O médico e
mergulhador Richard Harris ficou três dias na
caverna com
os meninos tailandeses (Foto: Oztek/Richard Harris)
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Richard
Harris, que combinava duas especialidades extremamente úteis nesse caso, estava
de férias na Tailândia e se ofereceu para integrar equipe de resgate; ele
avaliou e cuidou das crianças antes que elas fossem retiradas.
Foi uma combinação rara de talentos que levou
o médico australiano Richard Harris às cavernas Tham Luang na Tailândia.
Quando os 12
meninos do time de futebol Wild Boars e o técnico foram localizados em uma
caverna nove dias após seu desaparecimento, o anestesista interrompeu suas
férias na Tailândia e se voluntariou para ajudar.
O médico,
especialista em prestar socorro em cavernas, conseguiu chegar ao local onde os
meninos estavam para avaliar suas condições de saúde e ficou com eles por três
dias.
Foi sob sua
supervisão que as crianças que estavam mais debilitadas foram escolhidas para
sair primeiro da caverna.
Harris,
conhecido como Harry, foi uma das últimas pessoas da equipe de resgate a deixar
a caverna.
Só que o alívio
e a comemoração, ao menos para ele, foram interrompidos pela chegada de uma
notícia triste: a de que seu pai morrera logo após o resgate ter acabado.
Meninos
presos em caverna na Tailândia são vistos em frame
de vídeo registrado por equipes de resgate
(Foto: Thai
Navy Seal/Divulgação via Reuters)
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Harris trabalha
para o Serviço de Ambulâncias da Austrália do Sul (MedSTAR), equipe de médicos
e socorristas especializados em resgates de emergência. Andrew Pearce, do
MedSTAR, diz que o luto de Harris e sua família ganharam proporções ainda
maiores por causa da demanda física e emocional da operação de resgate dos
meninos na caverna.
"Tem sido
uma semana cheia de altos e baixos", disse Pearce, pedindo privacidade
neste momento. "Harry é um homem gentil e tranquilo que não pensou duas
vezes para se voluntariar nessa missão."
Parte
essencial
Segundo o
governo australiano, Harris foi requisitado pelo governo tailandês para se
juntar à missão de resgate, após sugestões de mergulhadores britânicos.
"Ele
foi uma parte essencial do resgate", disse a ministra de Relações
Exteriores da Austrália, Julie Bishop.
"[Os
australianos] têm ajudado muito, especialmente o médico", disse o líder da
missão de resgate, o governador da província de Chiang Rai, Narongsak
Osotanakorn, a um jornal australiano há alguns dias. Ele se referiu a Harris
como "o melhor".
Sue Crowe,
amiga de Harris, disse à BBC que o médico é um homem de família modesto e
altruísta e que sua presença calma deve ter confortado os meninos na caverna.
"Ele é
brilhante com crianças e se certificaria de que elas estivessem preparadas da
melhor maneira possível para a perspectiva de mergulho pelas cavernas",
disse ela. "Ele era a pessoa perfeita para apoiá-las."
Nas redes
sociais, muitos conterrâneos de Harris destacaram seu trabalho na missão e até
pediram que ele fosse nomeado o Australiano do Ano, a maior honraria civil do
país.
Mergulhos
profissionais
O experiente
mergulhador, que também é fotógrafo subaquático, completou várias expedições em
cavernas na Austrália, Nova Zelândia e China.
Uma delas
terminou em tragédia: em 2011, uma colega e amiga, Agnes Milowka, ficou sem ar
durante um mergulho em uma caverna no sul da Austrália e morreu.
Bishop disse
que Harris, que mora na cidade de Adelaide, também é conhecido pelas
autoridades por seu trabalho com equipes de emergência em desastres naturais na
região do Pacífico.
"Ele é um
australiano extraordinário e certamente fez uma grande diferença no esforço de
resgate na Tailândia", disse ela.
A ministra
também elogiou seu parceiro de mergulho, Craig Challen, um veterinário de
Perth.
A dupla fez
parte de uma equipe de 20 australianos, incluindo policiais e mergulhadores da
Marinha, que auxiliaram na operação.
Por BBC
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