Donald Trump
durante cerimônia em Washington
na sexta
(21) (Foto: Reuters/Aaron P. Bernstein)
|
Em decisão atípica, presidente
americano convoca todos os cem senadores para discutir tensão crescente na
Península Coreana. Convite deixa alguns legisladores apreensivos.
O governo Donald Trump chamou o
Senado americano inteiro a comparecer à Casa Branca nesta quarta-feira (26/04),
numa convocação atípica para discutir a crescente tensão com a Coreia do Norte.
Todos os 100 senadores foram
convidados a participar da reunião com o secretário de Estado, Rex Tillerson, o
secretário de Defesa, Jim Mattis, o diretor da inteligência nacional, Dan
Coats, e o general Joseph Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto.
Normalmente, as autoridades do
governo se dirigem ao Capitólio para informar os membros do Congresso sobre
temas relacionados à política externa e sobre questões de segurança nacional. O
caminho inverso, de todos os 100 membros do Senado se dirigirem até a Casa
Branca, é incomum. Já houve no passado, mas para grupos menores de senadores.
David Popp, porta-voz do líder
republicano no Senado Mitch McConnel, explicou que Trump "ofereceu sediar
a reunião e que o líder do Senado concordou". Outras lideranças do Senado
sinalizaram que a maioria, se não todos, dos senadores deve comparecer na Casa
Branca.
O convite deixou alguns
legisladores perplexos, já que o Capitólio detém um local seguro e de tamanho
apropriado para lidar com reuniões do tipo. Segundo reportagem do jornal
americano "Washington Post", alguns parlamentares americanos
levantaram a questão sobre se o governo de Trump não estaria pretendo usar o
evento como uma encenação fotográfica para marcar seus primeiros cem dias como
presidente do país.
Membros do Congresso sugeriram que
a apresentação na Casa Branca tornaria mais fácil para Trump "passar por
lá" e talvez assumir o controle da reunião. "Ouvi que isso veio do
próprio Trump, que do nada disse 'por que não os trazemos para cá em vez
disso?'", afirmou um assessor ao "Washington Post", sob condição
de anonimato.
A apresentação, segundo fontes do
governo, poderia ser feita no Eisenhower Executive Office Building, edifício ao
lado da Casa Branca e que abriga boa parte do Conselho de Segurança Nacional.
Mas ainda não há confirmação oficial.
O auditório seria temporariamente
transformado numa "instalação de informação sensível compartimentada"
(Scif, na sigla em inglês). Tais instalações são feitas para resistir a
espionagem ou invasões computadorizadas. O Capitólio possui um Scif no subsolo.
"Essas apresentações sempre,
sempre, sempre foram feitas no Scif daqui", disse um assessor do Senado ao
"Washington Post", também sob condição de anonimato. "Isso
significa que as informações confidenciais serão compartilhadas numa
localização não segura? Ou que não estaremos ouvindo nada sobre material
confidencial?"
O governo Trump tem enrijecido sua
retórica contra a Coreia do Norte e tem pressionado a China a exercer mais
influência sobre Pyongyang para que o regime comunista pare de realizar seus
testes nucleares e com mísseis. Na segunda-feira, a embaixadora dos EUA na ONU,
Nikki Haley, disse que Washington pode atacar a Coreia do Norte caso ela agrida
uma base militar americana ou faça um teste de míssil balístico
intercontinental.
Por Deutsche Welle
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