Equipe de
cirurgiões decidiu fazer a bariátrica em paciente de Macaé,
no dia do
jogo do Brasil contra o México pela Copa do Mundo
(Foto:
Divulgação/Prefeitura de Macaé)
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De olhos
fixos na tela, em vez de jogo, a atenção dos cirurgiões e equipe médica está
nos pacientes que ganham uma nova chance. 'Eles estavam lá torcendo pela minha
vida. Esse Brasil ainda tem jeito', diz Anicaula após cirurgia bariátrica em
dia de jogo com vitória da Seleção.
Parar tudo o
que está fazendo, por mais importante que seja, na hora do jogo da seleção
brasileira pela Copa do Mundo, é quase um dever para qualquer torcedor de
coração verde e amarelo. Afinal, não é todo dia que se pode ver um evento desse
nível, com as maiores estrelas do futebol em campo em busca da taça. Mas em
muitos centros cirúrgicos pelo Brasil, a torcida é pela vida, e a busca é por
uma nova chance.
Eles podem até
estar de olhos fixos em uma tela, mas em vez de um jogo, a atenção dos
cirurgiões está em pacientes que precisam de ajuda. O anestesista, Dr. Júlio
Máximo, tem três cirurgias agendadas para esta sexta-feira (7) em Macaé, no
interior do Rio, e não conseguiu assistir a nenhum dos quatro jogos do Brasil.
Ele até tentou, deixou tudo organizado para ver ao último jogo ao lado da
mulher e dos três filhos, mas...
"Na hora
que o juiz apitou, entrou uma cirurgia de urgência. Acabou o jogo e eu só
fiquei sabendo que o Brasil tinha ganhado, umas três horas da tarde. Minhas
esposa e as crianças, todos vestidos de Brasil, ficaram me esperando. A gente
fez uma programação com as cirurgias marcadas, chegamos cedo ao hospital, para
dar tempo, mas não tem como saber", conta Dr. Júlio.
O anestesita
explica que a correria faz parte do dia a dia da profissão.
"A
emergência chega a qualquer momento, tanto em hospital público quanto em
privado. Mas todo o dia eu agradeço a Deus por fazer o meu trabalho. Isso é
muito gratificante.
Enquanto isso,
em outro centro cirúrgico de Macaé, médicos se uniram para dar a Anicaula uma
nova vida. A paciente foi submetida a uma cirurgia bariátrica pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) bem na hora do jogo do Brasil contra o México, na última
segunda (2).
"Em
pleno jogo do Brasil, eles estavam lá torcendo pela minha vida. Estou
recomeçando, é uma nova oportunidade. Podiam estar com a família, com os filhos
, mas estavam lá, comigo. Esse Brasil ainda tem jeito", diz Anicaula
Rodrigues Carvalho, que esperava há anos pela oportunidade de uma cirurgia bariátrica.
A cirurgia de
Anicaula foi marcada com antecedência e acabou coincidindo com o jogo. Pela
importância da intervenção para a vida da paciente, toda a equipe decidiu
entrar em 'campo' mantendo o procedimento.
E não foi uma
equipe pequena a participar da primeira cirurgia bariátrica pelo SUS em Macaé.
Além do médico Dr. Lucas Brandão, outros três cirurgiões fizeram o
procedimento, que envolveu, ainda, anestesista, auxiliares, intrumentadora,
equipe de enfermagem e equipe responsável pelos materiais usados na sala de
cirurgia, feita por vídeo.
"No
caso da cirurgia bariátrica, ela tem um peso muito importante para os
pacientes. É um marco na vida da pessoa. E, como médico, pra mim, é muito
gratificante ajudar.
Dr. Lucas, que
é médico há oito anos e especialista em cirurgia do aparelho digestivo, admite
que gosta de futebol, mas a paixão maior está no que faz.
"Mesmo
o jogo, que seria algo importante, não é tão relevante quanto você ajudar uma
vida, ajudar uma pessoa, melhorar a qualidade de vida dessa pessoa e os
problemas de saúde dela", revela o cirurgião.
Por Ariane Marques, G1, Região dos Lagos
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