© Fabio
Motta/Estadão Jair Bolsonaro, candidato
do PSL à Presidência, em Juiz de Fora
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A Polícia
Federal em Juiz de Fora (MG) instaurou inquérito para investigar o ataque ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL),
ocorrido na tarde desta quinta-feira, 6. O servente de pedreiro Adélio
Bispo de Oliveira, de 40 anos, foi preso em flagrante.
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Para a Polícia
Militar, o ataque ao deputado foi premeditado. Os policiais estão atrás de
telefones celulares, documentos ou qualquer outra pista que possa esclarecer se
o autor do crime agiu sozinho ou se teve ajuda. O governador de Minas, Fernando
Pimentel (PT), afirmou que Oliveira não “parecia um sujeito equilibrado”.
“Colocamos todo
o aparato de segurança do Estado à disposição para elucidar o caso”, disse
ao Estado. Pimentel informou ainda que, como o caso envolvia um
candidato à Presidência, “o protocolo remete o registro da ocorrência à PF.”
Um dos
coordenadores políticos da campanha de Bolsonaro, o deputado federal Delegado
Francischini (PSL-PR) disse que vai entrar com representação na Polícia Federal
para que seja investigada a possibilidade de o atentado contra o candidato do
PSL ser um “crime político”. “Queremos saber se tem um autor intelectual (do
atentado). Para nós é um crime político, ele (autor da agressão) foi filiado ao
PSOL. Queremos saber se tem alguém acima desse cara, alguém que o induziu”.
Mudança
A facada em
Bolsonaro deve obrigar os demais candidatos a se submeterem a normas mais
rígidas de segurança, o que pode ter impacto direto na campanha eleitoral. Na
hora do ataque, 15 agentes da PF estavam cuidando da segurança do candidato. Os
protocolos do setor de Proteção a Dignitários da Polícia Federal, responsável
pela segurança dos presidenciáveis, determinam que em casos como o do atentado
a Bolsonaro faz-se uma reavaliação para estipular um novo “grau de risco”.
©
Reprodução/Redes sociais Faca usada pelo
agressor
contra o candidato do PSL
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Na teoria,
alguns delegados chamam este evento de “fato revolucionário”, que muda o
cenário de atuação da PF. Segundo eles, essa reavaliação está sendo feita para
ser empregada nas próximas agendas dos candidatos. Após o ataque, Ciro Gomes
(PDT) e Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) anunciaram cancelamento de
agendas de campanha.
As medidas
adicionais podem incluir o emprego de novos equipamentos (colete a prova de
bala, carro blindado, etc) e novas táticas, como evitar lugares abertos,
planejar todas aparições, evitar o contato direto do candidato com os
eleitores.
Policiais com
experiência nesse tipo de trabalho disseram que o perfil da campanha de
Bolsonaro, apoiado por militares que muitas vezes se apresentam como seguranças
voluntários, dificulta ainda mais a proteção. Esse excesso de gente quebra a
formação de segurança da equipe profissional e, como consequência, dilui as
responsabilidades durante os eventos de campanha.
“Ações como
aquela (na qual Bolsonaro foi esfaqueado) são contraindicadas. Não fazem
parte da avaliação de risco da PF justamente por conta da vulnerabilidade. Não
havia cordão de isolamento primário nem secundário porque o candidato se
colocou naquela situação. Normalmente, eles não seguem as orientações propostas
pelas equipes de segurança da PF”, disse o presidente do Sindicato dos
Policiais Federais do Distrito Federal, Flavio Werneck.
De acordo com
um experiente policial ouvido pelo Estado, no limite, conforme o
policial, a PF pode solicitar à Justiça Eleitoral a proibição de eventos de
campanha em caso de risco extremo. / COLABORAM RENAN TRUFFI e MARCELO
GODOY
Ricardo
Galhardo e Fabio Serapião
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