Adriana
Ancelmo é ré em processo relacionada
na Lava Jato (Foto: Reprodução)
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Ex-primeira dama do Rio de Janeiro
foi a Curitiba para audiência de ação da Lava Jato. Atualmente, ela cumpre
prisão domiciliar.
Adriana Ancelmo, mulher do
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, dormiu em um hotel de Curitiba
na noite de quinta-feira (28), de acordo com a Polícia Federal (PF). Segundo a
corporação, ela foi escoltada por agentes femininas, e a diária de Adriana e
das policiais foi paga pela Polícia Federal.
Atualmente, ela cumpre prisão
domiciliar e foi a Curitiba para ser interrogada pelo juiz Sérgio Moro em
processo relacionado à Operação Lava Jato.
Como ela foi obrigada a se
deslocar para Curitiba para ser ouvida, todos os custos devem ser suportados
pela União. Soma-se a isso o fato de que como Adriana Ancelmo está em prisão
domiciliar. Ela não pode ter o regime prisional piorado. Desta forma, a União
deve providenciar acomodação compatível ao regime prisional cumprido pela
acusada.
Além de Adriana Ancelmo, também
prestaram depoimento o marido dela, Carlos Miranda, sócio do ex-governador, a
mulher dele, Mônica Carvalho, e Wilson Carlos, ex-secretário estadual na gestão
de Cabral.
O grupo é acusado pelo Ministério
Público Federal (MPF) de receber vantagens indevidas a partir do contrato de
obras do Consórcio Terraplanagem Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(Comperj), formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz
Galvão. A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que Adriana Ancelmo e
Sérgio Cabral fizeram compras de itens de luxo com o suposto dinheiro de propina.
Adriana Ancelmo e Sérgio Cabral,
que está detido no sistema penitenciário, voltam para o Rio de Janeiro nesta
tarde de sexta-feira. Carlos Miranda e Wilson Carlos, segundo a Polícia
Federal, permanecem detidos na Superintencia da corporação em Curitiba. Já
Mônica Carvalho responde ao processo em liberdade.
Prisão domiciliar
Adriana Ancelmo foi presa em
dezembro de 2016 e cumpre prisão domiciliar desde 29 de março deste ano. O
benefício foi autorizado sob a alegação que os dois filhos dela – de 10 e 14
anos – não poderiam ficar privados do convívio com os dois pais ao mesmo tempo.
Nesta quarta-feira (26),
entretanto, a primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2)
decidiu revogar a prisão domiciliar, mas a defesa tem 10 dias para apresentar
os embargos infringentes. Até lá, ela segue em casa.
O interrogatório
O ex-governador Sérgio Cabral
disse que os itens de luxo comprados por ele e pela mulher, Adriana Ancelmo,
foram pagos com recursos próprios e que, em determinados casos, esse dinheiro
era proveniente de caixa 2. De acordo com o governador, o dinheiro era de
sobras de campanhas eleitorais, que ele usava para fins pessoais.
No depoimento desta quarta-feira,
Cabral foi orientado pela defesa a responder apenas às questões feitas pelos próprios
advogados.
Durante o depoimento, o
ex-governador tentou ainda isentar a mulher, Adriana Ancelmo, de qualquer
participação nas irregularidades. "Minha mulher não conhece nenhum desses
personagens que são citados, executivos da Petrobras, etc. São responsabilidades
minhas, diretas", garantiu.
Já Adriana Ancelmo respondeu a
todas as questões que lhe foram feitas. Ela afirmou que as notas das compras
que fazia eram encaminhadas para a secretária de Cabral para fazer os
pagamentos. A mulher do ex-governador disse desconhecer a origem do dinheiro
usado para as despesas.
Sobre a denúncia de lavagem de
dinheiro por meio de compras em lojas de luxo, Adriana disse que se tratavam ou
de compras pagas com dinheiro em conta corrente dela ou de presentes do marido,
em cujos recursos sempre confiou que eram lícitos. "Ele dizia que eram
recursos lícitos e eu acreditei. Meu marido. Eu não questionava. Acreditava que
os valores eram pagos com dinheiro lícito, fossem presentes ou fosse mobiliário
escolhido para a residência", disse.
A ex-primeira-dama também disse
que jamais manteve dinheiro fora do Brasil e que, quanto às denúncias, Cabral
sempre lhe informou que se tratavam de mentiras, de questões políticas.
Por G1 PR, Curitiba
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