Julgamento da chapa Dilma-Temer tem embate entre Herman Benjamin e Gilmar Mendes Fábio Rodrigues |
O
primeiro dia de julgamento da chapa Dilma Rousseff – Michel Temer no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi marcado, na noite desta terça-feira, 6,
por um embate entre os ministros Herman Benjamin, relator do caso, e Gilmar
Mendes, presidente da casa. No momento em que Herman defendia a cassação da
chapa, Gilmar pediu a palavra para solicitar "cautela".
"As pessoas dizem que essa
ação demorou muito. Não podemos esquecer que, aqui, nós temos uma situação
bastante singular, que não pode ser 'comezinha', que é a impugnação de uma
chapa presidencial, e um grau de estabilidade ou instabilidade que precisa ser
considerado", completou. Por sua vez, Herman disse que as denúncias eram
graves.
Gilmar Mendes afirmou que o
julgamento, independentemente do resultado, permitira que as pessoas
conhecessem melhor a "realidade" das eleições, de "empresas
fantasmas" e outros fatos "gravíssimos". Mas, como se adiantasse
seu voto contra a cassação da chapa presidencial, ele comentou que na época da
ditadura militar (1964-1985) o TSE cassava menos que hoje, no período
democrático. Herman rebateu: "A ditadura cassava e caça quem defendia a
democracia. Hoje, o TSE cassa quem ataca a democracia". Sem esconder a
irritação, Gilmar afirmou: "Temos que ser moderados". Herman
retrucou: "Não se trata de dados quantitativos, mas qualitativos". A
discussão continuou. Gilmar disse que era preciso ser "cuidadoso".
"Nós temos que der cuidadosos em tudo, especialmente quando se trata de
voto popular", rebateu Herman.
Em seguida, o ministro relator
citou declaração de Gilmar, que em outro julgamento criticou o TSE por ser
"competente" para cassar governadores da Paraíba, de Rondônia e
outros estados pequenos e não se "intromete" em eleições em São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
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