Governador
do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB)
(M‡árcia Foletto/Agência o Globo)
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Na condição de testemunha,
governador do Rio de Janeiro disse a Moro que o seu antecessor e aliado nunca
tratou de cobranças indevidas com ele
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou
nesta quinta-feira ao juiz federal
Sergio Moro que o seu antecessor Sérgio Cabral, réu em
uma ação da Lava Jato em Curitiba e em mais cinco no Rio de janeiro,
nunca tratou de pagamento de propinas com ele. Por meio de videoconferência na
sede da Justiça Federal do Rio, Pezão falou na condição de testemunha da defesa
do réu. Ele foi vice-governador de Cabral em seus dois mandatos, de 2007 a
2014, e seu secretário de Obras, de 2007 a 2010.
O depoimento durou cerca de oito
minutos. A defesa de Cabral o questionou sobre se o ex-governador já havia
mencionado cobranças indevida em obras do Estado e se havia interferido na
escolha de empresas e membros de processos licitatórios. “Comigo, nunca”,
respondeu sucintamente o governador. Ele também disse que Cabral dava
autonomia aos secretários para selecionarem suas equipes de trabalho.
O processo que está nas mãos de
Moro se refere especificamente a vantagens ilícitas pagas em contratos
do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (Comperj), uma das refinarias da Petrobras. Segundo a denúncia,
2,7 milhões de reais foram desembolsados a Cabral e seu grupo pela
empreiteira Andrade Gutierrez.
Pezão também foi questionado sobre
reuniões com o ex-diretor da Petrobras e delator número 1 da Lava Jato,
Paulo Roberto Costa. O governador confirmou que teve diversos encontros com
Costa e outros secretários para discutir principalmente sobre licenças e
projetos de abastecimento de água do Comperj. Mas negou a tratativa de qualquer
cobrança indevida.
No âmbito da colaboração premiada,
Costa contou que arrecadou 30 milhões de reais de empreiteiras para o caixa
dois da campanha da chapa Cabral e Pezão, em 2010. Os dois sempre
negaram as acusações. O caso tramita no Superior Tribunal de
Justiça (STJ), corte que tem competência para julgar governadores.
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