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REUTERS/Adriano Machado Ministro do Supremo Tribunal
Federal
Edson Fachin em sessão da Suprema Corte em Brasília
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BRASÍLIA - O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes divulgou nota neste domingo em defesa do
ministro Edson Fachin. Segundo a revista "Veja", a Agência Brasileira
de Inteligência (Abin) teria espionado Fachin, que é relator da Lava-Jato.
"A tentativa de intimidação de qualquer membro do Judiciário, seja por
parte de órgãos do governo, seja por parte do Ministério Público ou da Polícia
Federal, é lamentável e deve ser veementemente combatida”, diz o texto.
A nota do ministro vem após manifestação
de repúdio da presidente do (STF), ministra Cármen Lúcia, e do procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, diante da informação publicada pela revista. Para
a ministra, a suposta espionagem seria “própria de ditaduras” e deve ser
penalmente apurada e os responsáveis, “exemplarmente processados”.
A reportagem afirma que a
investigação da Abin, já estaria em curso há alguns dias, e teria encontrado
indícios de que Fachin voou no jatinho da JBS, empenhando-se em encontrar
provas para constranger o relator e pedir seu afastamento da condução do
processo e, consequentemente, a anulação da delação do dono da JBS, Joesley
Batista.
Janot, por sua vez, manifestou
descrença. Mas o procurador-geral classificou a prática, uma vez que seja
comprovada, como “inaceitável”.
– Não quero acreditar que isso
tenha acontecido. Usar um órgão de inteligência do Estado de forma espúria para
investigar um dos Poderes da República em plena atuação constitucional e legal,
como forma de intimidação, isso sim é a institucionalidade de um Estado
policial, de um Estado de exceção – disse Janot.
Na tarde deste sábado, a
Procuradoria-Geral dea República definiu a suposta espionagem como
"atentado aos Poderes da República". Janot diz ainda no texto que
essas práticas têm como objetivo intimidar autoridades. A suposta espionagem
também foi alvo de críticas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da
Associação dos Juízes Federais (Ajufe).
Resposta do governo
Em nota, o Palácio do Planalto
negou que Temer tenha ordenado ações de inteligência contra Fachin. Segundo o
texto, divulgado pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência
da República, "o governo não usa a máquina pública contra os cidadãos
brasileiros", e também nega que haja a intensão de tentar parar as
investigações da Operação Lava-Jato:
"O presidente Michel Temer
jamais “acionou” a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar a
vida do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, como publicado hoje
pelo site da revista Veja. O governo não usa a máquina pública contra os
cidadãos brasileiros, muito menos fará qualquer tipo de ação que não respeite
aos estritos ditames da lei. A Abin é órgão que cumpre suas funções seguindo os
princípios do Estado de Direito, sem instrumentalização e nos limites da lei
que regem seus serviços. Reitera-se que não há, nem houve, em momento algum a
intenção do governo de combater a Operação Lava Jato", afirma a nota do
governo.
Agência O Globo
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