O presidente
da Argentina, Mauricio Macri, fala à imprensa no
palácio presidencial de Olivos, em Buenos
Aires, Argentina, em julho.
(Foto: Marcos
Brindicci/Reuters)
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Ajustes
incluem corte de ministérios e novos impostos. Detalhes serão apresentados pelo
ministro da Fazenda.
O presidente da
Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta segunda-feira (3) uma série de novas
medidas de austeridade para o país, que enfrente uma grave crise financeira e
renegocia com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um programa de ajuda de US$
50 bilhões. Entre as novas medidas, haverá uma redução na quantidade de
ministérios e novos impostos a exportações, de acordo com a AFP.
O plano prevê
uma redução drástica em seu governo, que passa a ter menos da metade dos atuais
22 membros, justificada pela "gravidade do momento", o que, em sua
opinião, exige "compactar" a equipe de governo para "dar a
resposta focada na agenda que virá".
Sobre a
tributação às exportações, o presidente afirmou saber que "é um imposto
ruim, muito ruim, mas tenho que pedir que entendam que é uma emergência".
"Temos que fazer todos os esforços para equilibrar as contas do Estado.
Vamos pedir a quem tem mais capacidade para contribuir, os que exportam, que
sua contribuição seja maior", disse.
Segundo Macri,
a intenção do plano é dar aos mercados uma sinalização clara de controle dos
gastos para conter o déficit orçamentário e a inflação, acelerada nos últimos
dias por uma forte depreciação do peso argentino frente ao dólar.
Os detalhes
técnicos do novo pacote de austeridade devem ser apresentados em breve pelo
ministro da Fazenda, Nicolás Durojne. Na terça-feira, ele deve apresentar as
medidas ao Fundo Monetário Internacional (FMI), para que seja discutido um
reajuste do acordo do país com o fundo.
"Não há
uma ferramenta mágica", afirmou Macri em pronunciamento. "Essa crise
não é mais uma. Tem que ser a última".
Crise
A Argentina
atravessa uma forte crise financeira e acertou com o Fundo Monetário
Internacional (FMI) um empréstimo de US$ 50 bilhões, pelo qual o governo se
compromete a reduzir seu déficit a 1,3% do Produto Interno Bruto em 2019.
"Estamos
trabalhando na instrumentação para adiantar nossas metas para o próximo ano
para reduzir esse risco financeiro, o qual vai levar necessariamente à
continuidade das discussões de como acelerar também o caminho até o equilíbrio
fiscal", disse o chefe de gabinete, Marcos Peña, em um discurso num evento
com empresários.
Na semana
passada, Macri havia anunciado que a certou
um adiantamento de recursos com o FMI para garantir o financiamento do país,
em meio a temores de uma potencial interrupção dos pagamentos da dívida.
A moeda desabou
depois do anúncio. A resposta dos mercados expôs a magnitude da crise de
confiança no governo e em sua capacidade de pagar as dívidas com a
possibilidade de uma nova recessão, citada pelos analistas.
Preocupações
A situação da
Argentina, a terceira maior economia da América Latina, segue causando
preocupações no mercado à medida em que o país se esforça para se libertar de
seu notório ciclo de crises financeiras de uma década. O mais recente, pontuado
por um calote da dívida de 2002, jogou milhões de argentinos da classe média na
pobreza.
Há temores de
que o país, que tem elevada inflação, economia fraca e sofre as consequências
de um uma venda global nos mercados emergentes, possa não cumprir com suas
obrigações de dívida.
Por G1
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