Fundador do
WikiLeaks processa governo do Equador por novas condições de seu asilo na
embaixada londrina.
O Equador não
pretende intervir mais com o governo britânico em favor do fundador do
WikiLeaks, Julian Assange, nas conversas a respeito de sua situação como
asilado na embaixada do país em Londres, disse o ministro de Relações
Exteriores equatoriano nesta terça-feira em entrevista à agência de notícias
Reuters.
O chanceler
José Valencia disse que a única responsabilidade do Equador é zelar pelo bem
estar de Assange, depois que o
australiano processou o Equador por causa das novas condições de
seu asilo na embaixada londrina.
"O Equador
não tem a responsabilidade de adotar mais nenhuma medida", disse Valencia.
"Não somos os advogados do senhor Assange, nem somos representantes do
governo britânico. Esta é uma questão a ser resolvida entre Assange e o Reino
Unido".
Essa posição marca
um rompimento com a atitude anterior do Equador de manter um diálogo com as
autoridades britânicas a respeito da situação de Assange. Quito deu asilo a
Assange em 2012, que se refugiou em sua embaixada em Londres para evitar, a
princípio, ser extraditado para a Suécia, onde enfrentava acusações por
supostos crimes de assédio sexual.
O Escritório
para Relações Exteriores e a Comunidade Britânica não respondeu de imediato a
emails pedindo comentários depois do horário comercial.
Greg Barns, um
advogado australiano que aconselha Assange, disse em um email que
"desdobramentos no caso nos últimos tempos" mostraram a necessidade
de o governo da Austrália intervir para auxiliar "um de seus cidadãos que
enfrenta um perigo real".
Processo
contra o Equador
Valencia também
afirmou à Reuters que estava "frustrado" com a decisão de Assange de
entrar com um processo em uma corte equatoriana na semana passada em reação aos
novos termos de seu asilo, que exigem que ele pague por despesas médicas e
telefônicas e limpe a sujeira de seu gato.
"Não
existe nenhuma obrigação em acordos internacionais de que o Equador pague por
coisas como a lavagem das roupas do senhor Assange", afirmou.
Extradição
aos EUA
O presidente do
Equador, Lenín Moreno, disse que o asilo não pode ser eterno, mas expressou
preocupação com a possibilidade de Assange ser extraditado aos EUA.
Amigos e
apoiadores dizem que Assange teme ser preso e eventualmente extraditado aos
Estados Unidos se deixar a embaixada.
Isso porque o
WikiLeaks, que publicou segredos diplomáticos e militares dos EUA quando
Assange administrava a operação, é alvo de uma investigação de um grande júri
norte-americano.
Por Reuters
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