Unidade de
Botafogo apresentava grande fila para vacinação
contra febre
amarela (Foto: Bruno Albernaz / G1)
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Pessoas que aguardavam na fila
para tomar vacina contra a febre amarela no posto do Engenho de Dentro
reclamaram que havia venda de senha por até R$ 50.
Unidades de vacinação contra febre
amarela no município do Rio de Janeiro apresentaram filas, tumultos, discussões
e até venda de senhas. O G1 visitou na manhã desta sexta-feira
(17), as unidades de Botafogo, na Zona Sul do Rio, e o posto de saúde no
Engenho de Dentro, na Zona Norte. Nas duas unidades as pessoas que aguardavam
por uma senha desde as primeiras horas do dia, reclamavam da falta de organização
e preparo dos postos que oferecem as doses da vacina.
Os postos de saúde para vacinação
contra febre amarela, no município do Rio de Janeiro, visitados pelo G1, estão
funcionando com sistema de senhas. Muitas pessoas que chegaram nas primeiras
horas desta sexta nas unidades que oferecem a vacina, não conseguiram ser
vacinadas no primeiro horário e precisaram esperar até as 12h para receber a
senha do turno da tarde.
A campanha de vacinação contra a
Febre Amarela na cidade do Rio só começa no fim de março
Na unidade Milton Fontes Magarão,
no Engenho de Dentro, foram distribuídas apenas 50 senhas no turno da manhã e
outras 50 serão distribuídas no período da tarde. Segundo relatos de pessoas
que aguardavam na fila desde as 5h da manhã desta sexta-feira (17), um idoso
que guardava carros em frente ao posto de saúde, estava oferencendo senhas para
o turno da manhã por valores que variavam de R$20 a R$50.
"Cheguei aqui 5h da manhã e
não consegui a senha para o horário da manhã. Tinha gente vendendo senha lá
fora. Duas pessoas compraram a senha e passaram na nossa frente. Eu prefiro
ficar aqui durante horas e aguardar honestamente.", criticou Solange de
França, que aguardava para tomar vacina no posto do Engenho de Dentro.
Procurada pelo G1, a Secretaria Municipal de Saúde do
Rio informou que vai apurar o caso e ainda não havia se manifestado até a
publicação dessa reportagem.
Na unidade de Botafogo, pessoas
tentavam argumentar com funcionários o motivo da distribuição de senhas em
quantidade limitada, pois o posto de saúde do bairro distribuía 90 senhas para
o turno da manhã e 90 para tarde. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde
do Rio, a distribuição de senhas tem sido recomendada, mas a definição de como
será feita fica a critério de cada unidade.
Segundo a gerente da unidade Dom
Hélder Câmara, Claudia Ramos, a lotação tem acontecido porque muitas pessoas
vêm de outros bairros e cidades. "Eu oriento que as pessoas procurem o
lugar mais próximo. Se você perguntar aqui um por um, os e seremos são
variados: É Olaria, Ipanema, Gávea, Penha, Ilha do Governador, Niterói, é gente
vindo de tudo quanto é lugar, além de Botafogo.", afirmou.
Maria Lúcia dos Santos, de 67
anos, chegou na unidade de Botafogo às 6h30 da manhã e já não havia mais senhas
para a vacinação no turno da manhã. Ela vai aguardar a distribuição das senhas
para o turno da tarde. "Agora vou ter que esperar até 12h para pegar essa
senha. Porque eu moro na área de risco e preciso me prevenir. Onde eu moro é
uma floresta. Os micos e os macacos pregos andam de lá pra cá e tem muito
mosquito, então eu tenho que me prevenir," diz idosa.
Os sinais e sintomas mais comuns
da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular,
náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da
doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiências
hepática e renal, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.
É importante ressaltar que a
vacina não é recomenda para pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV,
devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e
alérgicos a gelatina e ovo.
Na unidade Centro municipal de
Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, Zona Norte do Rio, o problema também
acontecia. Pessoas enfrentaram grandes filas desde muito cedo. A Fila chegou a
ocupar um quarteirão da Rua Desembargador Izidro, como mostrou o Bom Dia Rio,
na manhã desta sexta-feira (17).
O engenheiro Francisco Silveira
acredita que a morte de uma pessoa em Casimiro de Abreu é um alerta para que
autoridades disponibilizem mais vacinas para a população. "A gente
verificou que com essa morte em Casimiro de Abreu é meio automático pensar que
esse risco aumentou pra gente. Acho que as autoridades deveriam se adiantar e
disponibilizar mais vacinas pra poupar a população de acordar as cinco da manhã
e ter que ficar na fila, tem crianças aqui idosos, então acho que isso seria
importante", diz Francisco Silveira.
G1 Rio
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