![]() |
Logo do partido Força Alternativa Revolucionária do Comum,
formado pelos ex-combatentes das Farc.
(Foto: FARC Press Office / AFP)
|
Força Alternativa
Revolucionária do Comum será o nome do novo partido composto pelos
ex-combatentes. Sigla começará difícil luta política em um país historicamente
dominado por conservadores e liberais.
A ex-guerrilha comunista Farc se
chamará a partir de agora Força Alternativa Revolucionária do Comum, o nome do
novo partido com o qual disputará o poder depois de pôr fim a meio de século de
luta armada na Colômbia.
Os rebeldes, que finalizaram seu
desarmamento após um acordo de paz assinado em novembro, decidiram manter a
siglas de seu nome de guerra, mas com um novo significado.
"Por decisão majoritária no
nosso congresso, é definido como nome do #NuevoPartido: Força Alternativa
Revolucionária do Comum (Farc)", escreveu no Twitter o líder da
ex-guerrilha, Rodrigo Londoño ("Timochenko").
Acabé de votar en la elección de la nueva dirección de la Fuerza
Alternativa Revolucionaria del Común.
A nova denominação da antiga
guerrilha, que durante 53 anos manteve o nome de Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia (Farc), foi escolhida durante o congresso realizado desde o domingo
(27) em Bogotá.
O novo partido, que será
apresentado para a sociedade nesta sexta-feira, começará sua difícil luta
política em um país historicamente dominado por conservadores e liberais.
Mil e duzentos delegados, a
maioria procedente de distantes zonas rurais e afro da Colômbia, definem no
encontro as diretrizes do movimento político e seus candidatos para as eleições
gerais de 2018.
"Timochenko" assegurou
que a decisão de manter as siglas Farc, com um novo significado, foi apoiada
por 628 dos delegados que participam no evento, enquanto 264 optaram pela Nova
Colômbia.
'Surpreendente'
A definição do nome era um ponto
importante do congresso, pois, segundo especialistas, as siglas Farc são
vinculadas a centenas de crimes cometidos pela ex-guerrilha em meio século de
guerra interna. Sua imagem negativa supera 80%, de acordo com as pesquisas.
"Continuam com a mesma sigla
porque querem manter seus bastiões em contextos rurais", disse à AFP o
sociólogo Fabián Sanabria.
"É surpreendente que
continuem usando a mesma sigla porque sem dúvida as pessoas esperavam outra
coisa, pode ser que a princípio isso os restrinja a continuar existindo somente
para uma pequena parte da população", advertiu.
Os ex-combatentes no centro
político de Bogotá, também apresentaram seu novo logo. Diferentemente da
bandeira colombiana com dois fuzis cruzados e um livro, que usaram por anos,
sua nova imagem é uma rosa vermelha, com uma estrela no meio e as letras Farc
em verde.
Novo logo
"A rosa vermelha pode ser uma
transformação, acor vermelha e a rosa vermelha também estão muito associadas ao
comunismo, com tornar-se um partido e acreditar em uma revolução", avaliou
Sanabria.
A ex-guerrilha pretende lançar seu
partido político nesta sexta-feira em um ato político-cultural na Praça de
Bolívar, centro político de Bogotá.
Os ex-comandantes disseram que as
bandeiras políticas usadas durante a luta armada serão mantidas, mas não
mencionaram as palavras socialista, comunista e marxista.
Eles também vão anunciar a direção
nacional de seu movimento e os candidatos ao Senado e à Câmara de
Representantes, pois o acordo de paz garante 10 assentos no Congresso para as
FARC, cinco em cada casa, mesmo que o partido precise participar da campanha
eleitoral.
Caso não consigam os mandatos pelo
voto popular, serão outorgados os partidos os assentos necessários até cumprir
a cota acordada.
As Farc, que foram a principal
guerrilha das Américas, assinaram em novembro um acordo de paz com o governo de
Juan Manuel Santos, após quatro anos de negociações em Cuba.
A Colômbia vive há mais de meio século
um violento conflito armado envolvendo guerrilhas, paramilitares e agentes
estatais, deixando 260.000 mortos, 60.000 desaparecidos e 7,1 milhões de
deslocados.
Visita do papa
O papa Francisco iniciará
na próxima quarta-feira (6) uma visita histórica à Colômbia para
impulsionar a paz e a reconciliação em um país profundamente dividido apesar da
assinatura do acordo de paz com as Farc. Durante a estadia de quatro dias, até
10 de setembro, o papa visitará quatro cidades, celebrará missas para
multidões, fará discursos e, sobretudo, se reunirá com vítimas e atores do
conflito interno.
Por France Presse

0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!