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Jornalistas
e trabalhadores de mídia fazem protesto
por rádios e
TVs fechadas pelo governo venezuelano
no ano
passado (Foto: Miguel Gutierrez / AFP)
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Falta de
papel e fim de concessões a rádios e TVs estão entre as causas e fechamentos.
Emissoras de
rádio e TV tiradas do ar e jornais sem papel: 69 meios de comunicação fecharam
na Venezuela em 2017 em meio a uma escalada de agressões contra jornalistas,
denunciou o principal sindicato do setor nesta quarta-feira (27).
A lista inclui
46 rádios, três emissoras de televisão e 20 jornais, detalhou o Sindicato
Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP, em espanhol) em seu balanço anual.
Os meios
audiovisuais fecharam após o vencimento de suas concessões para o uso do espaço
radioelétrico, que a imprensa denuncia serem concedidas arbitrariamente.
Já os jornais
sofrem com a escassez do papel, cuja importação e distribuição estão
monopolizadas por uma corporação governamental.
Cerca de 20
jornais se viram obrigados a suspender suas tiragens permanente ou
temporariamente e, de acordo com o SNTP ,todos os jornais que restam tiveram
que limitar sua paginação e circulação.
Meios
internacionais também se viram afetados. A cadeia CNN em Espanhol e as
televisões colombianas Caracol TV e RCN foram retiradas da grade de programação
das operadoras a cabo por ordem do governo.
Agressões e
prisões de jornalistas
O SNTP
registrou 498 agressões e 66 detenções contra jornalistas este ano, e atribuiu
ao governo a "intenção" de "silenciar, a qualquer preço, o descontentamento
pela cada vez mais crítica situação econômica e social", com hiperinflação
e escassez aguda de alimentos e remédios.
A cifra
aumentou 26,5% com relação a 2016, quando foram contabilizados 360 ataques,
detalha o relatório.
A maioria das
273 agressões ocorreu durante os protestos contra o presidente Nicolás Maduro,
que deixaram 125 mortos entre abril e julho. Segundo o SNTP, 70% destas foram
atribuídas a militares e policiais.
"Utilizando
o braço e as armas da Guarda Nacional (militarizada) e as polícias regionais e
municipais, a burocracia oficial tentou invisibilizar o conflito",
acrescentou.
A Relatoria
para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos
fez "um chamado urgente" este ano a restabelecer as transmissões das
emissoras de rádio e TV "retiradas do ar", e qualificou as medidas
como um "castigo" por "uma linha editorial crítica".
Maduro e
funcionários de alto escalão se declaram vítimas de "uma campanha de
desprestígio" em meios locais e estrangeiros, e, inclusive, de
"propaganda de guerra".
Por France Presse
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