Jorge
Arreaza ao lado de Nicolás Maduro durante
reunião em
2014 (Foto: Reuters/File Photo)
|
União Europeia aprovou sanções
contra políticos venezuelanos; país latino-americano diz que bloco está a
serviço dos EUA.
O governo da Venezuela classificou
como um "erro lamentável" a decisão da União Europeia (UE) de aprovar sanções contra
funcionários do presidente Nicolás Maduro.
"Que erro lamentável a União
Europeia está cometendo!", declarou o chanceler venezuelano, Jorge
Arreaza, na quinta-feira (19), afirmando que o bloco age como "subsidiário
dos interesses" dos Estados Unidos.
Arreaza vinculou a decisão sobre
as sanções a uma visita do subsecretário de Estado para Assuntos Políticos dos
Estados Unidos, Thomas Shannon, feita ao chefe de governo espanhol, o
conservador Mariano Rajoy, em Madri.
Shannon "deu instruções e
ordens imperialistas para que começassem um processo" para impor sanções
"por parte da União Europeia", afirma o chanceler.
Sanções
Desde o ano passado, Washington
estabeleceu sanções contra Maduro e contra vários de seus funcionários, além de
proibir seus cidadãos de negociarem dívida emitida pelo governo venezuelano e
por sua estatal petroleira, a PDVSA.
Na quinta-feira (18), os
representantes dos países da UE em Bruxelas deram sinal verde para a imposição
de sanções contra "dirigentes da repressão e da situação política na
Venezuela".
"Os embaixadores acordaram novas
listas para impor medidas restritivas visto a situação na Venezuela",
indicou a fonte consultada pela AFP.
Na véspera, diferentes fontes
diplomáticas já haviam dito à AFP que estas sanções individuais afetariam
"sete pessoas".
Entre elas está Diosdado Cabello,
número dois do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, da situação) e
deputado influente da Assembleia Nacional Constituinte, assim como o ministro
do Interior, general Néstor Reverol, indicou à AFP uma fonte diplomática.
As sanções, que incluem o
congelamento de ativos e a proibição de viajar ao bloco, devem ser adotadas
formalmente na semana que vem, "provavelmente" durante a reunião de
chanceleres europeus na segunda-feira, segundo outra fonte diplomática. Na
sequência, anunciaram os nomes dos afetados.
Crise poilítica e
socioeconômica
A decisão chega em meio a uma nova
rodada, na República Dominicana, de conversas para buscar saídas para crise
política e socioeconômica venezuelana.
O objetivo das sanções é
"apoiar o processo de diálogo" em curso entre governo e oposição no
vizinho caribenho, indicou uma terceira fonte diplomática europeia consultada
pela AFP, destacando a "percepção, que se confirmou nos últimos dias, de
que se deve continuar pressionando".
Arreaza ironizou a justificativa europeia,
após a decisão dos delegados da oposição de se ausentarem de um encontro com
representantes de Maduro previsto para quinta-feira, em Santo Domingo.
"Dizem no mundo que eles
sancionam o governo venezuelano para que haja diálogo (...) Será que não é
Julio Borges [o principal negociador da oposição] que tem de sofrer sanções,
não?", questionou.
A morte esta semana do ex-policial
Óscar Pérez durante uma operação policial coloca as negociações em suspenso,
depois que um funcionário de alto escalão insinuou que delegados opositores em
Santo Domingo delataram o piloto rebelde.
Preocupada com a
"deterioração" da democracia e dos direitos humanos no país, a UE já
adotou em novembro uma série de medidas. Entre elas, está um embargo de armas e
de material que poderia ser usado para "repressão interna".
Os europeus decidiram não impor
sanções individuais contra "responsáveis por graves violações de direitos
humanos" e aqueles cujas ações "atentem de alguma maneira contra a
democracia ou o Estado de direito na Venezuela", à espera da evolução dos
acontecimentos.
A porta-voz da diplomacia europeia
Catherine Ray recordou ontem que a decisão de novembro estabelecia que tomariam
atitudes "à luz dos desenvolvimentos no terreno" e reiterou o apoio
"aos esforços em curso para uma solução negociada à crise".
Além de Reverol, outras
autoridades das forças de segurança fazem parte da primeira lista de sanções
individuais da UE na Venezuela, como o chefe do serviço de Inteligência,
Gustavo González, e o ex-comandante da Guarda Nacional Bolivariana Antonio
Benavides.
Segundo a fonte diplomática, a
lista se completa com o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE),
Tibisay Lucena; com o presidente do Tribunal Supremo, Maikel Moreno; e com
Tarek William Saab, que substituiu Luisa Ortega como procurador-geral.
Por France Presse
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!