Há ainda
relatos sobre influência de Lula para expansão
da linha de crédito em Angola em favor da
Odebrecht.
|
Ex-presidente alega no pedido
que diversos relatos sobre ele feitos por ex-executivos da empreiteira não são
relacionados diretamente a desvios na Petrobras.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva pediu nesta segunda-feira (24) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que
diversas citações a seu nome na delação da Odebrecht não sejam enviadas para as
investigações da Operação Lava Jato no Paraná conduzidas pelo juiz Sergio Moro,
mas sim para a Justiça Federal em São Paulo ou em Brasília.
Para a defesa do petista, vários
relatos sobre ele feitos por ex-executivos da empresa não se relacionam
diretamente aos desvios na Petrobras e por isso devem ser remetidos a outros
juízes da primeira instância.
Os advogados mencionaram, por
exemplo, narrativas sobre a suposta participação do ex-presidente em conversas
sobre a privatização do setor petroquímico, que beneficiou a Braskem,
pertencente à Odebrecht. Há ainda relatos sobre influência de Lula para
expansão da linha de crédito em Angola em favor da Odebrecht
Em contrapartida e a pedido de
Lula, a empresa teria feito doações à campanha eleitoral de El Salvador;
ajudado na aquisição de um terreno para o instituto do ex-presidente; e ainda a
participação da empresa na construção do estádio Itaquerão, em São Paulo.
No total, a defesa apresentou oito
pedidos do tipo ao STF, relativos, cada um, a uma linha de investigação
remetida ao Paraná. Lula também é mencionado por ex-executivos da Odebrecht em
relatos sobre sua suposta em pedidos de propina ao PT por licitação envolvendo
a Sete Brasil, empresa fornecedora de sondas à Petrobras.
Outros delatores falam em
pagamentos feitos ao marqueteiro João Santana para financiamento da campanha
eleitoral do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, em 2008.
Todos esses casos foram remetidos
ao Paraná pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Com os
pedidos de Lula, caberá a ele rever sua decisão ou submetê-la para análise da
Segunda Turma da Corte, composta também pelos ministros Gilmar Mendes, Celso de
Mello, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.
Nos pedidos, a defesa de Lula
lembra que, em 2015, o plenário do STF mudou a relatoria de uma investigação
sobre a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) originada da Lava Jato, mas
relacionada a supostos desvios do Ministério do Planejamento.
“Considerou-se que o fato de os
depoimentos oriundos de colaborações premiadas terem sido realizadas no curso
das investigações da “Operação Lava Jato” não seria suficiente para determinar
a concentração da competência no Juízo prevento para apurar fraudes e desvios
de recursos no âmbito da Petrobras [...] A competência para processar ações ou
investigações baseadas em depoimentos de colaborador, portanto, dependerá do
local em que foram, em tese, consumados os delitos imputados, da sua natureza e
da condição das pessoas incriminadas”, argumentou a defesa.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!