© Reuters Maduro
e Delcy Rodríguez durante
evento em Caracas – 7/2/2018
|
O governo da Venezuela acusou nesta
segunda-feira (3) funcionários das Nações
Unidas de exagerarem sobre a crise emigratória no país para justificar
uma “intervenção internacional”, e responsabilizou a União Europeia pela “pior
crise humanitária” no mundo.
“Nos
comunicamos com o secretário-geral (da ONU), António Guterres, para manifestar
nossa preocupação de que funcionários de forma isolada estejam sendo usados
para transformar um fluxo migratório normal em uma crise humanitária
justificadora de uma intervenção”, disse a vice-presidente, Delcy Rodríguez.
“Fizeram valer
como próprios (…) dados informados pelos governos de países inimigos”,
acrescentou a funcionária em coletiva de imprensa, acompanhada por seu irmão
Jorge Rodríguez, ministro da Comunicação.
A
vice-presidente não identificou os funcionários da ONU apontados, tampouco os
países inimigos, embora tenha criticado o Grupo de Lima, integrado por nações
críticas ao governo de Nicolás
Maduro.
Nesta
segunda-feira em Quito, 13 países da América Latina começaram a debater
fórmulas para regularizar os migrantes que fogem da grave crise venezuelana e
obter fundos estrangeiros.
Cerca de 2,3
milhões de venezuelanos vivem no exterior, dos quais 1,6 milhão abandonaram seu
país desde 2015, segundo a ONU. A Venezuela nega que se trate de uma crise
humanitária.
“A pior crise
humanitária que o mundo vive hoje é a causada pela Otan, por países da União
Europeia, na África e no Oriente Médio”, declarou Delcy Rodríguez, que pediu à
chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, “rigor” para não fazer eco de
notícias falsas.
A
vice-presidente citou um informe da ONU segundo o qual cerca de 1.600
refugiados morreram em 2018 a “caminho da Europa”.
Delcy Rodríguez
desqualificou também os pedidos de fundos da comunidade internacional para o
atendimento de migrantes venezuelanos na América Latina.
Acusou
particularmente a Colômbia de usar a Venezuela para “viver” de ajuda
internacional.
“Dá asco que
centros de poder de Equador, Peru, Colômbia tenham se dedicado a semear crimes
de ódio contra venezuelanos”, afirmou o ministro, que assegura que cerca de 5
milhões de colombianos vivem na Venezuela.
Entretanto, a
Chancelaria da Colômbia estima em cerca de 940.000 os colombianos residentes no
país vizinho. O mais recente censo feito na Venezuela, em 2011, os cifrou em
721.000.
(Com AFP)
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