Equador não intervirá mais com Reino Unido por Assange, diz chanceler | Rio das Ostras Jornal

Equador não intervirá mais com Reino Unido por Assange, diz chanceler


O triunfo de Moreno foi um alívio para o fundador do WikiLeaks, Julian
 Assange, já que o ex-banqueiro Guillermo Lasso tinha prometido
 retirá-lo da embaixada equatoriana em Londres se vencesse
 Foto: Peter Nicholls/Reuters
Fundador do WikiLeaks processa governo do Equador por novas condições de seu asilo na embaixada londrina.
O Equador não pretende intervir mais com o governo britânico em favor do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, nas conversas a respeito de sua situação como asilado na embaixada do país em Londres, disse o ministro de Relações Exteriores equatoriano nesta terça-feira em entrevista à agência de notícias Reuters.
O chanceler José Valencia disse que a única responsabilidade do Equador é zelar pelo bem estar de Assange, depois que o australiano processou o Equador por causa das novas condições de seu asilo na embaixada londrina.
"O Equador não tem a responsabilidade de adotar mais nenhuma medida", disse Valencia. "Não somos os advogados do senhor Assange, nem somos representantes do governo britânico. Esta é uma questão a ser resolvida entre Assange e o Reino Unido".
Essa posição marca um rompimento com a atitude anterior do Equador de manter um diálogo com as autoridades britânicas a respeito da situação de Assange. Quito deu asilo a Assange em 2012, que se refugiou em sua embaixada em Londres para evitar, a princípio, ser extraditado para a Suécia, onde enfrentava acusações por supostos crimes de assédio sexual.
O Escritório para Relações Exteriores e a Comunidade Britânica não respondeu de imediato a emails pedindo comentários depois do horário comercial.
Greg Barns, um advogado australiano que aconselha Assange, disse em um email que "desdobramentos no caso nos últimos tempos" mostraram a necessidade de o governo da Austrália intervir para auxiliar "um de seus cidadãos que enfrenta um perigo real".
Processo contra o Equador
Valencia também afirmou à Reuters que estava "frustrado" com a decisão de Assange de entrar com um processo em uma corte equatoriana na semana passada em reação aos novos termos de seu asilo, que exigem que ele pague por despesas médicas e telefônicas e limpe a sujeira de seu gato.
"Não existe nenhuma obrigação em acordos internacionais de que o Equador pague por coisas como a lavagem das roupas do senhor Assange", afirmou.
Extradição aos EUA
O presidente do Equador, Lenín Moreno, disse que o asilo não pode ser eterno, mas expressou preocupação com a possibilidade de Assange ser extraditado aos EUA.
Amigos e apoiadores dizem que Assange teme ser preso e eventualmente extraditado aos Estados Unidos se deixar a embaixada.
Isso porque o WikiLeaks, que publicou segredos diplomáticos e militares dos EUA quando Assange administrava a operação, é alvo de uma investigação de um grande júri norte-americano.
Por Reuters

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