Sérgio
Cabral atualmente está preso em um presídio em
Benfica, na Zona Norte do Rio (Foto:
Rprodução/ RPC Curitiba)
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Depoimentos são referentes às
acusações que motivaram a operação Mascate.
O ex-governador Sérgio Cabral
presta depoimento na manhã desta segunda (10) na Justiça Federal do Rio. Ele
será ouvido pelo juiz da 7ª Vara Marcelo Bretas. Sérgio Cabral está preso desde
novembro do ano passo por envolvimento em esquemas de corrupção. Cabral foi
intimado a prestar depoimento juntamente com Ary Ferreira da Costa Filho, preso
durante a operação Mascate da Polícia Federal em fevereiro, e Carlos Emanuel de
Carvalho Miranda. Ambos eram operadores do dinheiro que seria entregue a
Cabral. Os depoimentos são referentes às acusações que motivaram a operação
Mascate.
No mês passado, o ex-governador
foi condenado pelo juiz Sérgio Moro – responsável pelos processos da Operação
Lava Jato em primeira instância – a 14 anos e 2 meses de prisão por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro. Ele já foi denunciado 12 vezes na Operação
Lava-Jato. A última foi por corrupção na área de alimentação e serviços
especializados.
O primeiro a depor foi Ary
Ferreira da Costa Filho, ex-assessor de Sérgio Cabral. Ele disse que foi ao
Prezunic e à Itaipava apresentar Carlos Miranda aos executivos que repassaram
um total de R$ 5 milhões ao braço direito do ex-governador.
O depoente admitiu que sabia que
os valores eram de caixa dois. Segundo Ary, as sobras de campanha eram
repassadas para compra de imóveis e veículos. As compras ocorriam porque ele
foi orientado a "circular o dinheiro" e não correr riscos de
assaltos.
No depoimento, ele afirmou também
que administrou a logística de campanhas de Cabral, Eduardo Paes e do atual
governador Pezão.
Ary é suspeito de pegar o dinheiro
vivo desse esquema e intermediar a lavagem de dinheiro e a ocultação de
patrimônio. Ele entregava dinheiro para dono de concessionárias de veículos,
que contratavam serviços de consultoria da empresa de Carlos Miranda, que
também é operador de Sérgio Cabral nesse esquema. Quem delatou o esquema foi
Adriano Reis, dono de uma dessas concessionárias.
Atualmente, Cabral está em um
presídio em Benfica, onde ficava o antigo Batalhão Especial Prisional (BEP),
que foi recentemente reformado.
Em parecer no qual pedia a
manutenção da prisão preventiva de Luiz Carlos Bezerra, operador de Sérgio
Cabral, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que Cabral é
"líder de uma organização criminosa, dedicada a dilapidar sistematicamente
o erário público, sem nenhum escrúpulo". O parecer foi protocolado no
Supremo Tribunal Federal (STF).
No texto, Janot explica que a
prisão preventiva é necessária, já que a organização criminosa "permaneceu
ativa muito tempo depois da renúncia do ex-governador Sérgio Cabral", e
lembrou que o ex-governador, de acordo com a denúncia do Ministério Público
Federal, "reiteradamente cobrava propina no valor de 5% de todos os
contratos celebrados com o Governo do Estado do Rio de Janeiro".
Por G1 Rio
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