Denúncia
contra Temer é baseada nas delações
da J&F; e de Lúcio Funaro
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Material está no site oficial
da Câmara desde o dia 29 e começou a ser divulgado na semana passada. Advogado
de Temer falou em 'criminoso vazamento'. Câmara diz que seguiu 'as regras
legais'.
A assessoria do gabinete do
ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), informou neste
domingo (15) que o ministro não retirou o sigilo da delação de Lúcio Funaro e
que, no entendimento do magistrado, os vídeos dos depoimentos do operador
financeiro à Procuradoria Geral da República "não deveriam ter sido
divulgados".
Os vídeos começaram a ser
divulgados na semana passada, depois que ficaram disponíveis no site oficial da Câmara dos Deputados.
O material foi enviado pelo STF no dia 22 de setembro, em ofício endereçado ao
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os vídeos estão no site da Câmara desde
29 de setembro.
Defesa de Temer divulga nota sobre
vídeos com depoimentos de Funaro
Na última sexta-feira (13), a
defesa do presidente Michel Temer, citado nas delações de Funaro, classificou a
divulgação dos vídeos de "criminoso
vazamento". O advogado do presidente, Eduardo Carnelós, disse ainda
que a liberação dos vídeos constituía "mais um abjeto golpe ao estado
democrático de direito". Neste domingo, Carnelós afirmou, em nova nota,
desconhecer que os vídeos estivessem disponíveis no site da Câmara e que "jamais" quis imputar crime a
Rodrigo Maia.
Mesmo depois da nota de Carnelós,
o presidente da Câmara reagiu
neste domingo, em entrevista ao Blog da Andreia Sadi, às declarações do
advogado de Temer. O deputado se disse "perplexo" com a acusação.
"Da minha parte, uma
perplexidade muito grande ver o advogado do presidente da República, depois de
tudo que fiz pelo presidente, da agenda que construí com ele, de toda defesa
que fiz na primeira denúncia, ser tratado de forma absurda e – vamos chamar assim
– sem nenhum tipo de prova, de criminoso", disse o presidente da Câmara.
Também neste domingo, depois que o
gabinete de Fachin informou que, para o magistrado, os vídeos não deveriam ter
sido divulgados, Maia afirmou ao G1 que a Câmara está
"seguindo a determinação do ministro Fachin". Antes, em nota da
Presidência, a Câmara já havia afirmado que tinha cumprido "as
regras legais".
"Eu levei o responsável da
Câmara pra reunião com a presidente [do STF], Carmen Lúcia. Ela chamou o
ministro Fachin que deixou claro aquilo que estava sob sigilo e os funcionários
da câmara estão executando a determinação dele", disse Maia.
O presidente da Câmara também
declarou que Fachin tratou "apenas daquilo que estava sob sigilo" e
citou um arquivo que estava sob essa condição.
"O restante não tinha
tratamento sigiloso", disse Maia ao ser questionado sobre os vídeos da
delação.
Em nota, a assessoria do STF disse
que o ofício da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, ao presidente da
Câmara dos Deputados é um "ato formal de encaminhamento de documentos
despachados" pelo relator do caso, ministro Edson Fachin. A nota diz ainda
que não cabe à presidente do Supremo analisar a decisão do relator.
Os vídeos
Na delação, Funaro afirmou, entre
outros relatos, que Temer solicitou através do ex-deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) doações para a campanha
e Gabriel Chalita a prefeito de São Paulo na eleição de 2012.
Segundo o delator, o dinheiro que
abasteceu a campanha do peemedebista foi obtido por meio de propinas. À época,
Temer era vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB.
Funaro também contou como
funcionava o suposto esquema de corrupção envolvendo políticos do PMDB. O
delator disse que não viu Temer pegando dinheiro, mas afirmou que tinha
"certeza" que o presidente sabia das ações.
A defesa de Temer afirmou, por
meio de nota, que as "afirmações do desqualificado delator não passam de
acusações vazias, sem fundamento e nenhum elemento de prova ou
indiciário".
Por G1, Brasília
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