O desempenho
de Pinheiro no depoimento ao juiz Moro
é considerado fundamental pelos envolvidos nas
negociações
de uma
colaboração premiada dele.
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Ele será ouvido na ação que
envolve a reforma de um tríplex em Guarujá (SP) que seria destinado ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No ano passado, Pinheiro e o
ex-presidente se tornaram réus neste caso.
Envolvidos nas investigações
relataram à reportagem que o empreiteiro negociou com procuradores fazer um
relato com detalhes sobre os favores que teria feito a Lula e seus familiares.
Com isso, Pinheiro e o Ministério
Público indicariam que um futuro acordo de delação a ser fechado não dependeria
só de informações sobre Lula, minimizando críticas de que os investigadores
estariam pressionando o sócio da OAS a focar no ex-presidente.
O desempenho de Pinheiro no
depoimento ao juiz Moro é considerado fundamental pelos envolvidos nas
negociações de uma colaboração premiada dele. Pessoas ligadas ao empreiteiro
veem essa como a última chance dele ter seu acordo fechado com a Lava Jato.
As tratativas foram suspensas em
agosto do ano passado pela Procuradoria-Geral da República após vazamento de
informações ligadas a obras na casa do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo
Tribunal Federal), em que não foram identificadas irregularidades.
As conversas com Pinheiro foram
retomadas nos últimos meses, após o acordo assinado pela Odebrecht com a Lava
Jato. Além de Lula e temas que corroboram o que a Odebrecht citou, a delação da
OAS pode fornecer informações sobre corrupção em fundos de pensão.
As tratativas incluem, além de
Pinheiro, outros executivos e ex-executivos do grupo, e também acionistas, como
Cesar Mata Pires e seu filho Antonio Carlos Mata Pires.
TRÍPLEX
Além de ser proprietária do
empreendimento, o Condomínio Solaris, a OAS gastou cerca de R$ 770 mil na
reforma do apartamento que chegou a ser visitado por Lula e a mulher, Marisa
Letícia (morta em fevereiro), acompanhados de Pinheiro.
A empreiteira também participou da
reforma do sítio de Atibaia (SP) frequentado pela família do petista, e pagou a
ele viagens internacionais após deixar a Presidência, segundo as investigações.
Em setembro, Pinheiro foi preso
pela segunda vez pela Lava Jato e levado para Curitiba, onde está desde então.
Na época, Moro disse que surgiram
novas provas mostrando ações do empresário para atrapalhar as investigações,
como destruir e-mails.
Em abril de 2015, o STF havia
determinado que ele e outros executivos migrassem para o regime de prisão
domiciliar. Além de ser réu neste caso, Léo Pinheiro foi condenado a 39 anos em
outras duas ações penais.
Na ação do tríplex, o Ministério
Público afirma que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em propinas pagas pela OAS
oriundas de contratos da Petrobras. Segundo a acusação, o dinheiro foi
investido na reforma do tríplex. A OAS também pagou pelo transporte e
armazenamento de
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