Aeronave que
sobrevoou prédio público foi localizada perto de Caracas
O
vice-presidente da Venezuela,
Tareck El Aissami, informou nesta quarta-feira que o helicóptero usado ontem para atacar o
Tribunal Supremo de Justiça (TSJ)foi localizado pelas autoridades em uma
cidade do estado de Vargas, próximo a Caracas, e indicou que até o momento não há detidos pelo incidente.
“Apesar das
condições climáticas adversas, a nossa Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) localizou o
helicóptero que foi empregado no dia de ontem em dois ataques terroristas a
instituições do Estado venezuelano”, disse El Aissami à emissora estatal VTV.
Segundo o
governo, o inspetor da polícia
científica venezuelana (CICPC) Oscar Pérez, de 36 anos, furtou ontem
um helicóptero com o
qual sobrevoou as sedes do Ministério de Interior e do TSJ em Caracas, lançou
quatro granadas e realizou disparos.
Nas redes
sociais circularam vídeos e fotos que
mostravam o helicóptero sobrevoando
edifícios. Ao longe podem ser ouvidas explosões. Também foram divulgadas fotos
da aeronave com uma faixa que dizia “350 Liberdade”, uma referência ao artigo
constitucional invocado pela oposição para uma desobediência civil ao governo.
O caso, no
entanto, gerou suspeitas entre opositores e analistas uma vez que o presidente Nicolás Maduro tem histórico
de inventar tentativas de golpes de Estado, que usa como justificativa para
aumentar a repressão. O fato de Pérez ser um ator que protagonizou um
suspense em 2015 com o apoio do governo aumentou ainda mais a desconfiança.
Maduro sustenta
que o episódio acontece em uma “escalada golpista” de “fatores extremistas” da
oposição. Horas antes do incidente, advertiu que se a chamada Revolução
Bolivariana fosse destruída, “iríamos ao combate (…) e o que não
conseguíssemos com votos, tomaríamos com as armas”.
Trama
governista?
Diante da
denúncia de Maduro, a União
Europeia pediu para acabarem “urgentemente” com a violência,
enquanto o Brasil, crítico
do governo venezuelano, condenou igualmente o ataque e o “cerco de grupos
paramilitares” contra o Parlamento.
O presidente
venezuelano vincula o alegado complô a seu ex-ministro do Interior e general
reformado, Miguel Rodríguez Torres que, segundo Maduro, teve Óscar Pérez como
piloto. Ambos são acusados de estar a serviço da Agência Central de Inteligência americana (CIA).”Militares
reformados não dão golpes”, defendeu-se Rodríguez Torres.
A coalizão
opositora Mesa da Unidade
Democrática (MUD) disse que examinará a denúncia do helicóptero, sem descartar que tudo
seja uma trama do governo. “Seja o que for, é gravíssimo (…), a situação é
insustentável”, disse à imprensa Julio
Borges, presidente do Legislativo.
Protestos
A Venezuela vive
dias de tensão por protestos contra Maduro. A dura repressão governista deixou
77 mortos desde 1º de abril, segundo a Procuradoria. As eleições são a
principal exigência dos manifestantes, que nesta quarta-feira continuaram com
novos bloqueios de vias para forçar Maduro a desistir de seu chamado a
uma Assembleia Constituinte.
O presidente
também enfrenta uma ofensiva da procuradora-geral, Luisa Ortega,
que denunciou que há um “terrorismo de Estado”. Nesta quarta-feira, o TSJ
determinou o congelamento das contas bancárias da procuradora e a proibiu de
sair do país.
(com agências
internacionais)
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