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André Dusek/Estadão Presidente foi a churrascaria
com embaixadores em Brasília
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BRASÍLIA - Dois dias depois de
virem à tona as denúncias defraude na
carne brasileira, o presidente Michel Temer convidou embaixadores e
representantes de países compradores do produto a irem a uma churrascaria em
Brasília no início da noite, como prova de que o produto é seguro. A
"excursão" à churrascaria deverá ser feita logo depois da reunião com
representantes de países estrangeiros, a terceira do dia para discutir as
providências em relação às denúncias que vieram à tona com a operação realizada
pela Polícia Federal, na sexta-feira.
Temer afirmou que vai acelerar o
processo de auditoria nos 21 frigoríficos citados na denúncia a partir desta
semana, disse ter confiança na qualidade da produção nacional e que as plantas
exportadoras estão abertas para inspeção de países importadores e ao
acompanhamento das atividades de controle. "O governo federal quer
reiterar a confiança na qualidade da produção nacional", declarou ele.
"O Ministério da Agricultura
tem rigoroso serviço de inspeção. Esse padrão de excelência abriu as portas
para mais de 150 países." Temer citou ainda números da produção para
tentar assegurar a qualidade dos produtos. "Ao longo dos últimos anos não
foram identificadas objeções. Em 2016 foram expedidas 853 mil partidas de
produtos de origem animais e apenas 184 foram consideradas fora da
conformidade",citou o presidente, antes da reunião. De acordo com ele, em
boa parte dos casos, as irregularidades estavam ligadas a problemas de
rotulagem.
"A reunião de hoje é para
prestar esclarecimentos. A notícia pode ter gerado uma preocupação muito
grande, especialmente de países que importam a carne como consumidores
brasileiros", afirmou o presidente. Temer observou ainda que, das 4.837
unidades sujeitas à inspeção federal, apenas 21 estão supostamente envolvidas
em irregularidades. "E dessas 21, 6 exportaram nos últimos 60 dias",
disse o presidente.
Mais cedo, o presidente da
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, afirmou que o
governo está mais preocupado com o mercado externo e não está dando explicações
ao consumidor brasileiro. Ele ressaltou que foram apenas três frigoríficos
fechados e que a maioria não tem problema. “As pessoas não querem mais comprar carne.
Falta explicação para todos”, afirmou.
Já o secretário de Defesa
Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Eduardo Rangel, disse que não
existe risco sanitário na carne brasileira e que as questões apontadas pela
operação da Polícia Federal não trazem risco para a população nem para
exportações. “Não existe risco sanitário e num primeiro momento a ideia é que
possamos reagir rapidamente para tranquilizar a sociedade”, afirmou ao chegar
ao Palácio do Planalto para reunião com Temer e representantes do setor.
Levantamentos. O
ministro da Agricultura, Blairo Maggi, participou de entrevista coletiva neste
domingo e afirmou que a pasta está fazendo os levantamentos necessários para
ter informações mais precisas e tranquilizar brasileiros e consumidores de
outro países de que os problemas não são generalizados.
“Temos um sistema muito forte,
robusto e reconhecido no mercado internacional. Ao chegar aos países de
destino, todas as mercadorias são novamente fiscalizadas”, afirmou. “Vamos
aproveitar para mandar a mensagem para os consumidores internos brasileiros de
que não há problema nenhum nos produtos”.
Ele ressaltou que o governo está
priorizando a transparência. Segundo Maggi, as associações pediram rapidez nas
punições. “Ninguém quer passar a mão na cabeça de quem fez coisa errada”,
completou.
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