O
ex-presidente Carlos Menem, durante audiência de seu julgamento,
em 2 de
março de 2015, em Buenos Aires (Foto: AFP Photo/CIJ)
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Ele é acusado de vender armas
ilegalmente à Croácia e ao Equador entre 1991 e 1995 e ainda pode recorrer à
Corte Suprema. Países receberam 6.500 toneladas de armamento destinadas
oficialmente a Panamá e Venezuela.
Um tribunal da Argentina confirmou
nesta quarta-feira (21) a condenação a sete anos de prisão para o ex-presidente
Carlos Menem (1989-1999) por contrabando agravado de armas à Croácia e ao
Equador entre 1991 e 1995, informaram fontes judiciais.
A Sala I da Câmara Federal de
Cassação resolveu por maioria rejeitar os recursos de apelação apresentados
pelas defesas de Menem, quem tem privilégio parlamentar, e de outros condenados
neste caso.
Em 2013, a Justiça condenou Menem,
de 86 anos, a sete anos de prisão e 14 de inabilitação para desempenhar cargos
públicos após considerá-lo "coautor" de contrabando agravado de
material bélico.
Menem conta com privilégios
parlamentares por ocupar desde 2005 uma cadeira no Senado, com mandato até
dezembro de 2017 e que o ex-governante espera renovar por outros seis anos nas
eleições legislativas deste ano.
Nesta causa também foram condenados
como coautores de contrabando agravado de material bélico o ex-ministro de
Defesa de Menem, Oscar Camilión (cinco anos e seis meses de prisão), e Diego
Palleros (cinco anos de prisão), que era acusado de traficar armas.
Além disso, foram condenados como
coautor do delito de contrabando agravado o ex-interventor da empresa
Fabricaciones Militares (FM), Luis Sarleng (quatro anos de prisão), e vários
outros funcionários.
Durante o governo de Menem foram
exportadas 6.500 toneladas de armamento destinadas oficialmente a Panamá e
Venezuela, mas que na realidade foram desviadas à Croácia, em 1991, em pleno
conflito da antiga Iugoslávia, e ao Equador, em 1995, no meio de um confronto
bélico com o Peru por um antigo litígio limítrofe, apesar de a Argentina ter
sido um dos países fiadores do tratado de paz entre ambos países.
No julgamento, o ex-presidente
negou ter tido responsabilidade na venda ilegal do armamento com o argumento
que durante sua gestão "se limitou a assinar decretos de exportação de
armas" à Venezuela e ao Panamá e que o resto dos trâmites escapava de seu
conhecimento.
Por esta causa, Menem esteve seis
meses detido em 2001 acusado de ser o chefe de uma "associação
ilícita" dedicada ao tráfico ilegal de armas, mas foi posto em liberdade
após uma decisão da Corte Suprema, última instância à qual a defesa do
ex-presidente poderá recorrer da sentença confirmada nesta quarta.
Por Agencia EFE
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