© Marcelo
Camargo O deputado Sergio Zveiter
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O deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator
da denúncia contra Michel Temer
(PMDB) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), defendeu a aceitação pela Câmara
da acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “A denúncia é grave”, disse o
relator. Apesar de ser do mesmo partido do presidente, Zveiter já era
considerado um parlamentar de atuação independente, provocando o temor na base
aliada de que poderia adotar essa posição diante da denúncia.
“O que está em discussão não é o
direito individual do presidente, mas Presidência da República, daí a
necessidade de se fazer uma analise criteriosa do conjunto dos indícios
colhidos no inquérito”, afirmou. “Por tudo o que vimos e ouvimos, não é fantasiosa
a acusação. É o que temos e o que deve ser apurado”, disse.
“A presente acusação contra o
presidente Michel Temer é grave e ela não se apresenta inconsistente, frágil,
desprovida de força provatória, aptas a possibilitar que a nossa Casa
Legislativa denegue a necessária autorização para que se instale o devido
processo penal”, disse.
Formada por 66 deputados, a CCJ é
a comissão que tem a responsabilidade de analisar a adequação da denúncia à
Constituição brasileira. Após a leitura do relatório, o colegiado deve ouvir a
defesa técnica de Temer, representada pelo advogado Antonio Cláudio Mariz de
Oliveira, e encerrar o encontro com a concessão de um pedido de vista por parte
do presidente da Comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
Na quarta-feira, iniciam-se os
debates, com o direito à fala dos 66 titulares e 66 suplentes, totalizando 132
parlamentares. Além destes, os líderes partidários podem se manifestar a
qualquer momento. A expectativa de Pacheco é que a Comissão possa analisar o
relatório de Zveiter até a próxima sexta-feira, em votação simbólica que pode
influenciar a decisão do plenário. Lá, o parecer do parlamentar precisa do
apoio de 342 dos 513 deputados para ser aprovado, em votação nominal e aberta.
A posição de Zveiter, um deputado
do PMDB que se coloca
contra um presidente de quem é correligionário, pode intensificar a erosão da
base aliada, uma vez que estimularia traições ao governo em outros partidos.
Com baixa aprovação, Temer se esforça para convencer parlamentares a se exporem
em sua proteção, enfrentando resistências dos que miram às próprias reeleições,
em 2018.
No entanto, para fortalecer sua
defesa em plenário, o governo estaria por trás de substituições na CCJ, nas
quais líderes de partidos da base aliada substituíram deputados favoráveis à
denúncia por colegas dispostos a defenderem o presidente. Entre os partidos que
executaram movimentações desse tipo, estão PR, PSD, SD e o próprio PMDB.
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