RJ teve mais de mil casos de abuso sexual de menor em oito meses | Rio das Ostras Jornal

RJ teve mais de mil casos de abuso sexual de menor em oito meses

Corrida contra o crime de pedofilia acontece no
 próximo mês (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Dados de relatório da Polícia Civil foram registrados de janeiro à agosto de 2017. Campanha de ONG e instituto tenta conscientizar e combater crime de pedofilia no estado.
Um relatório feito pela Polícia Civil revelou que mais de mil crianças e adolescentes sofreram algum tipo de violência sexual no estado do RJ entre 1º de janeiro e 20 de agosto de 2017. De acordo com o documento, foram registrados 1.069 casos de estupro de vulnerável, quando a vítima é menor de 14 anos e 31 casos entre adolescentes maiores de 14 e menores de 18 anos, um total de 1.100 registros.
Por causa de números como esses, o Instituto Novo Brasil e o Sindicato de Delegados da Polícia Federal, através da Federal Kids, vão realizar diversas ações no Rio para conscientizar e combater o crime da pedofilia. A programação será finalizada com uma corrida contra a pedofilia no dia 26 de novembro (mais informações no fim da reportagem).
"Diversas ações vem sendo desenvolvidas, e o Rio foi escolhido para sediar essa primeira ação social, que vai culminar em uma corrida, tudo visando esse combate a esse crime que causa tanta repulsa e que atinge a todos", explicou a delegada da Polícia Federal Paula Mary Albuquerque, da Delegacia de Defesa Institucional.
Paula investiga crimes de pedofilia na internet, através da divulgação e compartilhamento de fotos e vídeos pornográficos com crianças e adolescentes. De acordo com as estatísticas, 40,5% dos casos ocorreram no interior do Estado. O evento, segundo ela, pode ser levado para outros municípios e até outros estados no futuro.
"A gente vai fazer ações conjuntas com a Polícia Civil para a gente determinar quais regiões demandem uma maior atenção para a gente analisar a possibilidade dessa ação social poder encampar essas regiões que estão com este foco maior", afirmou a delegada federal.
O perfil do abusador, segundo ela, é difícil de definir, pela variedade de faixas etárias, graus de escolaridade e outras variáveis. "Inclusive, talvez a única afirmação que a gente consiga fazer é de que a grande maioria absoluta de abusadores sexuais é de homens, mas há também abusadoras mulheres", pondera.
Nova legislação e protocolos
De acordo com a Polícia Federal, a maioria dos abusadores possuem algum vínculo com a família da vítima, com certa influência sobre a criança: os dados do Dossiê Criança, com dados de 2010 a 2014 do Instituto de Segurança Pública com base nos registros da Polícia Civil, indicam que pelo menos 70% são conhecidos, entre familiares ou amigos da família. "A informação é importantíssima. Em várias famílias, isso não é visto como crime. São fatos que não podem ser replicados, e por isso que temos que cuidar das famílias sim", afirmou a delegada Juliana Emerique, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav).
Os casos foram registrados no sistema da Polícia Civil nos departamentos gerais de Polícia da Capital, Interior e Baixada Fluminense, além das especializadas e da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima. Os números revelam ainda que houve 12 casos de prostituição infantil e 9 de favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável.
"Os números são brutos, mas esse estudo foi feito para que a delegada tenha um perfil do estado para fazer os estudos pedagógicos de prevenção", explicou a delegada. A unidade é especializada em casos de violência contra crianças e adolescentes, incluindo a violência sexual.
Casos de abuso sexual de menores entre janeiro e agosto de 2017
São 1,1 mil registros de estupros de vulnerável ou estupro de jovens entre 14 e 18 anos no Estado do Rio
A delegada explicou que, a partir de 2018, a vigência da lei 13431, que garante os direitos da criança e adolescente vítima ou testemunha de violência, terá que fazer mudar o comportamento das forças de segurança que atuam em todo o Brasil.
Além disso, haverá o que se chama de "escuta protegida", com autoridades de saúde e conselhos tutelares, e "depoimento especial", com membros da justiça e da Polícia Civil. Os novos protocolos buscam não trazer mais sofrimento às vítimas e criar um ambiente favorável para que os depoimentos sejam dados. Segundo Emerique, a polícia muitas vezes é criticada nesse tipo de atendimento" porque não é preparada e porque não é sensível".
"Não basta a capacitação, tem que ter também a sensibilidade para abordar o tema. Nosso dever é tentar levar esse conhecimento a todos os policiais civis, para que eles tenham uma ideia do trabalho que fazer uma escuta protegida com essa criança ou adolescente", pontuou a delegada.
Na Operação Luz na Infância, parceria entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça, e delegacias estaduais em todo o Brasil, duas pessoas foram pessoas no Rio . Um deles chegou a se passar por médico para conseguir tirar fotos de crianças na Baixada Fluminense. Entre janeiro e maio, segundo dados do Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança (Caac) da Polícia Civil, localizado no hospital Souza Aguiar, registrou 88 casos de estupro no Estado.
Evento
A parceria da Federal Kids e do Instituto Novo Brasil tem como objetivo, através do programa a Casa é Nossa, realizado pelo instituto em favelas cariocas, levar as informações às famílias residentes nessas comunidades, onde há maior dificuldade de acesso à informação, para que sejam inseridos no debate e conheçam seus direitos.
Durante a campanha serão organizadas exposições, palestras, distribuição de cartilhas e uma corrida familiar que acontecerá no dia 26 de novembro na Praça Mauá, Zona Portuária do Rio, das 8h às 13h. Ao se inscrever na corrida, o participante poderá optar por enviar um desenho feito pela criança e que fale sobre família. Os desenhos serão publicados no portal Federal Kids.
A corrida será realizada em três categorias:
  • Corrida 1 - (08:30) Faixa até 6 anos = 600 metros
  • Corrida 2 - (09:00) Faixa 6 a 8 anos = 1 Km
  • Corrida 3 - (09:30) Faixa 8 a 10 anos = 1,5 Km
  • Corrida 4 - (10:00) Faixa 10 a 14 anos = 2 Km
Os participantes devem se inscrever em duplas com um adulto e uma criança ou em trio, com dois adultos e uma criança. As inscrições variam entre R$ 95 e R$ 175 e devem ser feitas pelo site do evento, onde também constam informações sobre o trajeto a ser percorrido e horários de cada categoria.

*Sob orientação de Henrique Coelho
Por Henrique Coelho e Suelen Bastos*, G1 Rio

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