Bolsonaro
levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), na tarde
da quinta-feira (6). O agressor que o feriu na barriga está preso.
A Polícia
Federal informou que está investigando a participação de um segundo suspeito no
atentado contra o candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro. Ele foi
detido na quinta-feira (6) e liberado.
Segundo a PF,
não houve elementos para a prisão em flagrante, mas essa segunda pessoa segue
sendo investigada.
Bolsonaro levou
uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), na
tarde desta quinta-feira (6). Ele era carregado nos ombros por apoiadores
quando um homem se aproximou e o feriu na barriga. O agressor, Adélio
Bispo de Oliveira, de 40 anos, foi preso. Na madrugada desta
sexta-feira (7), ele foi transferido para o Centro de Remanejamento do Sistema
Prisional (Ceresp), de Juiz de Fora.
Bolsonaro está
sendo transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo na
manhã desta sexta-feira (7). Bolsonaro estava internado na Santa Casa de Juiz
de Fora (MG), onde passou por uma cirurgia.
O candidato
está "extremamente estável", não há risco para a transferência,
segundo informações médicas. Por isso, a família de Bolsonaro decidiu pela
transferência.
Em um vídeo
gravado no hospital e divulgado pelo site O Antagonista e nas redes sociais
pelo senador Magno Malta (PR), Bolsonaro diz que nunca
fez mal a ninguém e que se preparava para os riscos da campanha
eleitoral. Veja a íntegra do vídeo divulgado pelo senador Magno Malta:
No momento em
que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores na região do
Parque Halfeld.
O advogado de
Adélio Bispo de Oliveira, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente
assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por "motivações religiosas,
de cunho político". "Ele
não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de
lesionar", disse Possa.
O agressor é
formado em pedagogia. Atualmente, não há registro de filiação partidária dele,
mas Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Ele tem passagem na polícia
em 2013 por lesão corporal.
A executiva do
PSOL em Minas Gerais confirmou que o agressor foi filiado ao partido no passado
e divulgou nota repudiando o ataque e cobrando uma investigação.
Recuperação
Jair Bolsonaro
não deverá receber alta hospitalar antes de "uma semana ou 10 dias",
disse em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (6) o médico Luiz
Henrique Borsato, da Santa Casa de Juiz de Fora, um dos profissionais que
operaram o candidato. Ele ressaltou que o prazo é uma estimativa e que tudo
dependerá da evolução do quadro de Bolsonaro.
O candidato era
carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o atingiu na
barriga. "As lesões internas foram graves e colocaram em risco a vida do
paciente", disse Borsato.
Bolsonaro
chegou ao hospital por volta das 15h40 perdendo muito sangue por causa do
ferimento e foi submetido a uma cirurgia de urgência chamada laparotomia
exploradora. No procedimento, o abdômen é aberto para que a cirurgia possa
corrigir as lesões.
O procedimento
detectou que o intestino grosso foi transfixado pela faca e que houve também
três lesões no intestino delgado. A facada atingiu ainda uma veia do abdômen.
Jair Bolsonaro
chegou ao hospital em estado grave e cirurgia durou cerca de duas horas
"O que
houve foi um sangramento na veia abdominal, que logo foi estancado, e lesões
nos intestinos grosso e delgado. Foi retirada a parte lesada do intestino
grosso, e o intestino delgado foi costurado", disse Borsato. A lesão no
fígado, que chegou a ser uma hipótese, foi descartada.
Cinco
cirurgiões e dois anestesistas trabalharam na operação. Durante o procedimento,
Bolsonaro precisou receber quatro bolsas de sangue em transfusão. A cirurgia
durou cerca de duas horas e terminou por volta das 19h40. Em seguida, Bolsonaro
foi levado entubado e sedado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Segundo o
último boletim médico, o político é considerado um paciente grave que está
submetido a cuidados intensivos. Na noite desta quinta, ele apresentava quadro
estável.
Os médicos
fizeram uma colostomia temporária, procedimento que conecta o intestino a uma
bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem e possam causar uma infecção
no local onde foi tratada a perfuração. Ele deve ser submetido a outra operação
futuramente, para reverter a colostomia.
Por Camila Bonfim, TV Globo, em Brasília
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