© Filipe
Araujo Segundo o ex-presidente, seu depoimento
ao juiz
Sergio Moro servirá para que ele se defenda
"pela
primeira vez" das acusações
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva afirmou nesta segunda-feira (24) que a prova que existe contra ele no
caso do tríplex em Guarujá (SP) é "um pedágio" e que está na hora de
"parar o falatório" e "provar" que ele recebeu dinheiro de
forma ilegal.
Segundo o ex-presidente, seu
depoimento ao juiz Sergio Moro, marcado para o próximo mês, servirá para que
ele se defenda "pela primeira vez" das acusações que existem contra
ele no âmbito da Operação Lava Jato.
"Está na hora de parar o
falatório e mostrar prova. A prova que tem contra mim é um pedágio", disse
Lula durante evento do PT em Brasília. "Eu estou com muita vontade de
brigar, de fazer a boa briga", completou o ex-presidente ao indicar que
pretende disputar a eleição presidencial de 2018.
Réu em cinco ações penais, o
ex-presidente pode se tornar inelegível caso seja condenado em segunda
instância.
A declaração pública de Lula
ocorre dias após a defesa de Léo Pinheiro, sócio da OAS, entregar à Justiça
documentos para tentar comprovar que o petista foi beneficiado pela reforma de
um tríplex em Guarujá (SP).
Entre os documentos entregues
estão o registro de que dois carros em nome do Instituto Lula passaram pelo
sistema automático de cobrança dos pedágios a caminho do Guarujá entre 2011 e
2013. Não há, no entanto, informações que comprovem que as viagens tiveram como
destino o apartamento no Edifício Solaris, que Léo Pinheiro diz ser do
ex-presidente.
Em discurso de cerca de quarenta
minutos para uma plateia de dirigentes e militantes petistas, Lula disse estar
"tranquilo" sobre a possibilidade de Moro adiar seu depoimento sobre
o tríplex, inicialmente marcado para 3 de maio, e que estará em Curitiba quando
o juiz ordenar.
Segundo a reportagem apurou, Moro
cogita adiar o depoimento de Lula a pedido da Polícia Federal, mas o
ex-presidente ainda não havia sido informado da decisão até o início da noite
desta segunda (24).
"Não estou preocupado com a
data. A data é do juiz Moro. A hora que ele marcar, estarei em Curitiba",
disse Lula.
"Quero comparecer [ao
depoimento em Curitiba] porque é a primeira grande oportunidade que eu não vou
ser atacado pelas revistas e televisões. Eu vou ter, de viva voz, o direito de
me defender. No meu primeiro depoimento, o horário é meu. Faz três anos que
estou ouvindo", completou o ex-presidente.
Lula afirmou ainda que estão
contando "mentiras" contra ele "24 horas por dia" e que não
nasceu para "ter medo de lista", em referência à relação de
investigados divulgada na semana passada pelo STF (Supremo Tribunal Federal),
em que o petista aparece ao lado de oito ministros do governo Michel Temer,
dezenas de parlamentares, governadores e outros políticos.
"Não nascemos para ter medo
de lista, nascemos para provar que eles agora estão criminalizando o que antes
não criminalizavam", disse Lula sem citar diretamente a prática de caixa
dois. "Não temos que ter vergonha de sermos políticos. A hora que
desmoralizar todo mundo o que vai sobrar nesse país é pior". Com
informações da Folhapress.
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