Empresa de investigado pela Lava Jato firmou contratos com Comitê Olímpico da Rio 2016 | Rio das Ostras Jornal

Empresa de investigado pela Lava Jato firmou contratos com Comitê Olímpico da Rio 2016

Marco Antônio de Lucca foi preso por agentes da PF em
Ipanema (Foto: Eric Soares / Globo News)
Empresas de Marco Antônio de Luca, preso pela PF nesta quinta-feira, são fornecedoras de merenda e comida para presídios do RJ.
De acordo com o Ministério Público Federal e com a Polícia Federal, a empresa de alimentos Masan, ligada ao empresário Marco Antônio de Luca, preso na manhã desta quinta-feira (1) em mais uma fase da operação Lava Jato no Rio de Janeiro, firmou pelo menos seis contratos com o Comitê Olímpico da Rio 2016.
Marco Antônio de Luca também é ligado à empresa Milano, que pertence ao mesmo grupo familiar. Tanto a Masan, quando a Milano, estão entre as principais fornecedoras de alimentos e merenda para o estado do Rio de Janeiro.
Segundo Fabiana Schneider, existem vários contratos com a Rio 2016. "As empresas tinham ainda mais contratos com a Rio 2016. Estamos pedindo ao comitê informações sobre o número de contratos, os valores, os objetos e os períodos das prestações de serviços. Vamos avaliar esses contratos para ver se há irregularidades.", disse a procuradora que enviou nesta quinta-feira um ofício ao comitê pedindo essas informações em 24 horas.
Em entrevista ao G1, o diretor de comunicação do Comitê Rio 2016, Mário Andrada, afirmou que todos os seis contratos foram aprovados pelo conselho diretor, que conta com integrantes dos 3 níveis de governo e foram aprovadas por unanimidade. Apenas 19% das concorrências nas quais a Masan se apresentou ao Comitê Rio 2016 ela venceu, mostrando a lisura do processo. Atualmente, o Comitê Rio 2016 deve R$ 16 milhões à Masan, que é o segundo maior credor do comitê. A empresa, inclusive, entrou na justiça para cobrar esta dívida, informou o diretor de comunicação.
O delegado da PF Antônio Beaubrun disse que o material apreendido vai ser analisado. Ele não pode confirmar neste momento se ainda há contratos em vigor nem se já cessaram os pagamentos de propina ao grupo do ex-governador.
"Começamos a investigação a partir do pagante da propina. Estamos seguindo o rastro do dinheiro. Agora, vamos avaliar os documentos e os contratos apreendidos. A investigação ainda está em curso", disse o delegado.
Embora alguns contratos que estão sendo investigados sejam posteriores à saída de Sergio Cabral do governo do estado, segundo a procuradora, não há indicativos, por enquanto, da participação do governador Luiz Fernando Pezão no esquema.
"Das provas colhidas até agora, tudo demonstra no contexto a pratica de uma organização criminosa na colonização da rés pública. Um verdadeiro benefício aos amigos da côrte", disse Fabiana.
Segundo o MPF, a Masan recebeu R$ 2,1 bilhões de contratos com o governo para fornecimento de merenda e alimentação para presos. O crescimento dos contratos chamou a atenção das autoridades. Eram dois em 2008 e passaram a 26 em 2015. A Milano chegou a 41 contratos em 2016, no valor global de R$ 300 milhões.
Juntas, as empresas Masan e Milano receberam cerca de R$ 7 bilhões do estado do RJ entre os 2011 e 2017. Segundo o portal da Transparência do Estado do Rio de Janeiro, a Masan teria recebido o total de R$ 5.425.992.909,81 e a Milano um total de R$ 1.604.929.918,20.
O G1 entrou em contato com as empresas Milano e Masa, mas, até as 11h50, não houve resposta.
Segundo as investigações, Marco de Luca pagou pelo menos R$ 12,5 milhões em propina para a organização criminosa liderada por Cabral para ganhar esses contratos. São investigados contratos de alimentação hospitalar, escolar e de presídios. Marco Antônio será indiciado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Quando a operação Calicute foi deflagrada, foram encontrados documentos com Luiz Carlos Bezerra sobe propina paga por de Luca. O empresário era identificado como “Louco”, “Crazy” ou “De Louco”. A contabilidade mista pagamentos mensais de R$200 mil, totalizando R$ 12,5 milhões passados à organização criminosa chefiada por Sergio Cabral.
Operação Ratatouille
Durante a operação desta quinta-feira, batizada de “Ratatouille”, também estavam sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos endereços. Foram apreendidos 16 obras de arte, 3 veículos e R$ 400 mil em espécies nos endereços investigados.
A operação é mais um desdobramento da operação Lava Jato no estado e o nome faz referência a um prato típico da culinária francesa, em referência a um jantar em restaurante de alto padrão em Paris/França, no qual estavam presentes diversas autoridades públicas do estado do Rio de Janeiro e empresários que possuíam negócios com o Estado.
A operação é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. Quarenta policiais federais cumpriram um mandado de prisão preventiva e 9 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal/RJ, na capital fluminense (Barra da Tijuca, Centro, Ipanema e Leblon) e nos municípios de Mangaratiba/RJ e Duque de Caxias/RJ.
De acordo com a Justiça, a prisão preventiva foi decretada por haver indícios de Marco Antônio ser “o grande corruptor da iniciativa privada na área da alimentação e serviços especializados no Estado do Rio de Janeiro. Aduz o MPF que o investigado teria se associado aos integrantes da Organização Criminosa, através da entrega valores em espécie diretamente ou por intermédio de Luiz Carlos Bezerra”, diz o pedido.
Foto com guardanapo na cabeça
O empresário é um dos integrantes do grupo que fez uma comemoração de luxo com Cabral e outras pessoas vinculadas ao governo, além de empresários, em Paris, na França. Na época, um parte do grupo apareceu em fotos com guardanapos na cabeça. Na investigação sobre corrupção no Tribunal de Contas do Estado, ele foi levado para prestar depoimento.
De acordo com depoimento de Luiz Carlos Bezerra ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio, Marco Antônio é a pessoa identificada como Loucco no controle de caixa do esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral. São pelo menos 30 registros entre agosto de 2014 e novembro de 2016 feitos por “Loucco”.

Por Alba Valéria Mendonça, G1 Rio
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