Manifestantes
e militares entram em confronto no protesto
desta
segunda-feira (29) em Caracas, na Venezuela.
(Foto:
REUTERS/Carlos Barria)
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Manifestantes foram bloqueados
e entraram em confronto com militares. Oposição acusa o banco Goldman Sachs de
financiar ditadura.
Milhares de opositores marcharam
nesta segunda-feira (29) em Caracas no que definiram como o início de uma etapa
de maior pressão contra o presidente Nicolás Maduro e o seu projeto de uma
Assembleia Constituinte, informa a agência de notícias France Presse.
Os manifestantes tentaram avançar
até a sede da Defensoria Pública, no centro da capital, mas foram bloqueados
por militares com bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água disparados por
veículos blindados.
Como acontece a cada vez que a
oposição tenta chegar até o centro da capital, a principal estrada da cidade
era cenário de confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes, que
jogavam pedras e coquetéis molotov contra os militares. Também foram
registradas confusões na parte oeste da capital.
O governador do estado de Miranda
e um dos líderes da oposição na Venezuela, Henrique Capriles, disse que após o
fim do protesto emboscado por agentes da Guarda Nacional Bolivariana.
"4:30! Fomos agora emboscados quando nos retirávamos por agentes da GNB.
Roubados, golpeados. Toda minha equipe está ferida", indicou Capriles em
mensagem divulgada pelo Twitter.
4:30 pm!Fuimos ahora emboscados en las Mercedes cuando nos retirábamos por
efectivos GNB,robados,golpeados,todo mi equipo está herido!
Uma testemunha do incidente
afirmou à Agência Efe que Capriles e mais de dez pessoas que trabalham com ele
estavam caminhando quando foram abordadas por cerca de 50 agentes da GNB em
motos. A mesma testemunha afirmou que Capriles levou um soco. Um dos agentes
ainda atingiu o rosto do líder da oposição com um capacete. Os golpes não
provocaram cortes, mas o governador de Miranda está sendo atendido em um
hospital da região.
Intensificação de protestos
Estas foram as primeiras
manifestações depois que a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD)
chamou no domingo (28) para que "intensificassem" os protestos para
impedir a Constituinte, considerada uma "fraude" de Maduro para fugir
das eleições e se agarrar ao poder.
Os dirigentes da MUD não
detalharam, no entanto, no que consiste essa intensificação, embora tenham
antecipado que as ações de daqui para frente preveem passar mais tempo nas
ruas.
Desde que começaram, em 1º de
abril, mobilizações e distúrbios deixaram 59 mortos e mais de mil feridos,
segundo a Procuradoria, assim como cerca de três mil detidos, de acordo com a
ONG Fórum Penal.
O governo e a oposição se
responsabilizam pela violência nas manifestações. Maduro acusa os seus
adversários de "atos de terrorismo" para dar um golpe de Estado,
enquanto estes o culpam por uma "brutal repressão".
Manifestantes
opositores foram bloqueados por militares
durante
marcha nesta segunda-feira (29) em Caracas
(Foto:
REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
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Assembleia Constituinte
A Constituinte "é
praticamente uma eleição interna do PSUV", disse a jornalistas durante a
marcha o líder opositor Henrique Capriles, referindo-se ao Partido Socialista
Unido da Venezuela, de situação.
Segundo a oposição, o sistema
apresentado para escolher os legisladores permitiria ao chavismo
ganhar a maioria dos delegados, ainda que perdesse as votações. Os adversários
de Maduro rechaçam também que a iniciativa não seja submetida a um referendo.
A Constituinte busca "instaurar
um regime comunista e liquidar a democracia para sempre", de acordo com
Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento.
Goldman Sachs
Segundo a agência Reuters, o
presidente do Congresso da Venezuela, liderado pela oposição, acusou nesta
segunda o banco de investimentos de Wall Street Goldman Sachs de “ajudar e
estimular o regime ditatorial do país” após uma reportagem de que o banco teria
pago US$ 2,8 bilhões em títulos do país.
De acordo com o "Wall Street
Journal", o Goldman comprou na semana passada papeis da petroleira estatal
Petroleos de Venezuela (PDVSA) com um desconto de cerca de 69%, em troca de
injetar dinheiro às problemáticas contas do país, que atravessa uma profunda
crise econômica.
“O alívio financeiro do Goldman
Sachs ao regime irá servir para fortalecer a repressão brutal desencadeada
contra os centenas de milhares de venezuelanos protestando pacificamente por
mudança política no país”, escreveu Julio Borges, presidente do Congresso da
Venezuela, em carta ao presidente do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein.
A carta acrescenta que o Congresso
irá abrir uma investigação sobre a transação e que Borges irá recomendar “para
qualquer governo democrático futuro da Venezuela não reconhecer ou pagar estes
títulos”. Um porta-voz do Goldman Sachs disse que o banco se negou a comentar.
Por G1
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