© REPRODUÇÃO O general Eliéser Girão Monteiro Filho |
O general Eliéser
Girão Monteiro Filho, deputado eleito pelo PSL (partido do candidato
Bolsonaro) no Rio Grande do Norte, defendeu o impeachment e a prisão de
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) responsáveis
pela libertação de políticos acusados de corrupção, como o ex-deputado José
Dirceu (PT) e os ex-governadores do Paraná Beto
Richa (PSDB) e de Goiás Marconi
Perillo (PSDB). Segundo ele, “o impeachment de vários ministros”
se insere em um “plano de moralização das instituições da República”.
“Não tem
negociação com quem se vendeu para o mecanismo”, escreveu em sua conta no
Twitter, em referência à série da Netflix sobre a Lava
Jato. “Destituição e prisão”, completou. Ao ser questionado pelo Estado,
o general ratificou o disse: “É isso. O Senado tem de cumprir o papel dele.” O
impeachment de ministros do Supremo deve ser votado pelo Senado e aprovado por
dois terços da Casa. Ele é possível em caso de crime de responsabilidade, como
proferir julgamento quando suspeito na causa ou exercer atividade
político-partidária.
Girão é um dos
dois generais eleitos para a Câmara pelo PSL de Jair Bolsonaro. Teve 86 mil
votos no Rio Grande do Norte. É da turma de 1976 (Tuma 31 de Março) da Academia
Militar das Agulhas Negras e é próximo ao general Augusto Heleno Pereira. Girão passou para a reserva
em 2009 em protesto à retirada de fazendeiros da área da reserva indígena
de Raposa Serra do Sol, em Roraima. O “Brasil é um país onde a lei
tem de ser respeitada por todos. Só porque alguém é presidente, ele deve
responder apenas quando deixa a Presidência?”, questionou. Em seguida, disse
que se referia ao presidente Michel
Temer.
O militar citou
ainda os casos dos ex-governadores tucanos soltos recentemente por decisão do
ministro Gilmar Mendes (STF). “Aí o cara é solto pelo
ministro do Supremo. E você sabe que não manda soltar por acaso”, disse. Ele
defendeu ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela
Lava Jato, seja retirado de sua cela na Superintendência da Polícia
Federal (PF) em Curitiba, e enviado para um presídio comum.
Também defendeu
classificar as invasões de terras e propriedades urbanas pelo Movimento dos
Trabalhadores Sem-Terra como crime de “terrorismo”. “O (João Pedro)
Stédile (líder do MST) foi recebido por Lula no Planalto e advogou a
desobediência civil. Se eu estivesse lá, dava voz de prisão para esse cara.” O
general disse que o País precisa voltar a ser uma “democracia plena, com a
independência dos poderes para que as leis sejam cumpridas”. Para ele, a
moralização deve “começar pelo Congresso”.
Marcelo
Godoy
Estadão
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