A procuradora-geral da Venezuela, Luisa
Ortega Díaz.
(Foto: FEDERICO PARRA / AFP)
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Luisa Ortega Díaz, ex-aliada do chavismo, tornou-se nos últimos meses uma
dura adversária do presidente Nicolás Maduro, sendo perseguida pelo regime.
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela proibiu na última
quarta-feira (28) a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, de deixar o país e
congelou suas contas e bens. As medidas são uma consequência da convocação de
Ortega a comparecer em 4 de julho a uma audiência no TSJ que decidirá se irá
levá-la a juízo.
Ortega Díaz, ex-aliada do chavismo, tornou-se nos últimos meses uma dura
adversária do presidente Nicolás Maduro.
Ela enviou três ações ao TSJ para impedir a Assembleia Constituinte
convocada por Maduro para escrever uma nova Constituição. Para a procuradora, o
presidente viola a lei ao não submeter a convocação a referendo popular e por
fazer a eleição da assembleia sem sufrágio universal.
Esta advogada de 59 anos, acusada de supostas "faltas graves"
no cargo, denunciou a "ruptura da ordem constitucional" por parte do
governo de Maduro, que segundo ela impôs um "terrorismo de Estado"
por meio dos militares e do TSJ.
"Aqui parece que todo o país é terrorista (...), creio que temos um
terrorismo de Estado", disse a procuradora à imprensa. Ortega Díaz também
pediu que o país mantenha o respeito à lei e reiterou que a Venezuela vive uma
ruptura da ordem constitucional.
A procuradora contestou ainda decisão da Suprema Corte da Venezuela de
restringir os seus poderes e afirmou que não irá reconhecê-las.
Loira, de olhos claros e sempre de óculos, Ortega também dirigiu suas
críticas contra o Poder Eleitoral e os militares, considerados pilares do
governo Maduro junto ao Supremo.
O deputado chavista Germán Ferrer, com quem é casada há 18 anos, a
descreve como uma "pessoa muito disposta, valente e honesta".
"Enfrentaria qualquer coisa para defender seus valores. Ela é a
fiadora da legalidade no país, está cumprindo com seu dever", disse à AFP.
A reação governista à rebelião de Ortega foi tal que o deputado Pedro
Carreño pediu ao Supremo sua destituição por "insanidade mental", o
congelamento de seus bens e a proibição de sair do país.
Por G1
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