Alunos que
estão acima da faixa etária podem avançar em
até duas
séries com a Correção de Fluxo. Foto: Ákilla Ribeiro
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Com o
objetivo de estimular o aprendizado, combater o sentimento de fracasso dos
alunos e diminuir a evasão escolar, a Secretaria de Educação de Rio das Ostras
implantou, em 2017, o Programa de Correção de Fluxo também para os Anos
Iniciais do Ensino Fundamental. Com a iniciativa, estudantes que estão acima da
faixa etária estimada para ano de escolaridade cursado podem avançar em até
duas séries.
O programa,
desenvolvido pela equipe da Coordenadoria de Avaliação, Acompanhamento
Pedagógico e Formação – Casa da Educação, começou pela Escola Municipal Cidade
Praiana. Com o excelente resultado alcançado, logo o projeto-piloto chegou a
outras unidades e hoje já existem turmas nas escolas Simar Machado Sodré, Maria
da Penha de Oliveira e Ciep Municipalizado Mestre Marçal, beneficiando, ao
todo, 65 estudantes.
“Antes os
alunos só eram atendidos na Correção de Fluxo a partir dos 13 anos, no 6º ano
do Ensino Fundamental. Com a ampliação do programa, começamos a oferecer essas
turmas diferenciadas para estudantes com 11 anos que cursam o 4º ano.
Conseguimos resultados mais rápidos, resgatando a autoestima dos alunos e
evitando a evasão escolar”, explica Carolina Pimentel, coordenadora do Programa
de Correção de Fluxo.
Na Escola
Municipal Cidade Praiana, as professoras da turma de Correção de Fluxo dos Anos
Iniciais, que conta com 18 alunos, já colhem bons resultados. “Esses estudantes
ficavam constrangidos por estar em sala com colegas mais novos. Por isso
participavam pouco das aulas e quase não faziam perguntas. Agora se sentem
integrados e vêm alcançando melhores resultados”, conta Patrícia Ribeiro.
“Procuramos adaptar as tarefas para a realidade deles e assim o interesse é
maior, sem falar que estão resgatando a autoestima”, completa Daniela Orato.
“Eu sentia
vergonha de estudar com alunos mais novos. Estou gostando bem mais dessa turma
e animada com a possibilidade de passar para o 6º ano em 2018”, afirma Lavany
Barreto que, aos 11 anos, cursava o 4° ano e poderá avançar, caso desenvolva as
habilidades necessárias, duas séries com a Correção de Fluxo. Dificuldades
semelhantes eram enfrentadas por João Vítor dos Anjos Teixeira, de 13 anos.
“Nessa nova turma, os colegas têm idades mais próximas da minha e me sinto à
vontade para participar das aulas”, revela.
Os
professores que lecionam para as turmas de Correção de Fluxo mandam para a
equipe coordenadora do programa os seus planejamentos de aulas semanais e, uma
vez ao mês, participam de reuniões nas quais falam de seus desafios, trocam
materiais e experiências. Para o diretor da Escola Municipal Cidade Praiana,
Márcio Peres, os resultados já são positivos. “Muitas vezes os alunos que estão
com distorção idade-série são desinteressados por não se sentirem integrados à
turma e aos materiais didáticos. Esse grupo, ao contrário, é muito disciplinado
e participativo”, reforça o diretor.
ANOS FINAIS
– O Programa de Correção de Fluxo para os Anos Finais beneficia cerca de 300
alunos de 11 turmas distribuídas nos polos das escolas municipais Cidade
Praiana, Padre José Dilson Dórea e Professora América Abdalla.
Cerca de
19,5% dos estudantes desse segmento no Estado do Rio de Janeiro têm distorção
idade-série, sendo que, em Rio das Ostras, esse número atualmente é 17,7%. O
Plano Nacional de Educação prevê que a taxa esteja em 5% até 2022.
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