOS)
- 'Voto útil': "Marina, realmente
nós estamos assistindo à marcha da insensatez nessa campanha eleitoral. E,
às vezes, eu me imagino em outro país quando ouço, como hoje, essa crônica
da mistificação e da ficção. A mentira continua sendo uma arma poderosa na
boca de candidatos que desonraram compromissos que assumiram e que
desrespeitaram o povo brasileiro, a rasgar as metas que foram
estabelecidas durante a campanha eleitoral. Isso nós vimos aqui há pouco.
E certamente é uma espécie de ignorante político aquele que admite se
assustar com dois fantasmas. Fantasma da extrema-esquerda, fantasma da
extrema-direita. E tentam influenciar a população a escolher ciclano
contra beltrano para evitar o fulano. Ou seja, não se vota no melhor. A
eleição é para premiar a honestidade, a competência, a experiência
administrativa, a dignidade e a honradez. O voto não é para premiar a
desonestidade e a incompetência."
- Propostas para as Forças Armadas: "Primeiramente,
dizer que eu estou impressionado. Imagino que os nossos telespectadores
estão da mesma forma. É um espetáculo o que nós estamos assistindo aqui.
Ao meu lado esquerdo estão dois ex-ministros, colegas desse tempo de
consagração da incompetência administrativa e da corrupção, falando como
se tivessem sido ministros da Dinamarca. Porque do Brasil, não. O que eles
dizem aqui eu não vi no Brasil. O que eles dizem aqui eu leio como a
crônica da mentira, aliás, a mentira tem sido um arma poderosa. Sobre as
Forças Armadas, o sonho dos políticos brasileiros seria ter o prestígio
que têm hoje os integrantes das Forças Armadas, que têm um respeito
extraordinário da população. Há sucateamento, há um abandono total,
inclusive na área de inteligência das Forças Armadas, que poderia ser uma
contribuição extraordinária para criatividade, inovação e avanços
tecnológicos no nosso país. Mas os orçamentos são insuficientes e não
atendem às necessidades das Forças Armadas, que se constituem em orgulho
desta nação".
- Reformas: "Se discute muito
assuntos periféricos, metas que são apresentadas durante a campanha que
muitas vezes são palavras soltas ao vento e que, na verdade, não
concretizam porque não há mudança do sistema. Um sistema corrupto e
incompetente instalado no país. E eu não canso de repetir: sem a
refundação da República e sem uma reforma nesse atual sistema de
governança nada acontecerá, O Brasil não alcançará índices de
desenvolvimento econômico compatíveis com sua grandeza, não vai gerar
emprego, não resolver o problema da saúde, da segurança e da educação.
Além dessa grande reforma, temos que promover uma reforma essencial em relação
à política tributária. O modelo tributário do Brasil é de quinto mundo.
Não é de terceiro mundo, é de quinto mundo! Asfixia a economia, impede o
seu crescimento, o desenvolvimento econômico, não gera emprego. Esta
reforma tem que tributar mais a renda e menos o consumo. Desta forma, o
gás vai ter preço menor, a gasolina vai ter preço menor, todos os produtos
consumidos pela população mais pobre terão preço reduzido".
- Considerações finais: "Durante
todo o meu itinerário na minha vida pública eu procurei merecer o respeito
do povo do meu estado, o Paraná. Obtive votações recordes, imaginei que
pudesse também obter o respeito de todo o Brasil, por isso vim para a
campanha imaginando que seria o reencontro do Brasil com a verdade. Nosso
desejo é a refundação da República para iniciar um novo tempo de
austeridade, responsabilidade pública e sobretudo de ética na
administração do país. Porque sem o combate implacável à corrupção não
venceremos nossas dificuldades. Hoje me sinto à vontade para pedir seu
voto porque podemos mudar o Brasil para melhor".
GERALDO
ALCKMIN (PSDB)
- Reforma política: "Sou favorável
às reformas. O Brasil não mudar sem reformas. Senão, vamos continuar no
marasmo. A primeira é a ref política. Não podemos ter 35 partidos. É
evidente que precisa de uma reforma política. Número de ministérios,
empresas estatais, redução de cargos, 146 empresas estatais. Um terço
delas, criado pelo PT. Como a estatal EPL, do trem-bala, que não existe
trem, não tem ferrovia, mas tem a estatal. A TV do Lula que não tem audiência.
Um terço das estatais, criado pelo PT, boa parte dá prejuízo. Redução do
Senado. Por que ter 3? Diminui assembleias, diminui Câmara Federal".
- Combate ao endividamento: "Olha,
primeiro aumentar o crédito no Brasil. Essa é uma questão central. O
Chile, que é um país vizinho, tem o dobro praticamente da oferta de
crédito que o Brasil. Trazer mais bancos para o Brasil. A primeira medida
que eu vou tomar é acabar com o decreto que para vir um banco estrangeiro
para o país precisa ter autorização presidencial. Estados Unidos tem mais
de 4 mil bancos. Ter mais bancos, mais disputa. Desregulamentar,
desregular. Outras formas de crédito. Cooperativas de créditos, Fintecs.
Reduzir a taxa de juros. E a maneira mais rápida de reduzir taxa de juros
é boa política fiscal. Não vou aumentar imposto. Estava nos estudos do
Ciro criar a CPMF, do ministro da Fazenda dele, daquele que ele tem como
seu guru na área econômica. Aí ele viu a repercussão que deu com o
Bolsonaro, deu uma recuada. Não vou aumentar a carga tributária. Eu fui um
dos autores do Código de Defesa do Consumidor, nós vamos apoiar as pessoas
que estão endividadas, procurar reduzir a sua dívida, renegociá-la com
bancos públicos e também pressionar os bancos privados. De outro lado,
crédito para o pequeno empreendedor, como fiz em São Paulo, com o juro
zero para os pequenos empreendedores."
- Confiança no país: "Olha, eu
entendo que as reformas são necessárias. Simplicar a questão tributária,
reforma política, reforma do Estado, trazer investimento para o Brasil
voltar a crescer. Mas eu queria fazer aqui uma reflexão política, nós
estamos na última semana que antecede a eleição, e chamar a atenção para
você de como os radicais são parecidos. O PT votou contra o Plano Real, o
Bolsonaro também votou contra o Plano Real. O PT votou contra a quebra do
monopólio de telecomunicações, o Bolsonaro também, votou igualzinho o PT,
então nós estaríamos ainda naquele telefone antigo. O PT votou contra a
quebra do monopólio do petróleo, o Bolsonaro também, votou igualzinho. O
PT votou pelo Lula, o PT votou no Lula, o Bolsonaro também declarou no
plenário que ele também votou no Lula. É impressionante como o
radicalismo, como ele se atrai. Esse não é o caminho. O caminho, e essa
semana é uma semana decisiva, é essa semana que vai mudar a eleição.
Sempre nas últimas eleições é a última onda aquela que vale. Nós vamos
unir o Brasil para recuperar a economia, o emprego e melhorar a vida da
população."
- Considerações finais: "Olha,
agradecer a você que nos acompanhou até esta hora da noite, dizer que esta
semana é a semana decisiva, você que vai decidir o futuro do nosso país
pelos próximos quatro anos. As grandes viradas ocorrem no final. Nós
entendemos que nem o radicalismo do Bolsonaro, nem o radicalismo do PT,
eles não. Nós estamos juntos é para unir o Brasil. Tenho certeza de que
nós vamos, juntos, unir o Brasil, pacificar o país, para que ele possa
retomar o emprego, melhorar muito a segurança pública. As mulheres – e
quero falar também em nome da Ana Amélia, nossa candidata a
vice-presidente da República – terão papel preponderante nesse novo
Brasil, que eu tenho certeza, vai surgir das urnas um Brasil com paz, com
prosperidade, com emprego, da fraternidade."
GUILHERME
BOULOS (PSOL)
- Saúde: "Primeiramente, ele não!
Boa noite, Celso. Boa noite, Adriana. Boa noite, todos os candidatos. Boa
noite a você que está nos assistindo em casa. Eu quero parabenizar as
mulheres brasileiras pelo show de democracia, pelo show de coragem que
deram ontem. Nesse sábado, foi início da derrota de Jair Bolsonaro. Em
relação à saúde, Alckmin, o primeiro passo é desfazer o estrago que esse
desgoverno do Temer fez com o apoio do seu partido, o PSDB, que é revogar
a Emenda Constitucional 95, que foi aprovada, a PEC do Teto de Gastos, que
prevê o congelamento dos investimentos públicos, inclusive em saúde e em
educação pelos próximos 20 anos. Quem vier aqui falar de saúde, falar de
educação, e não se comprometer a revogar esse estrago, tá mentindo. Além
disso, é preciso enfrentar a privatização da saúde no Brasil. Hoje, os
planos de saúde lucram bilhões e, aliás, sempre financiaram campanhas
eleitorais. Você acha que um deputado que foi financiado por um plano de
saúde vai se preocupar com investimento no SUS? É claro que não. Por isso,
é preciso fazer o investimento necessário no SUS, enfrentando os
privilégios. Dinheiro tem. Agora, tem que tirar dos privilégios, fazer
rico pagar imposto, enfrentar o bolsa banqueiro, baixando juros, e o bolsa
empresário com as desonerações fiscais."
- Combate à corrupção: "Olha,
Álvaro, primeiro, em relação à corrupção, é preciso enfrentar esse sistema
político que está podre e falido, começando por acabar com toda forma de
financiamento privado de campanha eleitoral, porque a gente sabe que é aí
que começa a coisa. Empreiteiro, banqueiro, grande empresário financiam
campanhas e, depois, recebem, em troca, favorecimentos do estado. É
preciso acabar com isso. Além disso, é preciso dar transparência aos
negócios públicos. Esse é um ponto essencial e por isso que nós estamos
propondo o modelo da democracia 5.0, que é usar as formas de participação
digital para que todo cidadão tenha o poder sobre as contas públicas na
sua mão, no seu celular. Hoje, você que está nos assistindo pode pedir uma
comida pelo celular e avaliar um serviço. Pode pedir um táxi pelo celular
e avaliar o serviço. Mas não pode fiscalizar o poder público e nem avaliar
o poder público. Pra isso é preciso também universalizar a internet no
país, banda larga para todos. Há condições de fazer, inclusive, existe um
fundo, o Fust, destinado para isso, que todo ano devolve bilhões de reais.
Dando transparência mais participação popular é possível ter um sistema
político que funcione de outro jeito. Agora, não se faz, não resolve o problema
da corrupção entregando as empresas públicas, como a gestão da Petrobras
atualmente está fazendo."
- Revogação de medidas do governo Temer: "Esse
desgoverno do Michel Temer nasceu de um golpe, não tem legitimidade, assim
como sua agenda [de Temer] não tem legitimidade. Já tive a oportunidade de
dizer em outro debate que aqui existem 50 tons de Temer. Não há um único
candidato que represente o Temer. Vários ajudaram a dar o golpe que
colocou ele lá e vários ajudaram a aprovar essa agenda. Por isso, é necessário
ter como compromisso básico, e espero ouvir isso de você também, de
revogar todas as medidas antipopulares tomadas por esse governo do Temer.
A Emenda Constitucional 95, que congela investimentos por 20 anos, a
entrega do pré-sal a empresas estrangeiras, que lamentavelmente começou a
tramitar no governo da Dilma, em 2015, a reforma do ensino médio, que
tirou filosofia, sociologia do currículo, e que o Temer aprovou sem
qualquer debate com professores e com a comunidade escolar. Não pautar
nenhum tipo de reforma da Previdência, que o Temer tentou aprovar, e agora
fez uma ameaça que depois das eleições vai querer aprovar. Não deixamos
aprovar no ano passado e não vamos deixar aprovar de novo".
- Considerações finais: "Eu agradeço
a Record e a quem está nos assistindo. Eu quero dizer uma coisa a você. O
que a vida quer da gente é coragem. Daqui a uma semana, você vai sair de
casa para votar. Naquela cabine, vai estar você e sua esperança de mudar o
Brasil. Eu sei que muita gente está assustada, está com medo. Tenha
certeza: nós vamos estar juntos para derrotar o atraso. Mas a eleição tem
dois turnos. Primeiro turno é para votar em quem você acredita. É momento
de fortalecer a mudança, quem efetivamente tem uma visão nova para o
Brasil. Eleição não é igual corrida de cavalo que você escolhe quem está
em primeiro lugar. Deposite seus sonhos na urna. Dia 7 vote contra os
privilégios e contra a desigualdade. Vote 50. Dia 7, vote também nos
deputados e deputadas do PSOL. Vote com coragem, vote com esperança. Ele não.
Vote Boulos 50."
CABO DACIOLO
(PATRIOTA)
- Moradias populares: "Olha, nação
brasileira. Eu quero agradecer a pergunta, Boulos. Dizer a todos
concorrentes aqui que eu respeito todos os senhores. Mas eu tenho algo
muito importante para falar para a nação brasileira e aqui nesse cenário
de debate nós temos um minuto e meio para falar de saúde, de educação, de
segurança, de moradia, de transporte, de economia e eu tenho algo aqui
para declarar. Primeiro que já estão me boicotando para o próximo debate,
estão tentando já tirar o Cabo Daciolo do próximo debate. Então eu tenho o
dia de hoje para falar dessa farsa toda que é o cenário político do nosso
país. Os senhores são todos amiguinhos, os senhores estão agora jogando
vôlei, um taca a bola e o outro corta. O alvo agora é o Bolsonaro. É por
aí. Eu também discordo com o Bolsonaro em muitos, em vários temas, mas
também eu tenho que falar que os senhores, PT, junto com o PMDB, que Deus
colocou do ladinho um do outro ali, os senhores estão há 13 anos no poder,
massacrando o povo. Que que o senhor investiu? Em que o partido do senhor
investiu em infraestrutura? Desemprego, mais de 14 milhões de
desempregados. Quem é o senhor? Qual a postura que o senhor tem para tomar
e assumir a cadeira de presidente da República? Eu estou falando isso para
o Haddad, tá? Eu estou conversando com o Haddad aqui agora. Quatro anos
como prefeito, não fez nada para a prefeitura de São Paulo e quer vir
presidente? Presidente de que? O senhor tem que caminhar ainda muito. O
Lula é líder, o senhor ainda tem que aprender muito para virar um
líder."
- Esperança da população: "Glória.
Glória. Quero dizer a todos que estão aqui concorrendo à cadeira da
Presidência da República que eu amo todos os senhores, a senhora. Tenho
respeito muito grande por todos mas não vou permitir que a nação
brasileira fique sendo enganada. Não vou permitir isso. Falam de saúde, de
educação, de segurança, de transporte, de economia, de infraestrutura, de
saneamento. A saúde você resolve rápido. Eu vou responder, tá? Eu vou
entrar na pergunta. A saúde você resolve rápido. A educação também é muito
rápido. Eu tenho três filhos. Vamos colocar o filho do futuro presidente
da República, o Cabo Daciolo, 51. Meus filhos vão estudar em colégios
públicos, meus filhos vão para hospital público. Se nós pegarmos todos os
parlamentares do país e colocarmos qualquer cadeira política, botar lá o
filhinho e também o militar, o militar não. O militar sim. Eu sou militar
e político. O militar também, o militar e os senhores políticos lá no
hospital público e na educação pública, os filhos, muda tudo rápido. Vai
ter investimento. Muda rápido. Aí ninguém vai no Sírio-Libanês, aí ninguém
vai pro Albert [Einstein]. Vai todo mundo lá e vai ter saúde de qualidade
para todo mundo. Agora, não se retribui o mal com o mal. Essa é a grande
realidade. Nós não vamos combater o mal com mal."
- Combate ao desemprego: "Primeiro
eu quero dizer à nação brasileira e identificar os culpados de estarmos
com 14 milhões de desempregados. Representam eles ali, Meirelles e Haddad.
PT, PMDB. Afundaram o país e botaram o país nessa lama, nessa lama. Infraestrutura,
saneamento básico. Nosso país, em pleno século XXI, 50% do país não tem
sequer saneamento básico. Aí você pega a estrutura PT e PMDB, os fracos
ali, PT e PMDB, e sabe o que eles fazem? Vão investir fora do país, eles
vão dar emprego para trabalhadores de outra nação. Respeitamos todas as
nações, mas os brasileiros estão passando fome, necessidade, miséria,
desemprego. E os senhores? Sabe onde eu quero chegar? Eu quero chegar que
a arma do cristão é a palavra de Deus, é essa aqui, a Bíblia. Bíblia é a
arma do cristão. O que ela fala? Não estou falando de religião não, tá? Eu
não prego religião. Estou falando de amor. Primeiro mandamento: 'Amar a
Deus acima de tudo e de todos'. E o teu próximo como a ti mesmo. Os
senhores têm que aprender a amar ao próximo. Os senhores nunca passaram
necessidade, os senhores não sabem o que o povo está sofrendo. E ainda
querem vir, têm a cara de pau de vir aqui conosco disputar a cadeira
presidencial. Vamos aprender um pouquinho, vamos visualizar o que está acontecendo.
Da próxima vez eu vou trazer um óleo de peroba aqui. Para honra e glória
do senhor Jesus."
- Considerações finais: "Obrigado.
Obrigado, Deus. Obrigado, senhor. Glória a Deus! Eu acredito em sinais.
Sete dias. Sete dias? Eu acredito em sinais. Eu acredito em avivamento. Eu
creio. Estamos diante de uma guerra espiritual contra principados e
potestades. Obrigado, Senhor, pelo Senhor ter me dado uma vice
maravilhosa, Senhor, para governarmos esta nação. Suelene Balduino, Pai,
uma mulher de pulso, representando as mulheres brasileiras. Obrigado,
Senhor! E eu sei quais são os nossos adversários. Na autoridade, quero o
nome do Senhor Jesus, eu repreendo toda a fúria de satanás contra a nação
brasileira. Satanás, pega tudo que é seu e saiam da nação brasileira. E eu
falo aqui que haverá paz, amor, sabedoria, discernimento, mansidão,
domínio próprio. Mas, acima de tudo, teu santo espírito, Pai, sobre a
nação brasileira."
Por Filipe Matoso, Gustavo Garcia e Lucas Salomão, G1 —
Brasília
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