© Foto:
Chris McGrath/Getty
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O jornalista
saudita Jamal Khashoggi foi torturado antes de ser "decapitado" no
consulado do seu país em Istambul, afirma o jornal Yeni Safak, que cita uma
gravação de áudio dos fatos.
Khashoggi,
crítico do regime saudita, compareceu ao consulado no dia 2 de outubro para
cumprir os trâmites burocráticos para seu casamento. Desde então não há
notícias sobre o seu paradeiro.
O jornal Yeni
Safak afirma que teve acesso a gravações de áudio e informa que Khashoggi foi
torturado durante um interrogatório: os agentes sauditas cortaram os dedos da
vítima.
Ele foi
"decapitado", afirma o jornal, ligado ao governo turco, que não
revela como teve acesso às gravações.
As autoridades
turcas acusam Riad de ter ordenado o assassinato do jornalista a uma equipe
enviada ao consulado. O governo saudita nega.
Nos últimos
dias, alguns meios de comunicação, como o jornal Washington Post, para o qual
Khashoggi escrevia, informaram sobre a existência de gravações de áudio e vídeo
que provam que o jornalista foi "interrogado, torturado e
assassinado" dentro do consulado. O seu corpo teria sido esquartejado.
Esta é a
primeira vez que uma publicação turca afirma que teve acesso às gravações.
De acordo com o
Yeni Safak, o cônsul saudita Mohammad Al Otaibi afirma em uma das gravações:
"Façam isto lá fora. Vocês vão me provocar problemas".
Um homem não
identificado responde: "Se você quiser continuar vivo quando voltar à
Arábia Saudita, fica quieto".
Al Otaibi
deixou Istambul na terça-feira.
O portal
digital Middle East Eye afirma, com base em uma fonte que teve acesso à gravação
de áudio dos últimos momentos do jornalista, que Khashoggi foi levado para o
escritório do cônsul.
De acordo com a
fonte, "não houve uma tentativa de interrogatório. Vieram para
matá-lo" e o próprio cônsul foi retirado do local.
Um médico
legista, identificado como Salah al-Tubaigy e que integrava a equipe de 15
sauditas enviados por Riad a Istambul no mesmo dia, de acordo com a imprensa,
começou a cortar o corpo de Khashoggi ainda vivo, segundo a fonte do Middle
East Eye.
Enquanto
esquartejava o jornalista, Tubaigy começou a ouvir música com fones de ouvido.
"Quando faço este trabalho, escuto música. Vocês também deveriam fazer
isto" afirma na gravação, segundo a fonte.
O assassinato
durou sete minutos, informa o Middle East Eye.
A imprensa
americana informou que a Arábia Saudita cogitava reconhecer a morte do
jornalista durante um interrogatório no consulado e atribuir o fato a
"agentes fora de controle".
AFP
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