© Hélvio
Romero/Estadão O deputado Jair Bolsonaro
(PSC-RJ) durante evento realizado pela Revista
Veja em
novembro, em São Paulo
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O deputado Jair
Bolsonaro (PSC-RJ) deve anunciar até o dia 5 de janeiro que não será mais
pré-candidato a presidente pelo PEN/Patriota. A decisão foi tomada ontem em
reunião com o chamado núcleo duro da campanha de Bolsonaro, em Brasília.
Deputados e correligionários dizem que o presidente da sigla, Adilson Barroso,
não teria cumprido com a sua palavra de ceder o controle do partido em
Estados-chave para o grupo do parlamentar.
Conforme a Coluna
do Estadão adiantou, o deputado já iniciou conversas com o PSL/Livres
e o PR. A decisão final sobre o ingresso a uma nova sigla só deve ser tomada em
março.
Procurado pela
reportagem, Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto. Em entrevista ao site
Crítica Nacional, que tem apoiado abertamente a candidatura do parlamentar, o
deputado disse que “estava noivo do Patriota, mas voltou à situação de namoro”.
“O projeto não foi sepultado, mas recuamos bastante”, afirmou.
A posição ainda
não é oficial porque faltam alguns acertos com membros da executiva do
PEN/Patriota no Rio – colocados lá pelo próprio Bolsonaro. Fontes próximas ao
deputado falam em 90% de chances do “projeto Patriota ser abortado”. A
insatisfação teria como principal ponto a promessa não cumprida de Barroso em
ceder o controle da legenda em alguns Estados-chave, como Minas Gerais. Por
outro lado, o grupo mais ligado a Barroso no partido diz que vazamento sobre a
“saída” é uma tática na disputa pelo controle dos espaços que hoje estão sendo
“requisitados pelo grupo de Bolsonaro”.
Compromisso. O
deputado não é oficialmente filiado ao PEN/Patriota. De saída de seu atual
partido, o PSC, o presidenciável apenas assinou um compromisso de filiação para
o mês de março. Entretanto, as conversas de Bolsonaro com outras legendas nunca
foram interrompidas. A questão é que as duas opções, PR e PSL/Livres, colocadas
na mesa pelo próprio Bolsonaro, não parecem muito dispostas a fechar uma
parceria. No PR, a hipótese de Bolsonaro é tratada como “boato”. Já o
PSL/Livres confirma que foi procurado pelo pré-candidato, mas diz que “o
projeto dele seria incompatível com o Livres”.
O presidente do
PEN/Patriota, Adilson Barroso, se mostrou irritado e disse não acreditar que
essa fosse uma decisão vinda do próprio Bolsonaro, mas, de pessoas do entorno
do deputado. “Ele ainda não me ligou para comunicar nada. Se isso acontecer, eu
digo que não entendo a mente dele”, afirmou Barroso. “Tudo o que foi pedido eu
cedi. Mudei até o nome do partido e cheguei a perder 80% da minha base por
ele”, disse.
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