O presidente
da Venezuela, Nicolás Maduro, exibe uma nota
de 100 mil
bolívares durante reunião com ministros em Caracas,
na quarta-feira (1º) (Foto: Miraflores
Palace/Handout via Reuters)
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Presidente
venezuelano também anunciou nova cédula de 100 mil bolívares, que entra em
circulação na quinta (2). Oposição acusa governo de conceder benefício para
comprar votos em eleições municipais de dezembro.
O presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (1º) um aumento de 30%
do salário mínimo no país e também um bônus natalino para 4 milhões de
famílias.
"Anuncio
um aumento de 30% do salário mínimo nacional e das aposentadorias dos venezuelanos
e venezuelanas", afirmou Maduro em um discurso transmitido em rede
nacional de rádio e televisão.
Com o reajuste,
o quinto realizado por Maduro neste ano, o salário passa de 136.544 bolívares
para 177.507 bolívares, o equivalente da US$ 53 na taxa oficial de câmbio.
Maduro anunciou
também um aumento no chamado bônus de alimentação, que agora é de 279 mil
bolívares, cerca de US$ 83.
O presidente já
tinha elevado o salário mínimo em 40% no início de setembro. Com esse aumento,
o governo do país reajustou o valor em 39 vezes desde o início da chamada
revolução bolivariana.
Além disso,
Maduro também anunciou no discurso que 4 milhões de famílias venezuelanas
ganharão um bônus natalino de 500.000 bolívares, cerca de US$ 500.
"Aprovei
os recursos para entregar um bônus natalino especial para 4 milhões de
famílias. São 500.000 bolívares de um bônus através da carteira da
pátria", explicou.
A carteira da
pátria é um cadastro digitalizado utilizado pelo governo para distribuir comida
a preços subsidiados e outros auxílios sociais. A oposição e outras
personalidades críticas ao chavismo, como a ex-procuradora-geral Luisa Ortega
Díaz, acusam Maduro de utilizar o registro para comprar votos.
O presidente
também vai distribuir um CLAP, uma cesta de básica subsidiada, na época do
Natal, com todos os ingredientes para fazer a "hallaca", prato típico
da festa na Venezuela.
"O que
faltar, com esse aumento salarial, as pessoas sairão e comprarão o complemento
na rua. Se nos atacam por um lado, nos defendemos pelo outro, mas o povo vai
passar seu Natal feliz", afirmou Maduro no discurso.
O CLAP especial
natalino, segundo o presidente, será distribuído para 12 milhões de pessoas. A
oposição afirma que essa medida tem sido utilizada pelo chavismo para obter
vantagem eleitoral, já visando as eleições municipais de dezembro.
A Venezuela tem
atualmente a inflação mais alta do mundo e passa por uma grave escassez de
alimentos, remédios e outros produtos de necessidade básica.
Outra medida
anunciada hoje pelo presidente é a introdução da cédula de 100.000 bolívares,
que entra em circulação amanhã.
"A nova
cédula é para fortalecer a política de proteção, de seguridade social dos
trabalhadores e da família venezuelana, argumentou Maduro.
A Venezuela
também enfrenta uma escassez de dinheiro em espécie. O governo diz haver um
contrabando de cédulas para a Colômbia.
Por esse
motivo, Maduro ordenou que o ministro de Interior e Justiça, Néstor Reverol,
monte um esquema de "grande vigilância" na distribuição da nova
cédula amanhã.
Outro motivo
para a adoção da nota de 100.000 bolívares é a galopante inflação. O Banco
Central da Venezuela não divulga dados oficiais desde 2015, mas a Assembleia
Nacional, controlada pela oposição, diz que o índice é de 563,2% apenas em
2017.
A escassez de
cédulas gera, diariamente, grandes filas nos bancos. No discurso de hoje,
Maduro sugeriu que a solução para o problema é realizar 95% das transações de
forma eletrônica, incluindo a compra de passagens de ônibus e de metrô.
"A
utilização do dinheiro físico já está sendo substituída no mundo inteiro.
Acredito que essa seja a solução, porque essas pessoas vão continuar com a
guerra das moedas", afirmou.
Por Agencia EFE
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