©Lava Jato 55 identificou dois esquemas paralelos
de pagamentos de propinas envolvendo
o DER do Paraná
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O juiz federal
Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, converteu neste sábado,
29, a prisão temporária do ex-secretário do Paraná José Richa Filho, Pepe
Richa, em preventiva – custódia por tempo indeterminado. O irmão do
ex-governador do Estado Beto Richa (PSDB),
candidato ao Senado, foi preso pela Operação Lava Jato 55 no dia 26 de setembro.
Na decisão, o
magistrado apontou um ‘complexo e sofisticado esquema criminoso, que perdura há
anos num cenário de corrupção sistêmica’. Segundo o juiz, as prisões
preventivas do irmão de Beto Richa e de mais dois alvos da Lava Jato ‘se
revelam imprescindíveis para preservar a ordem pública e econômica, na
tentativa de desarticular a associação criminosa, impedir a reiteração delitiva
e recuperar o resultado financeiro criminosamente auferido como proveito da
ação ilícita’.
“Entendo
inviável a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, uma vez que a
natureza e a dinâmica da atividade de lavagem de dinheiro permitem que a
atividade criminosa seja efetivada de qualquer lugar, com o uso de tecnologia e
outros meios de comunicação, situação que evidencia que a prisão preventiva é a
única medida efetiva para garantir a ordem pública, visando evitar eventual
reiteração criminosa”, afirmou.
“Expeçam-se os
mandados de prisão preventiva.”
O ponto central
da nova etapa da Lava Jato é a delação premiada do ex-diretor-geral do
Departamento de Estradas de Rodagem (DER) no estado, Nelson Leal Júnior. A PF e
o Ministério Público Federal reuniram provas de corroboração das revelações do
delator.
A Lava Jato
identificou dois esquemas paralelos de pagamentos de propinas envolvendo o DER
do Paraná: um deles era intermediado pela Associação Brasileira de Concessões
Rodoviárias (ABCR) e funcionava desde 1999 e outro de propinas mensais de 2%
dos valores de cada contrato vigente com os fornecedores do DER, implementado
no governo estadual, a partir de 2011. Os esquemas teriam girado R$ 55 milhões
em pagamento de propinas.
A reportagem
está tentando contato com a defesa de Pepe Richa. O espaço está aberto para
manifestação.
No dia em que o
ex-secretário foi preso, a defesa se manifestou desta forma.
Nota da
defesa de José Richa Filho
A defesa do
ex-secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho,
informa que o investigado nunca foi chamado pela Polícia Federal para
esclarecer quaisquer fatos atinentes à operação realizada na data de hoje. O
processo tramita sob sigilo na 23a. Vara Federal e, apesar de requerido pela
defesa, até o momento, não se obteve acesso aos autos. O ex-secretário seguirá
colaborando com a Justiça e confia que sua inocência restará provada na
conclusão do processo.
Curitiba, dia
26 de setembro de 2018.
Estadão
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