Ideia de
parlamentares a favor do armamento é levar a proposta ao plenário da Casa em
fevereiro. Emenda à Lei Orgânica da cidade precisaria dos votos de 34
parlamentares.
Câmara realiza
audiência pública para debater armamento da Guarda Municipal (Foto: Cássio
Bruno/G1)
Um dia depois
de os moradores de Niterói recusarem,
por meio de um plebiscito, o uso de armas pela Guarda Municipal, a
Câmara de Vereadores do Rio realizou nesta segunda-feira (30) a primeira
audiência pública para debater o assunto.
O encontro
ocorreu no plenário da Casa e foi promovido pela Comissão Especial de Segurança
Pública da Casa. O objetivo é pôr em votação em fevereiro do ano que vem um
projeto de lei. Como se trata de uma emenda na Lei Orgânica da cidade, é
necessário o apoio de 34 dos 51 vereadores, ou seja, dois terços dos votos
favoráveis.
A sessão foi
coordenada pelo vereador Jones Moura (PSD), que é guarda municipal e presidente
da comissão. Ele é a favor do armamento da GM e será o autor do projeto de lei
que irá para votação.
"Segurança
pública não é uma obrigação da União e do governo do estado apenas. É do
município também. Não queremos promover uma carnificina humana, matando
trabalhadores nas ruas. A proposta não é essa. Estamos falando de um
equipamento (armas) que vai para as mais de pessoas certas como segurança de
forma preventiva", disse Jones Moura.
O vereador
aproveitou para fazer críticas ao prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PV), pela
realização do pebliscito: "Ele jogou para a galera. Teve a incapacidade de
tomar uma decisão séria que ele deveria tomar. Foi eleito para isso",
completou.
A inspetora
geral da Guarda Municipal do Rio, Tatiana Mendes, também se mostrou favorável
ao armamento de sua tropa de cerca de 7.500 guardas. No entanto, ela ressaltou
que, para isso, é fundamental o treinamento, a capacitação e, principalmente,
uma orientação psicológica aos agentes.
"Não
podemos armar de qualquer maneira. É preciso haver uma capacidade intelectual.
A GM é o policiamento preventivo. Não é para subir morros e enfrentar
bandidos", opinou Tatiana.
O secretário
municipal de Ordem Pública, coronel da Polícia Militar Paulo César Amêndola,
afirmou que o prefeito Marcelo Crivella (PRB) "está convencido da
necessidade de armar a guarda municipal".
"A
situação do Rio é peculiar. A GM sempre foi desarmada e os ex-prefeitos nunca
foram a favor do armamento. O Crivella é a favor", disse Amêndola.
Apesar de ser
um debate, a plateia era formada por guardas municipais de cidades como São
Gonçalo, Magé, Niterói e Campos, representantes de associações de moradores,
policiais federais, entre outras autoridades.
Em duas horas
de reunião, não houve discurso contra o armamento da guarda municipal do Rio.
Dos 51 vereadores, apenas cinco participaram, sendo que quatro deles fazem
parte da Comissão de Segurança Pública da Câmara. Nenhum parlamentar que se diz
contra a iniciativa estiveram no encontro.
Durante o
evento, foram apresentados vídeos de exemplos de cidades onde a guarda
municipal atua com arma de fogo, com depoimento de autoridades desses locais e
índices de criminalidade.
Por Cássio Bruno, G1 Rio
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